Enquanto a lei que visa proibir o uso do TikTok em território estadunidense é avaliada, é preciso entender o impacto do possível banimento no mercado
Sede da ByteDance na China (foto: Emmanuel Wong / Getty Images)
, Jornalista
5 min
•
28 mar 2023
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Avança a lei que visa proibir o uso do TikTok nos Estados Unidos, aplicativo de redes sociais mais baixado no país, e na União Europeia. O argumento é o uso de dados e o risco à segurança nacional, alegando que o app poderia ser usado como instrumento de espionagem pelo governo chinês.
“No fim das contas, vai ser uma ação de proteção de mercado”, diz Vinicius Batista de Oliveira, Especialista em Economia Digital Global e um dos responsáveis pelas missões da StartSe na China.
Para ele, a saída do TikTok traria vantagens aos players americanos, como Instagram, da Meta, e até para a Google. “A China desenvolveu um forte ecossistema de inovação graças ao protecionismo, copiando modelos ocidentais, mas isso foi até 2015. Hoje, a nova fase que a gente está vendo é a China criando novos modelos e exportando.”
A China, que de 2000 a 2015 sofreu influência das plataformas americanas (Baidu, Inc. se inspirou no Google; Youku Tudou Inc se inspirou no YouTube) hoje cria novos modelos digitais que viralizam pelo mundo inteiro - e assustam o mercado americano. Agora, os Estados Unidos sinalizam que vão usar técnica similar.
Não à toa. Para você ter uma ideia, o top 4 dos aplicativos mais baixados nos Estados Unidos é chinês. Veja o gráfico abaixo. Para Oliveira, o movimento da China, antes da pandemia, tinha um mercado interno grande para alimentar e não se preocupava em crescer fora dali. Agora, a situação é diferente e uma das opções das empresas chinesas foi internacionalizar.
Com ecossistemas separados, teremos China e Estados Unidos produzindo cenários diferentes e com menos intercâmbio.
“Eu diria que esse pode ser o começo de uma nova fase de inovação digital”, afirma Vinicius, dizendo que vamos voltar a ver um cenário onde a tecnologia deixa de ser global. “E, mesmo que involuntariamente, os EUA posicionam a China na nova vanguarda de inovações digitais.”
E os brasileiros? Eles vão poder visitar cada um dos países, absorver as tecnologias e inovações desenvolvidas ali e para trazer ao seu negócio. Mas precisamos esperar para ver o que vai acontecer, de fato.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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