Onda de pessoas "super-empregadas" ganha força com o crescimento do home office. Entenda!
Trabalho (Foto: milan2099 via getty Images)
, jornalista
8 min
•
27 out 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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O movimento nasceu como uma forma de trabalhar, em geral, em segredo, em muitas empresas no mesmo horário de trabalho. O nome? Overemployed ou pessoas super-empregadas.
Foi impulsionado pela pandemia por causa do aumento do home office (e sem o chefe espião por perto), não apenas para profissionais terem uma renda extra, como também para ganharem novas experiências e não criarem vínculo emocional com uma única companhia.
Na prática, é diferente dos trabalhadores que aumentam a renda fazendo trabalho extra como motorista de Uber ou revendendo produtos cosméticos. E sim, os overemployed têm dois empregos ao mesmo tempo — com carga horária integral. Isso mesmo. Dois e-mails corporativos, dois computadores, duas equipes de trabalho (ou mais), em grande parte, em segredo.
Trabalhar em duas empresas não é algo novo. Basta analisar os números antes da pandemia: uma pesquisa da Unicamp mostrou que quase metade dos brasileiros já tinham dois empregos ou faziam hora extra.
Agora, com o aumento do trabalho remoto, se torna mais comum. De um lado, porque as pessoas perceberam a oportunidade de trabalhar para diversos negócios diferentes.
Do outro, a cultura organizacional das startups e muitas gigantes de tecnologia permitem que funcionários fiquem mais focados no resultado do que em cumprir carga horária.
“Todos esses pilares contribuíram para que o movimento ganhasse força”, diz em entrevista à StartSe Nathalya Nascimento, tech recruiting.
“Para você ter uma noção, existe até um site chamado overemployed em que as pessoas compartilham estratégias de como você consegue ter liberdade financeira trabalhando em dois empregos”, completa a especialista. E virou um fenômeno.
Alguns trabalhadores dizem por lá, por exemplo, que se arriscar em dois jobs é uma forma de ser livre da política do escritório e do famoso medo da demissão.
O fenômeno é mais comum no mercado de tecnologia. Afinal, é um setor que demanda profissionais. Para você ter uma noção, em 2021, o Brasil teve 159 mil vagas abertas e apenas 53 mil profissionais formados, de acordo com um estudo da Brasscom.
A vantagem — do ponto de vista do mercado —, “é que se uma pessoa da área de tecnologia trabalha para duas empresas, parte do problema de contratação é resolvido, porque não tem profissionais o suficiente para a quantidade de vagas existentes hoje”, afirma Nathalya.
“Por outro lado, alguns pilares são complicados nesse movimento. Por exemplo, como é que você vai se conectar com a cultura do negócio? Como é que está a qualidade da sua entrega? Como está o foco no resultado quando o assunto é o legado que quer deixar?”, completa.
Primeiro, é importante que você saiba: sim, é possível trabalhar em dois empregos de carteira assinada (conversaremos sobre isso em outro artigo).
Agora que você já sabe disso, é importante lembrar que estamos na era da transparência entre funcionário e empresa e vice e versa. Por isso, vale avisar a companhia sobre a intenção em trabalhar em outros negócios.
“Porém, é uma pergunta muito complexa, porque quando a empresa contrata um talento, ela quer que esse talento se conecte com a marca dela, com a cultura dela, com o negócio dela; e ter esse talento compartilhando isso com outras empresas faz com que a atual contratante não saiba se essa pessoa está dedicando e se esforçando na potencialidade máxima para aquele negócio”, afirma Nathalya.
“Eu tenho visto muitas pessoas fazerem. Elas perguntam: “oi, tudo bem? Eu tomei a decisão de trabalhar em dois lugares, e gostaria de saber se a sua empresa permite isso”, diz a especialista. E deixe claro quantas horas você estaria disponível para tocar o projeto.
De acordo com ela, muitas pessoas da área da tecnologia estão agindo desta forma. “As pessoas da área tech estão e vão, cada vez mais, se dedicarem a um emprego e aos projetos que elas querem fazer parte”, diz a especialista.
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, jornalista
Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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