Quanto mais startups inovadoras surgem, mais dinheiro e riqueza circula no país de forma direta ou indireta. Entenda.
(Foto: Austin Distel on Unsplash)
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23 min
•
10 mai 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Em 2014 só se falava em uma coisa: a crise econômica e o desemprego. A economia encolheu cerca de 3,3% em 2016 e o desemprego, que atingiu seu auge em março de 2017 com uma taxa de 13,7%, deixou milhões de brasileiros sem trabalho até hoje.
Ao mesmo tempo em que o país se afundava no déficit e no pessimismo econômico, muitas startups conseguiram driblar a maré baixa e se tornar ‘unicórnios’ bilionários.
Fintechs, lawtechs, construtechs e outras tantas… Algumas delas chegaram a receber US$ 1,05 bilhões de dólares em investimentos em 2018, atraindo a atenção de grandes grupos investidores como o Softbank.
Aliás, as startups estão nascendo mais do que nunca por aqui. Segundo o Sebrae, 11 milhões de empresas foram criadas no país nos últimos anos por pessoas que precisavam de trabalho.
São pessoas que aproveitaram o dinheiro da rescisão para abrir o próprio negócio, ou que por conta da idade avançada não conseguiram se recolocar no mercado de trabalho.
Mas, a boa notícia é que, quanto mais startups inovadoras surgem, mais dinheiro e riqueza circula no país de forma direta ou indireta.
Entre 2018 e 2019 houve um verdadeiro boom: mais de 150 investimentos de venture capital aconteceram em startups brasileiras. Somente no ano passado nasceram mais de 2.500 empresas como essas por aqui.
Mas como o empreendedorismo está relacionado ao desenvolvimento econômico? Qual é a importância do empreendedorismo no longo prazo para a economia?
O empreendedorismo está no coração da economia e tem um papel central na sua recuperação. Ele está ajudando o país a se reerguer, pois o empreendedor é o principal interessado em enxergar oportunidade e tem a coragem de arriscar.
Os empreendedores são os responsáveis por liderar as iniciativas inovadoras no setor privado, criar produtos e serviços com custo-benefícios cada vez melhores para os consumidores.
Criam soluções para diminuir custos e desperdícios em todas as áreas (construção civil, agricultura, indústria alimentícia e tantas outras), geram empregos e estimulam o consumo interno.
O pesquisador americano Simon C. Parker descobriu que empreendedorismo e crescimento estão diretamente relacionados. Em seu artigo Empreendedorismo, Normas e o Ciclo Econômico (Entrepreneurship, Norms, and the Business Cycle), descobriu que:
Além do empreendedorismo por necessidade que cresceu com a crise brasileira, outros fatores contribuem para o crescimento do empreendedorismo no Brasil.
Novas oportunidades surgiram com o avanço da Nova Economia
Os avanços da tecnologia deram início a uma viagem sem volta. A forma como vivemos em sociedade mudou, nossos hábitos e comportamentos também.
A nova economia é voltada para potencializar as oportunidades por meio da inovação contínua. Ela desafia a sabedoria convencional da Era Industrial e desencadeia uma transformação estrutural do comportamento de consumo, das relações comerciais e das dinâmicas de produção.
Em um cenário de profundas mudanças tecnológicas e comportamentais, produtos, serviços e indústrias inteiras estão sendo substituídos por formas mais eficientes de trabalho. Porém, não são todas as empresas que conseguem acompanhar a disrupção da Nova Economia.
Enquanto algumas organizações conseguem se adaptar, outras acabam ficando para trás e perdendo seu lugar para startups inovadoras. Por isso entender e estudar o empreendedorismo é essencial para sobreviver e continuar competitivo no mercado.
Mudanças de expectativa dos jovens em relação ao mercado de trabalho e à carreira profissional
Em 2017, o número de empreendedores entre 28 e 34 anos cresceu de 50% para 57% — um crescimento significativo — são mais 15,7 milhões de jovens querendo abrir o seu próprio negócio ou já no início de suas atividades.
Ainda segundo o estudo, 30,5% dos jovens entre 24 e 34 anos estão tentando criar um negócio ou já têm um em estágio inicial (até 3 anos e meio de vida).
Os números também são expressivos quando se referem a jovens entre 18 e 24 anos — 20,3% são empreendedores ou estão envolvidos com a construção de um novo negócio.
Na Nova Economia o trabalho vai se tornar ainda mais instável. No futuro, não irão existir empregos como conhecemos hoje. Muitos deixarão de existir por causa da automação – desde dirigir aviões até realizar cirurgias.
Segundo a MIT Technology Review, por exemplo, revela que a tecnologia da informação reduz a necessidade de certos empregos mais rapidamente do que cria novos.
Baixo investimento inicial para abrir uma empresa digital
Começar um negócio está mais fácil e rápido com a internet.
Por meio de um computador e com poucos recursos é possível lançar um pequeno site ou loja virtual e dar início à carreira de empreendedor sem grandes problemas.
Os investimentos são muito mais baixos que lançar um empreendimento físico, já que dispensa gastos com aluguel e outras despesas fixas para montar a empresa ou comprar um estoque grande, apesar de exigir investimentos mínimos com marketing e desenvolvimento de produtos, claro.
De qualquer maneira, economizando com os custos iniciais, é possível redirecionar o dinheiro e tempo disponível para realizar cursos online sobre empreendedorismo, gestão e formação executiva, por exemplo.
Nesse caso, vale a pena fazer um plano de negócio usando um Business Canvas Model e crie um MVP (Mínimo produto viável) para lançar-se de forma segura e rápida no mercado.
