Um guia com tudo que você precisa saber para começar uma transformação digital na sua empresa
Tablet, assinatura, assinatura digital (Foto: ilkercelik via Getty Images)
, Jornalista
12 min
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28 jan 2022
•
Atualizado: 8 ago 2023
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por Camila Petry Feiler
Instaurada como uma iniciativa estratégica importante, a transformação digital ganha espaço, gosto e, principalmente, importância nos negócios em um cenário que se transforma cada vez mais rápido. Entretanto, corre o risco de se tornar mais um chavão modernoso dentro da empresa se não for baseado em uma visão real do que a transformação pretende realizar.
Exigindo mais do que implementações tecnológicas, a transformação digital pede uma reestruturação em todas as frentes para criar um mindset onde ela possa se desenvolver. Ou seja, pessoas, processos e uma cultura que seja orientada pelo cliente, que demanda uma agenda de implementação, espaço e transformação, de fato.
O problema é: muitas empresas investem e acreditam, mas seguem patinando na hora de colocar para rodar. Em um levantamento feito pela McKinsey, apenas 11% dos 1.140 executivos de negócios entrevistados acreditam que seus modelos de negócios atuais serão economicamente viáveis até 2023. A saída? 64% deles acreditam ser a construção da transformação digital em suas empresas.
Se você também quer levar a transformação digital para dentro da sua empresa, separamos informações fundamentais, então siga a leitura.
A transformação digital é uma mudança fundamental na forma como uma organização entrega valor aos seus clientes. Ela marca um repensar de como a empresa se relaciona com a tecnologia, pessoas e processos em um cenário que muda constantemente.
Dessa forma, ela se torna uma estratégia para alavancar a tecnologia, permitindo novos modelos de negócios, produtos, serviços e estratégias, impulsionando assim o crescimento dos negócios.
Claro, a transformação digital na pandemia acelerou cenários e as empresas tiveram que se adaptar. Ela mudou a forma como compramos, nos relacionamos e trabalhamos. De repente, não existe mais on-line e off-line: por mais que você seja um pequeno mercado de bairro, provavelmente você vai aparecer na busca do Google sobre supermercados no bairro específico ou teve que incluir seus serviços de entrega em aplicativos de compras.
Cada empresa é única e está inserida em um contexto cultural, de indústria e de concorrência específico. Por isso, pegar tecnologias e inseri-las no cotidiano como é hoje não vai funcionar, muito menos pegar o que empresas referência, como a Google ou a Netflix, por exemplo, e replicar o que elas têm feito.
Isso porque a transformação é sobre pessoas: você começa a disrupção entendendo a necessidade dos seus clientes, parceiros e, principalmente, funcionários. Sim, a liderança tem o papel de ouvir e não só trazer a tecnologia certa como também inspirar as pessoas a abraçar a mudança que acompanha a transformação.
Mas não é porque estamos centrados no ser humano que as decisões vão partir de intuição. É preciso olhar para os dados e entender as necessidades por trás deles. A partir daí, você constrói um cenário onde as pessoas são ágeis para lidar com as mudanças e tudo o que elas propõem.
E, claro, como os dados são o novo petróleo, é preciso estrutura para capturar, refinar e aí sim transformar em algo que realmente tenha impacto. A tecnologia pode ajudar e muito nessa parte, entregando insights que podem abrir portas para novos modelos, ações e a possibilidade de colocar para teste.
Por mais benéfica que seja, a transformação digital não acontece do dia para noite e, como envolve uma mudança de mindset, pode oferecer alguns desafios. Um deles é quem deve liderar as mudanças e como, outro é de que forma fazer caber isso no modelo já existente. E quando a transformação digital for implementada, tá pronto? Vamos falar sobre cada um desses pontos.
Alavancar os negócios a partir das tecnologias é uma demanda que vem tirando o sono de alguns executivos e tomadores de decisão nas empresas. Eles reconhecem o digital como o principal impulsionador dos negócios no próximo ano e estão confiando na tecnologia da informação, mais do que em qualquer outra estratégia, para competir na economia à frente, de acordo com a Pesquisa de Perspectivas de CEOs da EY 2022.
Como a transformação digital traz uma reinvenção do modelo de negócios, ela só se torna possível com um comprometimento focado e ativo da pessoa CEO, já que ela reinventa o modelo de negócio, exigindo atuações diferentes e, claro, investimentos em novos recursos. A questão aqui é: com quais áreas da empresa os executivos podem contar para tomar essa decisão? Como incluir e criar funcionários dispostos a participar ativamente do futuro do negócio?
