Sou Aluno
Formações
Imersões
Eventos
AI Tools
Artigos
Sobre Nós
Para Empresas

Droga Raia muda de nome; saiba quando o reposicionamento de marca vale a pena

Saiba o que deve ser considerado antes de tomar a decisão da mudança de nome e confira quais são as principais estratégias.

Droga Raia muda de nome; saiba quando o reposicionamento de marca vale a pena

, jornalista

16 min

30 abr 2021

Atualizado: 8 ago 2023

newsletter

Start Seu dia:
A Newsletter do AGORA!

Por Sabrina Bezerra

Em um reposicionamento de marca, a Droga Raia mudou de nome. Agora, será apenas Raia. O projeto piloto foi inaugurado em uma unidade no bairro Jardim Paulista, em São Paulo. O movimento vai ao encontro das mudanças recentes no mercado em busca de um nome mais minimalista. Entenda nos próximos tópicos:

 

+ Assista à essa aula gratuita para saber mais sobre a construção de uma marca. 

Marcas, brand, publicidade (Foto: Alexander Spatari via Getty Images)

POR QUE MUDAR O NOME DA EMPRESA

Antes de falarmos sobre o porquê, é importante que você saiba: a decisão deve ser tomada após avaliar o contexto. É o que diz Beatriz Brunson, especialista em comunicação estratégica para marcas e chief marketing officer da Gummy Conteúdo Digital. Se for uma pequena e média empresa, por exemplo, pode ser arriscado mudar de nome. “Pois, a reputação ainda está sendo criada”, diz ela. Dificilmente a clientela vai lembrar novamente da marca. Ou seja, associar o novo naming com o antigo. Para as grandes empresas, o processo pode ser mais fácil. “Elas têm um público fiel e podem avisá-los sobre a alteração com antecedência”, afirma Beatriz. Além disso, a mudança não deve ser feita “apenas porque o empreendedor quer”, diz Beatriz. Precisa existir uma estratégia por trás.

Mas afinal, quando a alteração de nome deve ser feita?

Uma situação muito comum na alteração de nome, é quando ele já está registrado no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Daí, a marca que o registrou — antes de você — pode fazer um pedido de oposição. Ou seja, pode alegar que o naming é dela e você não pode usá-lo, pois estaria infringindo o artigo 195 da Lei nº 9.279/1996, a lei de propriedade intelectual (falamos mais sobre isso no tópico abaixo). 

Outra circunstância, segundo Erika Pinheiro, diretora de marca na Ana Couto, é quando a empresa “quer se adaptar ao mercado. Tem acontecido muito a mudança [de nome mais] simplificado. É o caso do Ponto Frio, que agora chama-se Ponto”. Às vezes, o negócio também revolucionou. Não é mais o mesmo desde a sua fundação. “Desta forma, [a companhia] vê a necessidade de mudar o nome para adaptar-se às mudanças", afirma Erika. Portanto, se você não se encaixa nessas opções, não faça a alteração. “Se não tiver uma estratégia por trás, fica uma criação por criação”, completa Erika.

criatividade, negócio, brand, marca (Foto: Unsplash)

COMO ALTERAR O NOME DA EMPRESA


Entenda a relevância de sua marca no mercado
O primeiro passo é criar uma estratégia. “Defina uma proposta de valor. Lembre-se que o nome pode ser criativo e divertido, mas se questione: ‘ele se conecta com o seu público? Transmite quem é a sua marca?'”, aconselha Érika. É importante conhecer o seu serviço ou produto e qual o papel dele no mercado antes de escolher um naming. 

Além disso, segundo Érika, é importante “conversar com as pessoas envolvidas na construção da marca para entender qual é o público-alvo, como está o mercado, quais são as intenções da marca, os players e concorrentes, qual a promessa e proposta de valor de cada um." 

Conheça o concorrente, mas não o copie  
Após mapear a concorrência, não ‘bata de frente’, não os copie. “Ache o seu lugar no mercado”, afirma Erika. “Se copiar o que todo mundo faz, pode até dar certo no início, mas não se sustenta. Vai ser só mais um negócio [igual aos outros]. A diferenciação é o que vai fazer o consumidor escolher a sua empresa”, completa.

Conte a história 
O gerador de nome tem se tornado comum no empreendedorismo, mas Beatriz diz que esse não é o caminho. O diferencial está em contar a história da empresa. “Não confie a sua marca a um gerador de nome. As pessoas estão cansadas de mensagem genéricas. E lembre-se: O naming é a comunicação de sua marca para o mundo e não pode faltar história", diz ela. 

"O nome precisa ter um conceito e uma narrativa por trás. […] Não é para ser [apenas] bonito, é para responder alguma coisa, contar uma história”, diz Érika. 

Não complique
Menos é mais. Escolha um nome fácil de “falar, escrever, soletrar. Nome que gruda [na cabeça do público] é simples”, diz Beatriz. Não à toa que grandes empresas estão aderindo a este movimento (veja o tópico abaixo).

