Empresa muda comando para melhorar vendas online em cenário de demissões e fechamento de fábrica
Riachuelo (foto: reprodução/Grupo Guararapes)
, Head de Conteúdo
8 min
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3 abr 2023
•
Atualizado: 1 jun 2023
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A Riachuelo fechou fábrica, demitiu funcionários e terminou 2022 com queda de lucro. Com um mercado em crise e cenário de insegurança financeira no país, a varejista decidiu mudar. O Grupo Guararapes, controlador da marca, anunciou a chegada de um novo CEO: André Farber, que vem direto do comando da Dafiti para assumir a empresa a partir de 2 de maio. Será que ele consegue tirar a Riachuelo de uma crise?
No começo de 2023, a Guararapes anunciou o fechamento de sua fábrica em Fortaleza. A medida incluiu a demissão de cerca de 1.800 funcionários, além da realocação de outros 200. Segundo a empresa, a decisão fez parte “do planejamento estratégico da companhia, com foco em otimizar a operação fabril para intensificar a reatividade, eficiência e competitividade, aliado a um crescimento sustentável”.
O anúncio aconteceu durante o mesmo momento em que a Americanas revelava um rombo bilionário em suas contas, desenhando o início de um período de crise para as varejistas brasileiras. Com juros altos e vendas que não retomaram o patamar pré-pandemia, as marcas do setor precisaram tomar medidas drásticas para se manter viáveis. A Marisa, por exemplo, planeja fechar lojas.
Oswaldo Aparecido Nunes, que comandou a Riachuelo desde 2018, vai se aposentar após 50 anos de empresa. Com isso, a chegada de uma nova liderança de fora do grupo surpreendeu o mercado. Mas as razões para a mudança parecem bem claras pelo currículo do executivo.
André Farber, o novo CEO da Riachuelo, vem direto da Dafiti, onde atuou desde julho de 2021 consolidando a marca como uma potência do e-commerce. Antes disso, ele esteve por 11 anos no Grupo Boticário, trabalhando na internacionalização e expansão da marca para diferentes frentes.
A Riachuelo parece saber que precisa apostar no digital para superar o momento de crise. A marca identificou que seus clientes omnicanal compram com 2,4 vezes mais frequência do que os demais, com compras no app representando 43% das compras online. Ainda assim, as vendas digitais gerais representaram apenas 9% do total
Farber chega com uma missão difícil: ampliar a representatividade da Riachuelo no varejo, ao mesmo tempo em que aumenta a margem de lucro da empresa. Uma solução evidente que diversas concorrentes já adotaram? O formato marketplace, hoje carro-chefe para a gigante chinesa Shein e que tem virado uma potência para a Amazon no Brasil.
Um dos maiores problemas para a empresa agora está na Midway, seu braço financeiro. Ela registrou o pior desempenho no ano, com uma queda de 71,1% na margem EBITDA, registrando um resultado negativo de R$ 81,7 milhões. O motivo? O maior endividamento das famílias brasileiras e o cenário de juros altos.
Se você ainda não se deu conta de que o mercado de varejo está passando por sua maior transformação desde o início da digitalização, os sinais estão claros. Crises com Americanas, Marisa, Amaro e C&A obrigam uma adaptação pesada não apenas das lojistas, mas de toda a cadeia de empresas de fornecedores, prestadores de serviço, distribuidoras e crédito. A insegurança em relação ao cenário financeiro brasileiro pelos próximos meses também cria um futuro bem diferente do que vimos no passado recente, obrigando empresários e executivos a serem digitais, versáteis e ágeis. O cliente do varejo já mudou e chegou a hora (finalmente) das marcas do setor mudarem também.
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Head de Conteúdo e Partner na Startse. Mais de 20 anos de experiência na coordenação e produção de conteúdo editorial e para marcas. Fala sobre estratégia, inovação, tecnologia e comunicação.
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