Se a sua empresa atua do mesmo jeito há muitos anos, talvez seja hora de parar para refletir como é possível se atualizar. O olhar da transformação digital mostra que muitos modelos de negócio são afetados e também o jeito como o operacional interno funciona.
Isso mostra que é preciso criar novos produtos ou serviços para competir no cenário complexo e caótico que conhecemos hoje e, mais ainda, estar preparado para o novo e desconhecido.
Se pergunte que isso significa para a forma como você ganha dinheiro, como isso afeta seus processos e como implementar um novo modelo de negócio.
Tudo está mudando em ritmos diferentes, em diferentes geografias, para diferentes tipos de produtos e serviços, fique de olho.
Implementar a transformação digital não significa perenidade, mas sim um fluxo contínuo dentro da empresa. Por mais relevante que a empresa se torne na era digital, é preciso se manter atenta às mudanças do mercado e às novas possibilidades.
Um exemplo recente disso é a Netflix, que viu seu crescimento desacelerar no final de 2021 e início de 2022, refletindo nas projeções que frustraram o mercado. A principal suspeita é que os concorrentes tenham abarcado grande parte do público que a empresa esperava conquistar.
Mas, claro, a Netflix abriu caminhos e desbancou empresas históricas como a blockbuster e, além de um repertório de filmes e séries, se tornou responsável por grandes produções exclusivas. O movimento segue. Não basta ter sido a primeira, é preciso continuar relevante.
"“Toda transformação digital vai começar e terminar com o cliente, e posso ver isso na mente de cada CEO com quem converso”, afirma Marc Benioff, presidente e co-CEO da Salesforce."
Sua empresa sabe dialogar hoje? Ela está em um palco ou sentada na mesa, conversando com todos os envolvidos? É importante lembrar que no final de cada dado, existe uma pessoa esperando uma solução mais prática, um produto que facilite sua vida e uma empresa que entenda suas necessidades.
Ter dados não é suficiente. Analisar e tirar os principais insights é o caminho para novas ideias. Então antes de sair colhendo mais e mais dados, olhe para o que você já tem, organize e pense em como organizar a complexidade deles para que as equipes possam melhor se utilizar.
Importante lembrar de assegurar a segurança e privacidade dos dados, hein? Eles valem muito.
Descubra sua estratégia de negócio antes de investir em qualquer coisa. Os líderes que visam melhorar o desempenho organizacional por meio do uso de tecnologias digitais geralmente têm uma ferramenta específica em mente. “Nossa organização precisa de uma estratégia de machine learning”. Talvez. Mas a transformação digital deve ser guiada pela estratégia de negócios mais ampla. Por isso, entenda onde você quer chegar e quais são as necessidades reais do seu negócio.
Afinal, não existe uma tecnologia única que forneça velocidade ou inovação como tal. A melhor combinação de ferramentas para uma determinada organização varia de uma visão para outra.
A tecnologia é uma daquelas áreas em que é incrivelmente difícil manter-se atualizado com o que está acontecendo. O ritmo da mudança de tecnologia é incrivelmente rápido – e acelerado – e os líderes precisam ter um bom controle sobre onde está a tecnologia.
Por isso a StartSe foca no conhecimento do agora: saber onde estamos para entender onde queremos chegar.
O Design Thinking nos ensina a falhar cedo e aprender com a falha. Ninguém gosta de falhar, fato, mas se você não está falhando, significa que não está testando, não está sendo disruptivo e segue jogando com muita segurança.
Comece com um grande conjunto de ideias potenciais e vai reduzindo a ideação, experimentando e analisando os resultados. Quando um protótipo chegar a um bom resultado, é hora de avançar.
A fórmula parece simples, não é? Pessoas e tecnologia criando a transformação. Mas existem alguns pontos de contato importantes, de acordo com a análise do Tomas Chamorro-Premuzic, Chief Innovation Officer do ManpowerGroup, que não mudam: o desafio dos líderes em preparar suas equipes e organizações para o futuro, criando um futuro melhor.
Neste contexto, a liderança tem o papel de unir passado e futuro, tendo a transformação digital como ponte entre esses dois mundos.
Do mindset data driven à alfabetização de futuros, o seu time está preparado para as próximas revoluções tecnológicas? Ainda não tem certeza?
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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