Onde é melhor morar para equilibrar vida e trabalho?

Por Camila Petry Feiler

Com a pandemia, muita gente viu despontar a possibilidade de se mudar e não se prender ao fato de morar perto do escritório. Isso levantou a questão sobre qualidade de vida, equilíbrio e mais tempo investido com atividades de lazer, família e amigos. 

A questão, inclusive, foi levantada pelo estudo Equilíbrio entre Trabalho e Vida Pessoal, da Kisi, empresa de tecnologia, que apontou Oslo, na Noruega, como a melhor cidade do mundo quando se trata de qualidade de vida na relação entre vida profissional e pessoal. 

O estudo levou em conta fatores como segurança, saúde, número de empregos remotos disponíveis e número de dias de licença parental remunerada. A análise também incluiu a disponibilidade de espaços ao ar livre, qualidade do ar e inflação.

A única cidade brasileira a aparecer no ranking foi São Paulo e chegou em lugar derradeiro: ocupa a 97ª posição no ranking, de 100 cidades. Ela aparece no fim da fila, com 66.5 pontos, junto com Cidade do Cabo, com 50 pontos, Dubai, com 61.1 pontos, Kuala Lumpur, com 66.2, e Bancoc, com 70.7. 

Nas primeiras colocações, além de Oslo, que ganhou 100 pontos, estão Helsinque, com 99.2, Zurique, com 96.3, e Copenhague, com 96.2. Para chegar às notas, foram analisados mais de 130 indicadores, obtidos por meio de relatórios de organizações internacionais, ONGs, conjuntos de dados de acesso aberto, pesquisas públicas e plataformas com base de dados coletivos. No caso da falta de dados sobre as cidades, o estudo considerou as estatísticas nacionais.

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O QUE TORNA OSLO A NÚMERO 1?

Oslo, capital da Noruega e cidade mais populosa, está localizada no sudeste do país. Ela possui uma enorme indústria marítima e também abriga empresas nos setores de ciências biológicas, TI, energia e tecnologia ambiental.

De acordo com os dados do relatório de Kisi, os trabalhadores de Oslo tiram em média 25 dias de férias por ano e recebem 707 dias de licença parental remunerada. A cidade também obteve alta pontuação em trabalho remoto, qualidade e disponibilidade de assistência médica e qualidade do ar.

POR QUE PRECISAMOS FICAR DE OLHO?

Além de mudar de casa, a pandemia também fez as pessoas repensarem seus empregos e avaliarem seu equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Isso levou a taxas recordes de demissões voluntárias nos EUA, à medida que as pessoas buscam cargos com melhores salários, horas e condições de trabalho.

Os grandes centros financeiros, por exemplo, acabaram caindo posições no ranking por isso, como é o caso de Nova York. O foco só em trabalho e carreira já se sustenta sozinho. E isso mostra o que as empresas estão sentindo e adaptando neste período pós-pandêmico: a busca e construção de melhores profissionais perpassa a entrega de um ambiente de trabalho que potencialize seu crescimento. Para muitos, ter flexibilidade com o home office ou licença parental faz a diferença. 

Com isso, como fica o futuro dos escritórios? Ou a gestão dos times? Tudo tem que ser adaptado e manejado de acordo com a realidade, claro, mas se manter atento ao cenário que se desenha mostra que as pessoas buscam muito mais do que bons salários. 

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