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A queda das fazendas verticais: lições reais sobre negócios e inovação

O que o colapso de startups bilionárias nos ensina sobre inovação e execução

A queda das fazendas verticais: lições reais sobre negócios e inovação

Foto: Pexels

, Redator

5 min

14 abr 2025

Atualizado: 14 abr 2025

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Durante boa parte da última década, as fazendas verticais foram tratadas como o símbolo da próxima revolução agrícola. Elas prometiam eficiência hídrica, produção urbana em escala, redução drástica de emissões e uso intensivo de tecnologia — um prato cheio para investidores em busca da união entre propósito e retorno.

Robôs, sensores, IA e estrutura modular prometiam reinventar a agricultura, e o capital de risco respondeu com entusiasmo. Startups como Plenty, Bowery, AeroFarms e AppHarvest levantaram centenas de milhões de dólares cada, algumas alcançando valorizações bilionárias antes mesmo de provarem um modelo de negócio sustentável.

Mas a maré virou. 

Mas, antes, você sabe o que são fazendas verticais?

A agricultura vertical, como o próprio nome já nos induz a imaginar, é a prática de cultivar em superfícies verticais em vez da agricultura horizontal tradicional. A ideia é que, produzindo camadas empilhadas verticalmente, os agricultores podem produzir muito mais alimentos na mesma área. 

Agora, o que deu errado?

Bom, as mesmas empresas que lideraram o setor lá no início agora acumulam pedidos de falência. As ações da AppHarvest, após um IPO promissor, derreteram quase 100%. A AeroFarms, uma das pioneiras, pediu recuperação judicial logo após investir pesado em uma nova instalação. Kalera, Bowery e outras seguiram o mesmo caminho, encerrando operações ou entrando em litígios com credores. As informações foram divulgadas pela InfoMoney. 

O sonho de abundância esbarrou na realidade operacional. A promessa de escalabilidade não resistiu a margens operacionais apertadas, custos altíssimos com iluminação artificial, mão de obra qualificada escassa e um modelo de negócio que ainda não fecha a conta. Em um cenário de juros altos e capital seletivo, os investidores deixaram de perseguir o "próximo unicórnio" e voltaram a fazer a pergunta básica: isso é rentável?

Além disso, outras soluções menos intensivas em capital, como estufas de alta tecnologia que utilizam luz solar, passaram a ganhar protagonismo por oferecer melhor equilíbrio entre inovação e custo-benefício.

Mas seria o fim definitivo?

Provavelmente não. Regiões com escassez hídrica e energia barata — como países do Oriente Médio — continuam interessadas em absorver e adaptar o modelo. Além disso, a pressão climática por resiliência alimentar e produção local segue em alta, o que pode manter viva uma versão mais enxuta e disciplinada das fazendas verticais.

As empresas do setor agora ajustam o foco: menos narrativa futurista, mais rigor unitário. Em vez de conquistar o mundo, tentam dominar um nicho — como a produção de microgreens — com um modelo viável, mesmo que modesto.

Por que importa?

Porque o caso das fazendas verticais é mais do que uma lição sobre agricultura: é um espelho do que acontece quando inovação, capital e timing não andam juntos. Para executivos e investidores, fica o alerta: a tecnologia sozinha não garante escala, propósito não substitui lucro, e nem todo “next big thing” sobrevive ao primeiro ciclo de juros altos. 

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