IPO está nos planos? A empresa será vendida? Quais serão os próximos passos após o investimento? Em entrevista à StartSe Marcio Waldman, fundador da Petlove, e Talita Lacerda, CEO da companhia, respondem essas e outras questões sobre o negócio. Confira!
Petlove (foto: divulgação/Petlove)
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10 min
•
1 set 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra
O sorriso no rosto de Marcio Waldman — fundador da Petlove — durante a entrevista em videochamada não nega a empolgação em consolidar o negócio como o principal ecossistema pet do Brasil.
Para isso, a empresa prepara-se para lançar o superapp, aprimorar o programa de assinaturas e ampliar a malha logística (veja mais abaixo).
Os planos, no entanto, são divulgados para o mercado após a empresa receber o novo aporte de R$ 750 milhões. “É a nossa maior captação. E, ao menos até agora, é a maior do mercado pet”, disse Waldman.
A injeção de capital foi liderada pela gestora norte-americana Riverwood Capital — que tem em seu portfólio empresas como Technisys e VTEX. Os fundos de investimento — L Catterton, Monashees, SoftBank e Tarpon — e a Porto Seguro também participaram da rodada.
Waldman é aluno do curso XBA, da StartSe. “Pouco antes da covid-19, eu fiz a imersão em Palo Alto. […] Fiquei impressionado com a postura de inovação, com os contatos e com a visão de tecnologia que a empresa tem. De lá para cá, tenho acompanhado os conteúdos e participo do grupo do Telegram. Agora, farei o XBA. Quando vi os professores, o modelo de aula, o jeito que a gente aprende e discute, eu pensei: é isso. Farei mais um curso”, conta ele.
Desde que a história da Petlove começou — à época em formato físico —, Waldman foi ajustando o modelo de negócio para atender os clientes de maneira eficiente. Nesta linha, em 1999, lançou a primeira versão do e-commerce (veja o case).
Agora, com o novo aporte, o empreendedor segue na mesma direção. Desta vez, com o objetivo de lançar, em breve, um superaplicativo — modalidade que está em alta no mundo dos negócios.
Os passos seguidos — apesar de ser segmento diferente — lembram a história do Magazine Luiza. Afinal, a empresa começou com loja física, ingressou no mundo online e hoje é um dos cases de sucesso quando o assunto é superapp.
E o IPO? “Ainda é cedo para falar sobre IPO. Poderia fazer sentido, mas não no curto prazo. Temos bastante desafio para executar [antes do IPO]”, diz Talita Lacerda, CEO da Petlove&Co.
Em tom de suspense e sem contar muitos detalhes, Waldman e Talita contam que o superapp completo deve ser lançado oficialmente entre um ano e meio e dois anos. “Mas até o final de 2021 começa a ganhar cor”, conta Talita.
“Um ponto que a gente pode falar: estamos pensando em vender o plano de saúde — resultado da fusão com a Porto Pet — online. Hoje ainda não é possível”, conta em exclusividade à StartSe. “Também vamos integrar ainda mais à plataforma a DogHero [braço de hospedagem, passeios e veterinário da empresa]." “Para colocar em prática, vamos dobrar o time de tecnologia”, diz a executiva.
Além disso, está nos planos aprimorar o programa de assinaturas. “Para que o cliente consiga assinar produtos e serviços dentro da plataforma, e também consumir os conteúdos (feitos para o tutor e para o veterinário)”, afirma Waldman.
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Nada é mais gratificante para um cliente do que receber a compra online rapidamente. Pensando nisso, parte do investimento da Petlove será para turbinar a logística do ecossistema Petlove&Co (resultado da fusão com Petlove, DogHero, Vetus, VetSmart e Porto.Pet).
“Hoje, temos o formato de entrega expressa e o programa Petlove Já, que tem o prazo de até 4 horas para recebimento das compras em algumas cidades do Brasil”, diz Talita. “Mas queremos potencializar ainda mais”, conta ela.
Para isso, novos centros de distribuição serão inaugurados e tuc-tucs serão um dos modais para a realização das entregas. “Queremos acelerar o envio dos itens sem causar impacto ao meio ambiente. ESG tem sido um pilar muito importante para nós”, diz Marcio Waldman, fundador da Petlove.
“Um dos pilares do ESG é olhar para a sociedade. E a gente tem feito isso. Contratamos, por exemplo, muitos refugiados”, diz em exclusividade à StartSe Waldman.
Como falamos acima, a Petlove&Co é o resultado da fusão com a Petlove, DogHero, Vetus, VetSmart e Porto Pet. Afinal, aumentar o conglomerado com empresas — dos mais variados segmentos dentro do mercado pet — pode ser um diferencial para potencializar o negócio.
"Queremos que os tutores lembrem da gente sempre que pensarem em serviços e produtos para pet”, diz Talita. Contudo, por enquanto, não está nos planos ingressar novamente em M&A (fusões e aquisições).
“Estamos focados em integrar as operações que a gente atraiu, mas com certeza, a gente vê espaço [no futuro] para aquisições complementares”, afirma a CEO.
No vocabulário de muitos empreendedores, a frase “meu sonho é vender a empresa” aparece com frequência. Mas para Waldman, é diferente. “Não quero vender. De forma alguma. Eu fundei a empresa para impactar positivamente o mercado pet”, diz ele.
"E se eu puder dar um conselho aos empreendedores, sigam sempre o caminho mais impactante. O que você consegue fazer para tornar uma sociedade melhor. Não pense na questão do dinheiro. Isso é passageiro. Isso é o valor menor que você vai conseguir fazer para o mundo", completa.
Temos falado com frequência sobre o gigante mercado pet. Afinal, o setor movimentou em 2020 — ano marcado pela crise de coronavírus — mais de R$ 40,1 bilhões no ano passado, segundo o Instituto Pet Brasil. Isso significa uma alta de 13,5% em comparação com 2019.
Há muito o que observar. Em destaque a corrida das empresas do nicho para se consolidar como maior e melhor player do setor. Porém, não é uma tarefa fácil. Manter o sucesso estrondoso e fidelizar o consumidor exige investimento, boas ideias e muita inovação.
Principalmente quando a competição está acirrada. No caso do mercado pet, por exemplo, a Petz estreou na bolsa brasileira em 2020 e fez história: primeiro IPO do segmento na B3. Também fez a compra, neste mês, da Zee.Dog. A Cobasi, por sua vez, recebeu o aporte de R$ 300 milhões. Todas com o mesmo objetivo: ser um ecossistema de serviços pet.
No caso da Petlove, as frentes de superaplicativo e logística — que pretende atacar após receber a injeção de capital — fazem sentido e vão ao encontro das demandas do mercado. De um lado, o consumidor quer encontrar tudo o que procura em apenas um lugar. Do outro, quer receber em tempo recorde.
Vale destacar a sacada da companhia também em atuar em frentes de ESG — pilares que estão sendo cobrados, cada vez mais, por clientes e investidores.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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