O que está por trás da demissão de mais de 30 mil funcionários do Google?

Parece que o Google adotou a frase “Ano novo, vida nova” ao pé da letra. 

A companhia começa 2024 já empenhada com o avanço de suas tecnologias de inteligência artificial (IA), não apenas no desenvolvimento para aplicações externas, mas também para uma mudança significativa na sua estrutura operacional, segundo reportado pela CNBC.

Para sustentar esses planos, a gigante de tecnologia planeja reorganizar grande parte de seu departamento de vendas de anúncios, levando à demissão de até 30 mil funcionários. Ainda não se sabe os países onde os cortes serão realizados.

De acordo com o The Information, as demissões fazem parte de um movimento estratégico para aumentar os investimentos em técnicas de IA e machine learning para ajudar os clientes a comprar ainda mais anúncios em seu mecanismo de busca, no YouTube e outros serviços.

A tecnologia é capaz de sugerir e criar automaticamente anúncios com bom desempenho,  sem a necessidade de trabalhadores humanos para realizar essas tarefas. 

• Uma pessoa com familiaridade no assunto revelou que esses anúncios devem gerar dezenas de bilhões de dólares anualmente em receitas para a empresa.

Conforme ressaltou a CNBC, as apostas do Google em IA vão além das vendas de anúncios, abrangendo também os serviços de suporte ao cliente. 

“Espera-se que a integração da IA ​​no suporte ao cliente influencie diretamente os aspectos humanos das operações da empresa. Esta mudança estratégica está alinhada com os casos anteriores de redução de pessoal do Google no início do ano, que atraíram atenção e escrutínio”, apontou a reportagem.

POR QUE IMPORTA?

O Google demitiu 12 mil funcionários há cerca de um ano, 6,4% da força de trabalho global da companhia. Na época, o CEO da empresa, Sundar Pichai, afirmou que a decisão era resultado da drástica mudança de cenário econômico em todo o mundo. 

O executivo afirmou que as demissões marcavam um momento para a empresa “afiar o foco, reestruturar a base de custos e direcionar talento e capital para maiores prioridades”, acrescentando que a inteligência artificial seria uma área-chave dali para frente.

Há três meses, a empresa anunciou que faria um investimento de até US$ 2 bilhões na startup de inteligência artificial Anthropic, rival da OpenAI, dona do ChatGPT. 

• De acordo com a CNBC, o acordo prevê um aporte inicial de US$ 500 milhões e um adicional de US$ 1,5 bilhão a ser investido ao longo do tempo. 

O Google já havia injetado quase US$ 400 milhões na Anthropic meses antes, aumentando seus esforços para competir com a Microsoft, uma das principais apoiadoras da OpenAI, e acirrar a disputa por soluções de inteligência artificial generativa.

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