Relatório feito pelas empresas de software Qatalog e GitLab mostra que trabalhadores estão adotando o comportamento de "teatro da produtividade" para mostrar produtividade para os chefes. Entenda!
Homem pensativo (Foto: Erik Von Weber via Getty Images)
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6 min
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26 set 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra
Trabalhadores estão desperdiçando, em média, uma hora por dia com o “teatro da produtividade” para mostrar aos chefes desconfiados que estão se dedicando ao trabalho.
O relatório feito pelas empresas de software Qatalog e GitLab mostra que o home office e o trabalho híbrido — que prometiam trazer mais flexibilidade, menos controle e ganho de produtividade — estão voltando aos velhos hábitos.
Por exemplo, você lembra quando era comum as pessoas ficarem horas no escritório sem produzir? O objetivo era apenas convencer os colegas e a gestão de que estavam trabalhando o suficiente. Pois agora o mesmo acontece, só que no teletrabalho.
Na prática, é quando os funcionários participam de reuniões das quais não são úteis para a sua demanda, mudam o status do Slack constantemente, respondem e-mails até tarde da noite e movimentam o mouse para driblar o bossware.
A ação faz com que percam 67 minutos online todos os dias para mostrar aos colegas e gerentes que ainda estão presentes e 'trabalhando'.
O movimento, de acordo com a pesquisa, tem a ver com o comportamento da cultura das empresas da qual oferece flexibilidade, mas não permite que ela de fato aconteça — ou seja, que os trabalhadores tenham autonomia para fazer a gestão de seu tempo. O famoso “liberdade com responsabilidade”.
O relatório ouviu 2 mil pessoas nos Estados Unidos e Reino Unido e mostrou que 54% dos profissionais disseram que seus colegas estão presos aos hábitos antigos (relacionados ao “teatro da produtividade”).
Além disso, 63% acreditam que a gestão sênior prefere uma cultura tradicional, com funcionários no escritório. E quando não estão presencialmente, enxergam o status sempre online como algo bom.
Em outras palavras, a liderança incentiva a flexibilidade — home office e híbrido — mas em partes. Quando o assunto é horário, a história muda. Diante disso, profissionais estão se sentindo esgotados. E como resultado, o medo de não ser produtivo pode causar falta de produtividade.
Se você é uma das pessoas que faz parte do “teatro da produtividade”, o resultado pode ser justamente perder a sua produtividade.
Além disso, deixa claro que falta confiança entre você e a empresa, como também falta de alinhamento de expectativas por parte dos gestores.
Segundo Tariq Rauf, fundador e CEO da Qatalog, o “teatro da produtividade” mostra que podemos estar perdendo a chance da transformação que o teletrabalho trouxe.
“As mudanças no ambiente corporativo que a pandemia trouxe foi uma oportunidade única na vida de mudar a forma como trabalhamos para sempre”, diz.
“Poderíamos ter reestruturado o trabalho para ser assíncrono. Agora, nossa pesquisa mostra que estamos voltando aos velhos hábitos — aqueles que deveriam ter sido deixados de lado”, completa.
O que não é bom, já que 81% das pessoas afirmaram ser mais produtivas quando tem flexibilidade.
Independente do modelo de trabalho da empresa, é importante para obter bons resultados, criar um ambiente acolhedor, de confiança e transparência. Além disso, a cultura deve estimular que as pessoas trabalhem juntas em prol do objetivo em comum, sejam criativas e inovadoras e consigam trabalhar de forma assíncrona. Afinal, oferecer um bom ambiente de trabalho e com cultura corporativa flexível (de verdade) pode evitar a Grande Renúncia e a Demissão Silenciosa.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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