Conheça mais sobre esse conceito que tem como função a tomada de decisão baseada em dados
(Foto de ThisIsEngineering no Pexels)
, jornalista
12 min
•
30 jul 2023
•
Atualizado: 30 jul 2023
newsletter
Start Seu dia:
A Newsletter do AGORA!
Desde a Revolução Industrial, o mundo vem trabalhando na coleta e análise de dados para melhorar processos. Foi a partir daí que surgiu o chamado data-driven.
“Então, resumidamente, data-driven refere-se à prática de usar informações e métricas quantitativas para embasar decisões estratégicas em uma empresa ou organização", explica Rafael Franco, especialista em tecnologia da informação e CEO da Alphacode.
"E esse conceito pode abranger tudo. Desde decisões de marketing e vendas até desenvolvimento de produtos e operações internas, permitindo uma tomada de decisões mais objetiva e precisa”, completa.
Já Rogério Castro Guimarães, CIO da Covenant Technology, faz uma analogia interessante para entender o conceito de data-driven.
“Imagine que você é um caçador pré-histórico e precisa decidir para onde levar seu grupo para caçar. Você pode seguir seu instinto e ir para a esquerda porque tem um ‘sentimento’ de que encontrará presas por lá. Ou, você pode ser data-driven e decidir ir para a direita porque, nos últimos dias, você observou pegadas de animais, viu sinais de atividade e coletou dados que indicam que há uma probabilidade maior de encontrar presas naquela direção. Essa é a essência do data-driven: tomar decisões baseadas em dados”, compara.
Para Gustavo Bodra, CTO da StartSe, na prática, o data-driven tira os “achismos” das decisões do dia a dia para usar os dados para suportar as tomadas de decisões.
Por exemplo: "usar os dados de venda e margem de um produto para decidir se o item continuará a ser ofertado ou não”, esclarece.
E quem trabalha diretamente com esse processo é o chamado profissional data-driven.
“É a pessoa que fica incomodada com frases como 'eu acho melhor ir pelo caminho XYZ por que é melhor'. É o profissional que provoca ou dá respostas como 'deveríamos ir pelo caminho XYZ pois os dados de navegação da plataforma nos indicam que este é o caminho em que conseguimos converter mais usuários nos últimos 3 meses'. Este profissional precisa ter um bom conhecimento de técnicas de análise, pensamento crítico e pragmatismo”, conta Bodra.
Dessa forma, para Guimarães, o profissional data-driven precisa de habilidades em três áreas principais:
“Isso significa que eles precisam ter conhecimento em ciência de dados e análise de dados, mas também precisam entender o negócio ou o contexto em que estão trabalhando”, pontua o especialista.
E se você pensou que o profissional data-driven precisa ser da área de tecnologia, está muito enganado. Claro que o conhecimento sobre tech ajuda bastante para entender melhor e saber transitar por bases de dados complexas e utilizar ferramentas de análise sofisticadas. Por outro lado, nos dias de hoje, temos cada vez mais ferramentas que tornam o data-driven acessível para todos.
“A tecnologia será responsável pela coleta e tratamento dos dados. Porém, a análise e eventual tomada de decisão continua sendo um processo humano que não requer conhecimento das tecnologias empregadas”, afirma Franco.
E isso, claro, se deve pelo fato de que a tecnologia tem se tornado cada vez mais intuitiva e user-friendly. Afinal de contas, existem muitas ferramentas que tornam a coleta, análise e aplicação de dados acessíveis para todos. “E isso se potencializa ainda mais se considerarmos a utilização de Inteligência Artificial de modelo de linguagens como ChatGPT que vem se tornando cada vez mais populares e acessíveis para qualquer pessoa”, conta Guimarães.
Agora que você já está por dentro do conceito e o que precisa ter para ser um bom profissional dessa área, confira só um passo a passo de como fazer data-driven.
E isso pode ser feito de várias maneiras, como pesquisas, análise de comportamento do usuário, dados de vendas etc.
Depois de coletar os dados, você precisa prepará-los para análise. Isso pode envolver a limpeza de dados (removendo erros, preenchendo lacunas etc.) e a organização de dados (colocando-os em um formato que possa ser facilmente analisado).
E isso pode ser feito por meio da busca de tendências, padrões, correlações ou qualquer outro insight que possa ajudá-lo a tomar uma decisão informada.
Depois de analisar os dados, é o momento de aplicar os todo o conhecimento adquirido a partir desse estudo. E isso pode ser feito de diversas formas, como decidir lançar um novo produto, ajustar uma estratégia de marketing, otimizar um processo de negócios etc.
Gustavo Bodra também aborda alguns pontos que podem ser interessantes na hora de investir em data-drive. São eles:
É importante saber que estimular um time a ser data-driven pode ser um desafio, mas é definitivamente possível (e saudável). Confira, então, algumas dicas de Rogério Castro Guimarães:
Torne os dados acessíveis: é mais fácil para uma equipe ser data-driven quando os dados estão facilmente disponíveis. Por isso, invista em ferramentas que tornem os dados acessíveis e fáceis de entender.
Incentive a curiosidade: estimule sua equipe a fazer perguntas e usar os dados para responder a elas.
Mostre o valor dos dados: apresente ao time como os dados podem melhorar os resultados. Essa é uma boa forma de incentivá-los a adotar uma abordagem data-driven.
A grande evolução e popularização de Inteligência Artificial como ChatGPT nos últimos meses torna o tema ainda mais quente quando consideramos o data-driven sendo potencializado em situações como:
“Embora o data-driven e Inteligência Artificial sejam incrivelmente poderosos, nem um e nem outro deve ser aplicado como uma bala de prata. Os dados são uma ferramenta, não um oráculo. Eles podem nos ajudar a tomar decisões melhores, mas ainda precisamos usar nosso julgamento e criatividade. E, como sempre, é importante usar dados de maneira ética e responsável”, finaliza Guimarães.
Você também pode aprender a tomar decisões e construir estratégias com mais segurança e menos achismos. Entenda mais aqui!
Gostou deste conteúdo? Deixa que a gente te avisa quando surgirem assuntos relacionados!
Assuntos relacionados
, jornalista
bio
Leia o próximo artigo
newsletter
Start Seu dia:
A Newsletter do AGORA!