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Open Innovation: como o Grupo RD investe em inovação no setor de saúde

Cada vez mais próxima do cliente, a companhia quer incentivar hábitos saudáveis e ser a porta de entrada do sistema de saúde

Open Innovation: como o Grupo RD investe em inovação no setor de saúde

Unidades RaiaDrogasil (foto: divulgação)

, Redator

9 min

10 nov 2022

Atualizado: 19 mai 2023

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Um oferecimento

Você já deve ter ouvido falar em Open Innovation – ou Inovação Aberta – mas, se não ouviu, sem problemas, a gente explica. Open Innovation é um processo no qual uma empresa se conecta ao ecossistema externo de inovação (startups, universidades, institutos etc.) para trazer novos talentos, competências e tecnologias. 

Além disso, tem o objetivo de melhorar o desenvolvimento de produtos ou serviços e aumentar a eficiência de processos dentro das organizações. É o que permite encontrar soluções para as dores da própria companhia, e claro, aprimorar ainda mais os negócios e a relação com os clientes. 

No Grupo RD – formado após a união das redes de farmácias Raia e Drogasil – a inovação aberta chegou para ficar em 2018, quando a empresa iniciou esse processo de mudanças internas. 

“A RD é uma empresa que cresceu através de modelo tradicional de varejo, e faz isso muito bem. Criamos diferenciais competitivos importantes e, dentro deste modelo, seguiremos crescendo. Entretanto, nossa visão de futuro passa por transformar a companhia em um ecossistema de saúde e bem-estar, conectando nossas farmácias com soluções digitais de varejo e saúde. Tudo isso requer novas competências e entendemos que temos muito a nos beneficiar se abrirmos nossa companhia para esse ecossistema externo de inovação”, explica Fernando Spinelli, diretor da RD Ventures. 


Primeiro passo: transformação digital 

Spinelli conta que o primeiro passo desta jornada mais ampla de transformação teve início com a transformação digital. A partir de 2018, a companhia passou a desenvolver times ágeis, organizar o time em squads, desenvolvimento de microsserviços e armazenamento em nuvem, sempre com foco em melhorar a experiência dos clientes e em desenvolver os canais digitais. 

“O varejo farmacêutico historicamente, no Brasil e no mundo, possuía baixa penetração de venda digital, abaixo de 2%. Nós já estávamos nos preparando desde 2018, modernizando nossas tecnologias e processos para ampliar o canal digital, mas o catalizador determinante deste processo foi a pandemia. A participação do digital em nossas vendas cresceu para perto de 10% em pouquíssimo tempo. E fizemos isso de forma rentável e com altíssimo nível de serviço, dado que nossas farmácias trabalham como pólos de distribuição, garantindo uma entrega rápida e de baixo custo. Algo que não pode ser replicado por empresas puramente digitais”, completa. 

Esse crescimento acelerado deixou claro para a RD os desafios de uma operação multicanal. Coisas que no modelo anterior eram menos relevantes, tais como soluções logísticas como o last mile, sistema de precificação dinâmico para e-commerce e gestão de estoque multicanal, passaram a ser dores de negócio que precisariam ser endereçadas. 

RD Ventures (foto: reprodução)

“Buscar soluções internamente para todos esses problemas novos era inviável, o pipeline de demandas parecia infinito. Foi nesse momento que ficou claro para a RD o valor que o modelo de inovação aberta poderia gerar para a companhia. A partir de então, a RD Ventures começou a ser estruturada, abrindo a empresa para esse ecossistema externo pujante”, complementa Spinelli.

Além disso, foi exatamente durante as fases mais agudas da covid por aqui que a empresa mostrou para seus consumidores que as farmácias poderiam se tornar parte ainda mais relevante do ecossistema de saúde. 

As unidades da Raia e da Drogasil provaram não ser apenas o local onde o consumidor compra os medicamentos. Pelo contrário, mostraram ser também a porta de entrada do sistema de saúde. Uma das evidências do sucesso deste papel da farmácia foram os mais de 5 milhões de testes de covid realizados nas filiais da rede. 

RD RaiaDrogasil (foto: reprodução)

Aumento do portfólio de produtos em saúde e bem-estar

E para se tornar one stop shop de produtos de saúde, o grupo também está investindo no desenvolvimento de um marketplace de saúde. “Trata-se de uma plataforma exclusiva para venda de produtos dos segmentos de saúde, bem-estar e beleza. Por meio desta plataforma, os clientes têm acesso a mais de 180 mil produtos que não estão nas prateleiras das nossas farmácias e que serão fornecidos por sellers parceiros espalhados por todo o Brasil. É uma extensão do sortimento tradicional de 13 mil itens das lojas físicas. Tudo isso estará disponível em todos nossos canais”, comenta o diretor. 

Serviços mais amplos para os clientes 

Inclusive, para Spinelli, quando olhamos a cadeia de valor da saúde, a farmácia é o estabelecimento de saúde com maior capilaridade, estando sempre muito próxima da população. 

“Isso, combinado a um sistema de saúde caro e ineficiente que não prioriza a saúde preventiva, gera uma oportunidade enorme para a RD. Temos condições de unir a capilaridade de nossas 2.600 lojas, o conhecimento de saúde e capacidade de cuidado dos nossos 10 mil farmacêuticos, o conhecimento que temos sobre a saúde de nossos clientes – sempre seguindo as regras da LGPD – com novas tecnologias digitais, para oferecer serviços de cuidado coordenado de saúde, permitindo aos nossos clientes cuidar melhor de sua saúde e bem-estar, viabilizando uma abordagem mais preventiva do cuidado e reduzindo a sinistralidade do sistema como um todo”, esclarece Spinelli. 

Plataforma Vitat

O Grupo RD vem firmando parcerias e investindo inclusive na geração de conteúdo para dar sustentação a este plano. Como é o caso da plataforma Vitat, que oferece mais de 200 programas online com informações sobre alimentação, sono, saúde, atividades físicas, entre outros assuntos. 

Uma dessas parcerias foi selada com a Labi Exames e que tem como intuito oferecer exames laboratoriais em unidades coladas com as farmácias da rede. Além disso, investiram também em uma startup que ajuda as empresas a fazer a melhor gestão de saúde de grandes empresas, a Healthbit, que tem serviços voltados para o segmento B2B. 

Fora isso, estão se aproximando dos médicos através da aquisição da Amplimed, uma das maiores empresas de prontuário eletrônico do Brasil, que conta com mais de 28 mil profissionais de saúde como usuários ativos e é o sistema operacional de mais de 4.400 clínicas espalhadas pelo Brasil.

Em conjunto e de forma coordenada, essas soluções contribuirão para diminuir a sinistralidade do sistema, tendo produtos com foco tanto em B2C quanto em B2B, já que as empresas são as grandes pagadoras da saúde privada no Brasil. “Queremos ser, até 2030, a empresa brasileira que mais promove saúde e bem-estar. Vamos deixar de ser uma empresa que trata de doenças para cuidar da saúde dos brasileiros”, afirma Spinelli.

Como vocês podem ver, o Grupo RD terá uma jornada de transformação intensa pelos próximos anos. “As competências que fizeram da RD o maior grupo de farmácias do Brasil não são necessariamente as mesmas demandadas para este novo momento. É virtualmente impossível entregar tudo isso se a empresa não estiver aberta ao ecossistema externo para fazer parcerias, investimentos e aquisições”, finaliza o diretor.

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