Nunca tivemos tanta gente querendo empreender no Brasil. Segundo o último relatório Global Entrepreneurship Monitor, que mede a quantidade de empreendedores no mundo, o empreendedorismo de oportunidade também está crescendo.
Os empreendedores por oportunidade são aqueles que começaram um negócio principalmente por terem identificado uma chance de criar um negócio viável no ambiente em que atuam.
Após anos de quedas, a proporção entre os empreendedores por oportunidade voltou a crescer e chegou a 62% em 2018, entre os empreendedores iniciais.
Ainda segundo essa pesquisa, aproximadamente 30% dos empreendedores, iniciais ou estabelecidos, afirmam possuir poucos ou nenhum concorrente em sua área de atuação (localidade geográfica).
Ou seja, a grande maioria dos empreendedores possuem um número de concorrentes expressivo, além de trabalhar com produtos e/ ou serviços que já são, ou serão, do conhecimento de seus clientes.
Em torno de 2% dos empreendedores iniciais qualificam a tecnologia que utilizam em seus empreendimentos com idade inferior a cinco anos.
Em relação à inserção internacional, 1% dos empreendedores estabelecidos afirma ter consumidores provenientes do exterior.
O empreendedorismo é uma atividade que contribui de inúmeras formas para o desenvolvimento de um país. Além de gerar mais empregos formais, o empreendedorismo ajuda a desenvolver novas tecnologias e a criar produtos e serviços de valor para o mercado de consumo.
Ao lado da distribuição de renda, da alfabetização e outros critérios de avaliação de geração de riqueza como o PIB (Produto Interno Bruto), o estímulo do desenvolvimento tecnológico é um dos pilares que sustentam os países desenvolvidos.
Ao desempenhar um papel protagonista da inovação, ao lado de outros players como a própria ciência, universidade e governo, os empreendedores se tornam peças-chave para a economia de um país, tornando-se essenciais nas sociedades.
Um país sem emprego é um país sem dinheiro circulando, portanto sem gerar riqueza. Isso acontece porque a mão de obra e a manutenção dos postos de trabalho são fundamentais para o crescimento econômico.
É aí que entra o empreendedorismo. Ao criar um novo negócio, os empreendedores precisarão de mão de obra e portanto, abrem vagas de emprego.
Considerando apenas os empreendedores iniciais que geraram pelo menos um emprego, eles foram responsáveis pela criação de aproximadamente 6,5 milhões de postos de trabalho, sejam formalizados ou não em 2018.
Inclusive os pequenos negócios já somam mais de 6 milhões no país, respondendo por 52% da geração de empregos com carteira assinada no setor privado.
O Uber e o iFood, por exemplo, são a fonte de renda de quase 4 milhões de autônomos no Brasil. A título de comparação se fossem reunidos em uma folha de pagamento, ela seria 35 vezes mais longa que a de empresas gigantes e tradicionais como Correios que conta com quase 110 mil servidores.
“Inovação é uma mudança no processo pelo qual uma organização transforma trabalho, capital, matéria-prima ou informação em produtos e serviços de valor maior”, define o norte-americano Clayton Christensen, professor da Harvard Business School e um dos teóricos mais influentes do mundo dos negócios e autor do livro ‘O Dilema da Inovação.’
A inovação transforma a mentalidade e a forma como consumimos produtos e serviços, pois gera novos mercados.
Ela simplifica e reduz custos desnecessários, abrindo novas perspectivas de consumo, inclusive para as classes de baixa renda.
Com a rapidez das mudanças na tecnologia, a tendência é que ela se torne cada vez mais barata e acessível.
Assim, abre-se o caminho para que novos empreendedores e startups surjam com propostas melhores, o que torna o mercado mais competitivo e favorece o consumidor, alimentando um ciclo virtuoso do qual todos se beneficiam.
Ao disponibilizar suas ideias para o mercado, o empreendedor estimula o consumidor a adquirir novos produtos e serviços aos quais antes não tinha acesso.
E aí um mundo inteiro se abre a partir daí: tanto para quem consome, tanto para outros empreendimentos que também são beneficiados com isso.
Quantas pessoas passaram a se deslocar mais de carro depois de conseguirem ‘prever’ quanto iriam pagar pela corrida no Uber (o que não era possível com o táxi tradicional)?
E quantos carros não foram negociados e comercializados para esta finalidade desde que a demanda por motoristas aumentou?
O mais importante é: quando o consumidor enxerga valor em um serviço ou produto, ele pode gastar até mais do que gastaria normalmente.
Um estudo feito com usuários do aplicativo nos Estados Unidos mostrou que a cada dólar gasto com o serviço UberX, US$ 1,60 é gerado em excedente pelo consumidor.
Extrapolando-se os resultados para o restante dos EUA, o valor estimado em excedente do consumidor gerado é de US$ 6,8 bilhões.
Ou seja, as pessoas estão consumindo mais em viagens, uma vez que enxergam valor no serviço.
E você, quer fazer parte disso tudo?
Nas últimas décadas, o Vale do Silício transformou o mundo. A maioria das grandes inovações surgiu na região, e isso não aconteceu por acaso. A boa notícia é que esse modelo pode ser replicado em qualquer região do planeta. Conheça nosso programa Missão Vale do Silício e veja de perto como as empresas do Vale fazem a gestão de seus negócios. Aprenda a cultura, metodologias e abordagens que ajudam no crescimento das maiores empresas do mundo.
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