Miami tem um dos principais ecossistemas de negócios dos Estados Unidos, se conectando com a América Latina de forma estratégica.
, Jornalista
7 min
•
2 jan 2023
•
Atualizado: 19 mai 2023
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“Eu sinto em Miami a vibe que eu sentia no Vale do Silício 15 anos atrás” é uma das frases que Gustavo Trindade, diretor da Babson College Miami, brasileiro e ex-aluno da Babson, anda escutando dos fundadores de empresas que estão na cidade.
A vibe é de todo mundo remando junto, tentando construir algo, só que com um jeito latino: “os players que estão aqui estão com boas intenções, querem crescer o bolo para que todo mundo se beneficie.”
Sim, a cidade famosa pelas praias e pelo turismo hoje concentra um dos polos mais relevantes para quem está pensando em globalização dos negócios. Para Gustavo, a ida das empresas brasileiras para lá é um movimento natural.
São mercados completamente diferentes, sim, mas é a capital da América Latina. Esses dois fatores entregam uma questão relevante: ao estar em Miami, as empresas brasileiras conseguem fazer conexão com as empresas latinas, mas também com os Estados Unidos.
Entretanto, isso não é sinal de sucesso. “Os hábitos são mais parecidos e o jeito de fazer negócio também. Logo, a entrada por Miami é mais fácil, mas não é garantia de sucesso”, explica Gustavo.
Por quê? As mesmas vantagens que o brasileiro tem, como o fator cambial ao manter a equipe no Brasil e lucrar em Dólar nos EUA, todos os outros estrangeiros também vão ter. Então, é fundamental ter um modelo de negócio diferenciado e adaptado.
“Se você conseguir identificar e adaptar seu produto para a realidade americana, Miami vai te ajudar a ter uma transição mais suave para o movimento global.”
Uma das vantagens é ter talentos de fora do Brasil, abrindo possibilidades em outros lugares. Dessa forma, Miami pode ser um bumerangue para o resto do mundo. Outro ponto que Gustavo ressalta é que muitos imigrantes foram bem-sucedidos abrindo negócios nos EUA ou assumindo grandes cargos em empresas relevantes no cenário mundial. Eles mostram que é possível. “É tudo mentalidade: você cria um negócio atacando localmente e pensando globalmente.”
Gustavo está em Miami desde 2017, quando levou a Babson para lá -- a ideia era fazer a conexão com os empreendedores da América Latina a partir dali. Ele conta que a cidade os recebeu de braços abertos, principalmente o Prefeito Francis Suarez.
“As nossas reuniões eram como de empresa para empresa, calculando o que cada uma ganharia ao levar a Babson à cidade.” Na abertura da Escola em Miami, o prefeito participou do kickoff, se mostrando muito aberto e disposto a fazer com que novos negócios cheguem.
Ele sinaliza os seis pilares indicados para a transformação dos negócios que são: governo (criando incentivos e regras), academia (formando talento), empreendedores, investidores, grandes empresas (muitas startups são criadas para servir ou serem adquiridas por grandes empresas) e fundações/ONGs (que ajudam o ecossistema a ser mais forte).
“Quando você olha esses 6 pilares, o governo da Flórida faz um trabalho excelente”, diz ele.
A América Latina é vista como um berço de oportunidades, abrindo portas para negócios que querem trazer soluções para estes lugares. Gustavo, inclusive, aponta a Cidade do México como um lugar com muito potencial para os negócios que fizeram sucesso em São Paulo: são cidades com questões parecidas.
Miami, latina que só, tem apoiado empresários que buscam estes caminhos, mas que também querem prosperar no mercado americano. Ela facilita a entrada com um jeito parecido de fazer negócios, se tornando uma porta para o resto do mundo. Os incentivos políticos existem, muitos brasileiros estão por lá abrindo caminhos e apoiando quem quer se juntar.
A StartSe é uma das empresas brasileiras que está em Miami, sabia? Com a Babson College, apoiamos negócios que querem conhecer o ecossistema e entender como levar sua operação para lá. Quer saber como funciona? Clique aqui e conheça - a próxima turma vai no dia 30 de janeiro de 2023!
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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