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"O jornalismo abriu meus olhos para o mundo"

Para Paloma Tocci, jornalista e apresentadora, ter trabalhado em vários setores dentro do jornalismo trouxe muitos aprendizados. Segundo ela, ser polivalente é uma das características do profissional atual e do futuro. Confira!

"O jornalismo abriu meus olhos para o mundo"

Paloma Tocci (Foto divulgação Instagram)

, jornalista

13 min

25 ago 2021

Atualizado: 19 mai 2023

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Por Sabrina Bezerra

Algumas pessoas levam anos para escolher a profissão ideal, mas esse não foi o caso de Paloma Tocci. A vontade de cursar jornalismo aconteceu quando estava na sétima série do ensino fundamental. 

“Muitas vezes, a professora pedia para alguém ler algum trecho de um livro ou poema, e eu adorava participar desse tipo de atividade”, conta ela. “Eu fui percebendo que na área de comunicação tinha um espaço bem legal para mim, que eu me identificava. Por isso, optei por fazer jornalismo.”

No segundo semestre da faculdade, Paloma passou no processo seletivo para uma vaga de estágio na Band. “Comecei no Band News. Na época, tinha sido recém lançado. Foi um grande aprendizado porque era tudo de forma muito imediata e dinâmica. O volume de notícias era muito grande”, diz ela.

E foi nesta empresa que a jornalista foi trilhando sua carreira. “Trabalhei em algumas áreas dentro do jornalismo que foram importantíssimas. Depois, fui para o esporte", conta Paloma.

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Como foi o processo para se tornar repórter esportiva?

Comecei a acompanhar alguns repórteres nos treinos dos clubes. Daí, num belo dia de jogo clássico — no Estádio do Morumbi — se não me engano, era São Paulo e Palmeiras, eu pedi para ir junto. Fui. O objetivo era fechar uma matéria de teste. Mas neste dia deu tudo errado (risos) em termos de confusão. O motivo? Deu briga na porta do estádio. Porém, ao mesmo tempo, deu tudo certo para que eu fechasse uma matéria — e foi o que me abriu portas. Escrevi o texto e gravei a passagem. Foi para o ar no Jogo Aberto [programa da Band sobre esporte] e a partir daí eu virei repórter do esporte.

E você sempre quis trabalhar com esporte?

Eu sempre fui apaixonada por esportes. Eu estudei em um colégio que usa muito o esporte na formação dos alunos. Tinha um mega evento na escola que era as Olímpiadas. Isso fez parte da minha formação pedagógica e como ser humano. Aliás, eu acho que os valores do esporte são os valores que a gente carrega por toda a nossa vida: o espírito esportivo, saber comemorar as vitórias e aprender com as derrotas e os fracassos. Quando eu entrei na Band, era um foco ingressar nesta área. Tanto que, na entrevista, eles perguntaram qual setor eu gostaria de trabalhar. Eu falei esporte. Mas na época, a vaga era para o Band News. E nada acontece por acaso.

Por quê?

Foi um grande aprendizado. Eu tinha de passar pelo Band News para amadurecer. Para que fosse um estágio consistente. Ali era uma correria absurda, uma loucura. E isso me preparou para trilhar a minha jornada no esporte.

Conte mais sobre quais foram os principais aprendizados na sua trilha profissional.

Eu acho que foi muito bom eu ter passado por várias áreas. O profissional atual e o profissional do futuro precisam ser polivalentes. Eu tenho um pouco dessa versatilidade por ter passado por vários setores e departamentos dentro do jornalismo. Por exemplo, o esporte é dinâmico. Não existe roteiro pré-estabelecido, você vai de acordo com o acontecimento daquela partida. Ter passado por essa experiência me ajudou a ter maturidade e menos euforia quando fui para o jornal e aconteceram imprevistos. O jornalismo me abriu os olhos para o mundo e ter trabalhado com o Ricardo Boechat foi uma escola. Eu aprendi muito com ele. Era um profissional brilhante. Um gênio. Trabalhava muito com a verdade. Já quando fiz entretenimento, eu aprendi a não levar a Paloma tão a sério. Isso porque, eu sempre fui uma pessoa muito séria, muito focada. Ali eu me desconstruí: me diverti mais, dei risada de mim mesma, fui soltando as amarras.

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Em 2012, você disse que pessoas olhavam torto e faziam fofocas machistas. Poderia contar um pouco mais sobre isso?

É um ponto muito difícil e que ainda tem penetração na nossa sociedade. Eu vivi em um meio muito dominado pelos homens, que é o futebol. Eu precisei provar que eu estava lá para desempenhar o meu trabalho, para aprender e crescer. Porque, primeiro vem a beleza, depois a competência. Você precisa a todo momento mostrar coisas além da beleza. Eu, na minha vida, vou tentando desempenhar o meu melhor, sendo correta com as pessoas e verdadeira. O machismo ainda existe. Talvez eu não tenha trabalhado isso de forma consciente conforme eu vivi essas situações. Elas passavam por mim, e eu arregaçava as mangas e ia, mas elas realmente existem e são bem presentes e marcantes. A mulher conquistou já muitos espaços, quebrou muitas barreiras, mas ainda é algo que a gente precisa construir e quebrar mais amarras.

E você, como conquistou o seu espaço?

O mercado de trabalho exige muito da gente. É competitivo. Eu procurei sempre ser muito correta e segura do lugar que eu ocupava. Nunca quis tirar o lugar de ninguém. Nunca me senti ameaçada por tirarem o meu lugar. Talvez eu não tenha muito o olhar da malícia e a bola de neve que é o mercado de trabalho. Sempre construí a minha carreira baseada nos meus valores. Eu plantei, plantei, plantei, porque sabia que uma hora iria colher os frutos daquilo que estava plantando.

Em meio ao mercado de trabalho competitivo, como você cuida de sua saúde mental?

É uma das minhas prioridades cuidar da saúde física e mental. Eu faço psicanálise há muito tempo. Também gosto de meditar e frequentar a minha religião.

Quem é a sua inspiração?

Sem dúvida, a minha filha Maya, de três anos. Eu faço tudo por ela. Aliás, quando nasce um filho, é um impacto muito grande na vida da mulher como indivíduo. A gente perde um pouco da própria identidade. Só agora que eu tenho começado a retomar um pouco da Paloma. É uma entrega muito grande. Um bebê depende 24 horas por dia de você. Nos primeiros quatro meses de vida dela, eu me dediquei totalmente à maternidade.

E como foi voltar ao trabalho?

Uma luta. É um dilema muito grande, porque hoje a mulher moderna não só procria. Ela tem outras facetas que a completam como mulher. O trabalho é algo que me dá prazer, eu me sinto produtiva e com propósito. Mas no momento de deixar a minha filha com quatro meses e voltar ao trabalho, eu senti culpa. É muita responsabilidade terceirizar para outra pessoa.

Como foi lidar com esse momento?

Eu fui tentando levar cada fase com leveza, com tranquilidade. Colocando cada coisa na prateleira de responsabilidade e tentando dar o meu melhor em todas as minhas facetas.

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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.

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