No mundo, 931 milhões de toneladas de comida são desperdiçadas. Saiba a relação dos conceitos com o desperdício de alimentos e como as empresas estão buscando inovar para reduzir esse impacto.
Agricultura, tablet, alimentos.jpg (Foto: Thomas Barwick via Getty Images)
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5 min
•
10 mai 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra
931 milhões de toneladas. Essa é a quantidade de alimentos desperdiçados no mundo apenas em 2019. Dessas, 61% vieram de famílias, 26% de serviços de alimentação (escolas, hotéis, restaurantes) e 13% do varejo (supermercados). No Brasil, 60 quilos de alimentos são desperdiçados por pessoa. É o que aponta o Índice de Desperdício de Alimentos, realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela WRAP, organização britânica de resíduos. A pesquisa analisou as sobras alimentares nos pontos de venda, restaurantes e residências.
O número é assustador e causa prejuízo ambiental, econômico e social. Para Inger Andersen, diretora executiva da Pnuma, “se a perda e o desperdício de alimentos fossem um país, seria a terceira maior fonte de emissão de gases de efeito estufa”. Segundo ela, “o desperdício de alimentos sobrecarrega os sistemas de gestão de resíduos, agrava a insegurança alimentar, tornando-se um dos principais contribuintes para as crises planetárias”, escreveu a especialista no relatório.
Mas startups e grandes empresas afirmam que a tecnologia pode ajudar a reduzir o impacto (entenda no tópico ‘como evitar o desperdício de alimentos’).
De um lado, milhões de toneladas de alimentos são descartadas; do outro 690 milhões de pessoas passaram fome em 2019, segundo a FAO. Mas por que tantos alimentos são desperdiçados em meio à alta da fome? A resposta pode estar nos conceitos: Food Loss e Food Waste. Veja abaixo:
O Food Loss envolve os alimentos que foram perdidos ao longo da cadeia alimentar (desde o campo até o armazenamento). As perdas acontecem por condições inapropriadas de clima e solo, armazenamento inadequado, durante o transporte, entre outros.
O Food Waste trata-se de um desperdício ao final da cadeia alimentar. Nesta lista estão os alimentos com prazo de validade expirado e descarte dos itens desperdiçados dentro de casas e restaurantes.
Vale lembrar: o Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo. No ano passado, o PIB do agronegócio brasileiro avançou — de forma recorde — 24,31%, de acordo com cálculos cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizados em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Com isso, atingiu quase R$ 2 trilhões em 2020.
De olho no problema, empresas buscam soluções. É o caso da startup Wasteless, que desenvolveu uma etiqueta inteligente para itens de supermercado. Funciona assim: a tecnologia de aprendizado de máquina reduz o valor do produto conforme se aproxima da data de validade. A startup disse que atualmente o método reduz 40% do desperdício de alimentos em supermercados e esse número deve aumentar para 80% nos próximos anos com o aprimoramento da tecnologia.
A X, empresa da Alphabet — holding controladora do Google —, criou o Projeto Delta, com o objetivo de lançar duas ferramentas para ajudar na causa. A primeira delas, trata-se de uma plataforma capaz de monitorar e direcionar ao local correto toda a etapa do Food Waste (entenda o conceito no tópico acima). A segunda identifica quais são os produtos mais descartados. Desta forma, restaurantes e supermercados poderão melhorar a gestão de compra.
A foodtech Feitosa Gourmet, fundada no Rio Grande do Sul, decidiu inovar e produzir barbecue, ketchup de banana e outros itens feitos a partir de frutas que seriam descartadas por produtores.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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