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Por que você tem visto mais carros da BYD nas ruas da cidade?

Em pouco tempo, a fabricante chinesa saiu da obscuridade para se tornar um dos principais players do mercado automotivo brasileiro. A estratégia de marketing assertiva, a oferta de produtos inovadores e a construção de um ecossistema de produção local foram os principais ingredientes dessa jornada de sucesso.

Por que você tem visto mais carros da BYD nas ruas da cidade?

Divulgação site BYD

, Jornalista

7 min

3 set 2024

Atualizado: 4 set 2024

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Em 2022, quando desembarcou oficialmente no Brasil, a BYD não chegou a vender nem 300 veículos.

Um ano depois, a fabricante chinesa atingiria a marca dos 18 mil automóveis vendidos, entrando para o ranking das dez principais montadoras do país — e líder incontestável no segmento de elétricos.

Entre janeiro e maio deste ano, foram mais de 25 mil novos carros emplacados.

O crescimento não veio por acaso. É resultado de um planejamento que envolve ações integradas de marketing, precificação, inovação tecnológica e pioneirismo.

Na contramão de boa parte das montadoras globais, a BYD acredita que o Brasil pode se tornar o seu segundo mercado fora da Ásia.

Se, por um lado, existe uma indústria de etanol amplamente consolidada no país, por outro, a empresa chinesa enxerga um enorme potencial na matriz energética limpa, no tamanho da economia e, principalmente, na paixão dos brasileiros por carros.

ESTRATÉGIA DE LANÇAMENTO

A BYD estreou no país como uma ilustre desconhecida entre a maioria dos consumidores. Por isso, adotou uma abordagem inicial focada na construção do awareness da sua marca e dos seus produtos.

Carros elétricos eram percebidos como artigos de luxo por muitos brasileiros. Até então, as principais referências eram marcas como Tesla e BMW.

Para mudar essa percepção, a BYD fechou parcerias com com podcasts e influenciadores digitais, ao mesmo tempo que apostou em canais de comunicação de massa.

As ações na TV aberta, por exemplo, incluíram inserções nas novelas Renascer e Pantanal, dois grandes sucessos de audiência dos últimos meses.

Além do elemento principal, os diferenciais destacados incluíram vantagens como conforto, design e alta tecnologia embarcada nos automóveis.

A mensagem-chave: comprar um BYD (ou trocar o seu carro) não precisava ser necessariamente uma escolha racional, mas também aspiracional.

Com a visibilidade consolidada, a conversão da base inicial de clientes teve como foco ativações de marketing (on e off) baseadas em descontos agressivos.

Em uma ação de pré-lançamento realizada no Domingão com Huck, em fevereiro, a BYD ofereceu um abatimento de R$ 10 mil para quem fizesse um pedido antecipado do Dolphin Mini, seu modelo de entrada.

O resultado: 6,5 mil unidades vendidas antes mesmo de divulgar o preço final do automóvel.

Paralelamente, a companhia estabeleceu uma rede de 100 concessionárias em diversas regiões do país — a meta é chegar ao final do ano com 250 unidades.

Posicionamento estratégico, comunicação de proposta de valor, amplificação de mensagem, presença capilarizada e viabilização de acesso.

Estes são apenas alguns dos motivos que explicam por que você está vendo cada vez mais carros da BYD nas ruas da sua cidade.

VISÃO DE ECOSSISTEMA

Embora ofereça modelos mais acessíveis que boa parte de seus concorrentes, o preço final ainda é um obstáculo para os planos de expansão da montadora.

A falta de infraestrutura de recarga e a baixa presença de fornecedores e parceiros locais especializados são outros gargalos de crescimento significativos.

Em resposta a esses desafios, a companhia vem apostando no desenvolvimento de um amplo ecossistema de produção e logística no Brasil. Tudo no melhor espírito de se “você construir, eles virão”.

O planejamento tem como ponto central a instalação de um complexo industrial em Camaçari, na Bahia. Localizado no antigo polo da Ford, o local tem investimentos previstos de 3 bilhões de reais.

O objetivo: lançar a pedra fundamental para o maior ecossistema de veículos elétricos da América Latina — e abrir portas para a atuação em outros países da região.

A expectativa é que o local abrigue três fábricas (automóveis, chassis e baterias) e seja capaz de produzir 150 mil veículos por ano.

A perspectiva da geração de 5 mil empregos diretos já resultou no abatimento de 95% do ICMS e isenção de IPVA para seus modelos de luxo (acima de R$ 300 mil).

Além de conversas com o poder público, a ampliação da cadeia de negócios abriu espaço para parcerias com empresas como Raízen e Cyrela, tanto para criar novas soluções como para instalar mais estações de carregamento.

A exemplo do mercado global de veículos elétricos, o futuro da BYD no país está diretamente ligado ao sucesso da formação da infraestrutura de uma indústria em ascensão.

Os impactos gerais sobre o setor já podem ser observados no reposicionamento e na aceleração de lançamentos de carros elétricos por concorrentes.

Passada a novidade, a companhia agora precisará oferecer novas respostas sobre sua capacidade de manter o ritmo acelerado de crescimento — sem abrir mão do equilíbrio entre margem, competitividade e qualidade.

Ao que tudo indica, a BYD tem energia de sobra até chegar até esse próximo ponto de recarga.

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Fundador da Casa 3163, content house especializada em negócios, inovação, tecnologia e empreendedorismo.

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