Avise o consumidor sobre a mudança de nome
Não deixe de avisar o cliente sobre a mudança. Use as redes sociais e todos os meios de canais de comunicação para isso. E não se assuste: "a mudança vista pela primeira vez pode causar estranhamento no consumidor. É normal. Tem o tempo de maturação", diz Erika.

Faça o registro no INPI
Sabemos que, muitas vezes, o empreendedor tem o sonho de batizar a companhia com algum nome que gosta. Mas antes de fazer isso, é preciso verificar se pode usá-lo. “Faça primeiro uma pesquisa no INPI. Ele é o órgão público brasileiro responsável pelo registro de marca”, diz Paulo Foccacia, sócio do escritório de advocacia FAS Advogados. Se estiver livre, use-o; caso contrário, é melhor escolher outro. “Ou entrar com uma ação judicial”, afirma Paulo. Portanto, lembre-se: verifique se o nome está disponível para uso antes de abrir a empresa.

Érika também diz à StartSe sobre a importância do registro: “mais do que o nome criativo, memorável e estratégico, precisa estar livre e disponível para registrar. Esse deve ser o primeiro ponto de atenção”, diz ela.

Isso porque, segundo Paulo, é possível abrir a empresa e só depois registrar o nome. Mas se o naming já estiver registrado, isso pode ser um problema. O empreendedor receberá um pedido de oposição. Neste caso, ele tem duas alternativas: mudar a marca ou explicar ao órgão que não existe colidência entre as empresas e entrar com uma ação judicial. “O prazo de análise costuma demorar, em média, de 90 a 180 dias”, diz ele. E um alerta: se o empresário receber o pedido de oposição e não mudar nada, ele pode pagar multa. “A concorrente pode alegar que atrapalhou o seu negócio e cobrar ressarcimento pelo prejuízo. E se a empresa continuar usando o nome, o valor da indenização é por dia”, diz Paulo. O valor depende caso a caso.

Dica extra: faça registro também no domínio (site que será usado) e redes sociais.

AS GRANDES EMPRESAS ESTÃO MUDANDO DE NOME

O minimalismo tem crescido (e não estamos falando apenas do mercado de moda e decoração), mas também em nomes de empresas. Seguindo essa linha, nas últimas semanas a Via Varejo, dona das marcas Bartira, Casas Bahia, Extra e Ponto Frio (ops, Ponto :>) mudou o nome da holding — agora chama-se apenas Via. "Já estamos olhando para o futuro. A Via de hoje não é a mesma de ontem e também não será a Via de amanhã. Vamos buscar inovação o tempo todo. Esses movimentos pelos quais estamos passando na companhia reforçam todo esse comprometimento e trabalho”, escreveu em comunicado o CEO da Via, Roberto Fulcherberguer.

E o Ponto Frio passou a se chamar apenas Ponto :>. De olho no público da internet, a empresa disse em comunicado ao mercado: “a nova fase da marca tem foco em tecnologia com muito bom humor e sem enrolação”. “Essa é uma mudança muito importante no Pontofrio. Uma marca com 75 anos, querida pelos clientes, extremamente reconhecida e valorizada, pioneira nas redes sociais e que sempre transmitiu inovação. Demos um grande salto, a marca ficou mais jovem, mais moderna e inovadora. E também trouxe mais protagonismo a uma personalidade descontraída, divertida, bem-humorada e focada no digital”, escreveu Ilca Sierra, diretora de marketing e marca da Via Varejo.

O Facebook Inc. ― em um reposicionamento da marca ― mudou o nome para Meta. O objetivo é marcar território no metaverso ― união entreo mundo virtual e o físico. “A próxima plataforma será ainda mais imersiva – uma internet que você pode experimentar, não apenas olhar para ela. Nós chamamos isso de metaverso e irá permear cada projeto que construímos. A qualidade que define o metaverso será a presença – como se você estivesse ali com outra pessoa ou em outro lugar. Sentir-se verdadeiramente presente com outra pessoa é o maior sonho da tecnologia social. É por isso que estamos focados em construir isso”, disse Mark Zuckerberg, fundador da companhia no anúncio.

A empresa Square ―  de pagamentos digitais ― comandada por Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter, mudou de nome. Agora, se chama Block. O motivo? Ser referência em blockchain e em criptomoedas. 

Funciona assim: Block é o nome da empresa-mãe, dona da Square, Cash App e Tidal.

Em comunicado, Dorsey disse que "Block é um novo nome. Mas o propósito da companhia continua o mesmo: (…) construir ferramentas para aumentar o acesso à economia."

Trata-se de uma estratégia parecida com a do Facebook Inc. (dona de marcas como Facebook, Instagram e WhatsApp) que virou Meta para marcar território no metaverso.

Banner newsletter StartSe

Gostou deste conteúdo? Deixa que a gente te avisa quando surgirem assuntos relacionados!


Assuntos relacionados

Imagem de perfil do redator

Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.

Leia o próximo artigo

newsletter

Start Seu dia:
A Newsletter do AGORA!