Machine as a service promete a otimização e o aumento da produtividade no chão de fábrica. Entenda aqui
Indústria da BMW em Araquari (foto: divulgação/BMW)
, Palestrante e Mentor de Vendas B2B
12 min
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29 jun 2023
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Atualizado: 29 jun 2023
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Com a pandemia da Covid-19, as empresas e indústrias tiveram de se adaptar às novas demandas e limitações para produção e entrega de produtos. Esses dilemas criaram a necessidade de grandes avanços na indústria tecnológica e novas oportunidades de negócio.
O Machine as a Service ou Máquina como Serviço (MaaS), é o mais novo modelo de negócio da indústria 4.0 com foco na acessibilidade dos maquinários de alta tecnologia. Visando a otimização e o aumento da produtividade no chão de fábrica, esse serviço garante ao empresário máquinas de ponta por um baixo investimento inicial.
Nos primeiros anos de uso, os dados de uma máquina, quando coletados, estavam limitados aos dados de saída e eram usados para determinar a qualidade do produto, programação e cálculos financeiros.
Embora isso garantisse que os fabricantes pudessem calcular o lucro dos ciclos de produção, os dados coletados não forneciam informações como: integridade, melhoraria do projeto e capacidade operacional da máquina. Isso significava que tanto os fabricantes das máquinas (OEMs) quanto os usuários finais estavam voando às cegas em relação à compreensão do verdadeiro desempenho do equipamento.
Com a indústria 4.0, surgiram novas formas de avaliar as máquinas e as operações inteiras. Essas novas formas são alimentadas por IoT, plataformas de IoT, computação em nuvem e edge computing, dentre outras. Essas tecnologias inter-relacionadas trazem interconectividade ao chão de fábrica e agora abrem novas possibilidades para que os OEMs forneçam os seus em modalidades diferentes para os seus clientes finais.
MaaS pode ser definido como uma mudança de paradigma na forma como os OEMs projetam equipamentos com manufatura inteligente em mente e foco no fornecimento de máquinas como um serviço em vez de um produto.
Dentro desta definição, existem dois tipos de modelos de MaaS (Machine as a Service) a serem aproveitados. Esses modelos incluem:
Os OEMs que se tornaram provedores de serviços têm muito a ganhar com o MaaS. Esses benefícios combinam uma nova maneira de gerar receita e um assento na primeira fila para testemunhar como a fábrica inteligente evolui. Algumas das propostas de valor agregado do MaaS incluem:
Os dados coletados em campo através de tecnologias como nuvem, big data, IoT e IA são enviados diretamente aos OEMs. Esse "feedback" das máquinas traz insights que viabilizam melhorias em recursos, capacidade e operações dos equipamentos.
Um dos ganhos esperados da manufatura inteligente é a manutenção preditiva. O MaaS oferece oportunidades para OEMs projetarem equipamentos e integrarem regulamentos de manutenção preditiva dentro deles imediatamente. Nesse caso, os dados históricos coletados de usos e falhas anteriores de equipamentos servem como as informações necessárias para projetar uma estratégia de manutenção preditiva para os equipamentos projetados.
O MaaS cria oportunidades para novas e recorrentes receitas tanto para os OEMs quanto para clientes finais que desejam sublocar suas máquinas que permanecem inativos após a conclusão de um ciclo de produção para terceiros que necessitem de tais serviço. Além disso, no caso dos OEMs, o estoque restante pode ser transformado em fluxos de receita, oferecendo às PMEs de manufatura planos de assinatura adequados às suas capacidades financeiras.
O usuário final em cada modelo MaaS é o fabricante ou a parte que usa o equipamento para atividades relacionadas à produção. Nesse caso, os benefícios do MaaS para o usuário final incluem:
A compra de equipamentos de fabricação é uma despesa de capital intensivo com a qual muitos fabricantes lutam. Tradicionalmente, as PMEs lidam com esses custos mais altos terceirizando componentes específicos para fabricantes contratados, o que os deixa sem controle do processo de fabricação. O MaaS oferece uma oportunidade de transformar CapEx em OpEX, garantindo que a PME permaneça responsável pelo processo de produção e pela qualidade dos produtos fabricados.
O MaaS também envolve fornecer dados de referência de equipamentos e produção aos OEMs para ajudar a otimizar a utilização e a produtividade da máquina. A precisão dos dados de referência pode convencer as PMEs a integrar estratégias orientadas por dados que otimizem a produtividade.
No MaaS, a tarefa de manutenção de equipamentos de fabricação, atualização de software, firmware ou hardware é de responsabilidade do prestador de serviço. Isso reduz as despesas operacionais dos fabricantes e ajuda as PMEs a se concentrarem em suas principais responsabilidades de fabricação do produto final.
Essencialmente, existem quatro áreas principais nas quais os OEMs precisam atender para construir e dimensionar o seu modelo de MaaS
As configurações específicas dessas quatro dimensões dependem da respectiva organização e se o foco atual é: Criar um modelo MaaS ou dimensionar um negócio MaaS existente.
Algumas indústrias que fornecem equipamentos de escritório, motores a jato e dispositivos médicos já têm usado o MaaS.
A Rolls Royce, por exemplo, oferece aos clientes opções que envolvem o pagamento de uma hora fixa de operação de uma máquina, em vez de comprar a máquina.
Muitas pessoas estão familiarizadas com um tipo de máquina como modelo de serviço. Por exemplo, em vez de comprar equipamentos de impressão de alta especificação para si mesmos, eles podem pagar pelo uso de uma impressora ou fotocopiadora em uma loja de impressão digital.
No webinar apresentado pela Indústria Xperience, plataforma digital da FEIMEC, Servitização de Máquinas Ferramenta, Douglas Pedro de Alcântara, CTO da Romi, trouxe o caso da empresa, que demonstra o Machine as a Service (MaaS), em que o cliente aluga o equipamento conforme as especificidades que necessita.
Inicialmente, o projeto apresentou o conceito como uma franquia com uso de horas. Segundo Alcântara, o MaaS proporciona diagnóstico e manutenção remotos, redução de custos, e a possibilidade de gerenciamento da máquina pelo fornecedor para que o usuário final seja devidamente orientado quanto à utilização.
"O conceito Machine as a Service (MaaS) não é uma substituição ao mercado de venda de máquinas, é só uma opção para que se consiga diminuir a idade média das máquinas do Brasil, que reflete na produtividade”, disse o CTO da Romi.
Hoje o parque fabril brasileiro é bastante antigo e, do ponto de vista da produtividade, o ideal é que ele fosse renovado a cada seis anos. Contudo, do ponto de vista ambiental, esta solução não é sustentável, sendo que, neste modelo MaaS, é substituído apenas o que foi desgastado e o ciclo de vida do produto será maior.
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Executivo e autor de 2 e-books sobre indústria 4.0: "Como a indústria 4.0 tem revolucionado o século XXI" e "Como desmistificar a indústria 4.0 e aplicá-la ao seu negócio".
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