Seguradora lançou uma plataforma digital, que estreia com 40 mil anúncios cadastrados e plano de parcerias com imobiliárias
Porto Seguro (Divulgação/Porto)
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Ser só seguradora é coisa do passado. A Porto Seguro anunciou nesta quarta-feira (13) o lançamento do Olho Mágico, sua plataforma própria para aluguel de imóveis, esquentando a concorrência entre as proptechs. O site da Porto entrou no ar com mais de 40 mil anúncios publicados e um reforço para impulsionar o crescimento: a aquisição da Nido Tecnologia, empresa paulistana focada em sistemas de gestão para imobiliárias.
Segundo destaca a Porto em comunicado, a plataforma chega após um longo período de testes e aprimoramentos, cujo objetivo é construir uma experiência “mágica” em conjunto com imobiliárias e corretores de seguros. A questão é como isso fará a diferença, ainda mais em um mercado disputado por diversas proptechs, como QuintoAndar, Loft, VivaReal e outras. Mesmo assim, a empresa está animada.
“Mesmo em fase de testes, antes do lançamento oficial, alcançamos números impressionantes. Foram 5 mil contratos fechados no período, mais de 40 mil anúncios e centenas de imobiliárias cadastradas. Para os próximos meses, o objetivo é seguir aprimorando nossos serviços”, destaca Vicente Conde, head do Olho Mágico.
Outro gancho para a Porto é a inclusão de opções de seguro-fiança, um de seus principais produtos no mercado, dentro da plataforma. O plano da nova empresa é unificar serviços dentro da plataforma, começando pelo aluguel até a escolha de garantias e contratação – o famoso “one-stop-shop”.
Para ajudar no trabalho de buscar mais anunciantes e digitalizar um maior volume de imóveis em diversas imobiliárias em todo o país, a Porto começou a fazer aquisições. A compra de 100% da Nido, empresa focada na digitalização de imobiliárias através de sistemas como CRM e ERP, é o primeiro movimento nesse sentido. A aquisição não teve o valor divulgado.
“O nosso investimento no segmento de sistemas imobiliários reforça o compromisso de oferecer boas soluções para imobiliárias e clientes”, explica Vicente Conde. Segundo o executivo, a compra da Nido deve apoiar o crescimento do grupo em um setor em constante transformação, como o de imóveis, auxiliando também o crescimento contínuo das imobiliárias parceiras da Porto Seguro
Segundo apontam analistas, o investimento em tecnologia e em uma plataforma digital de imóveis entra em linha com o movimento da Porto de deixar pra trás a imagem de seguradora, abocanhando fatias em outros bolos no mercado. Até porque seu principal produto, o seguro-auto, registra perdas de market share nos últimos anos.
Esse movimento não é recente: a empresa já vem diversificando seu portfólio, tanto que anunciou recentemente uma nova configuração como holding. O grupo agora se divide em três verticais: financeira (Porto Seguro Bank), saúde (Porto Saúde) e seguros (Porto). Além disso, empresa tem feito parcerias e aquisições voltadas ao know how tecnológico com empresas como a Segfy, Petlove, ConnectCar e Atar.
O ringue das proptechs está cheio. A Olho Mágico entra no disputado cenário em que empresas como Loft, QuintoAndar, Creditas, Zap, VivaReal e outras estão disputando terreno, cada um com sua estratégia – e suas bombas.
A Creditas, mesmo que com um foco ligeiramente diferente e mais focado no financiamento de imóveis, ganhou destaque ao levantar seguidos aportes e entrar para o clube dos unicórnios. Mais recentemente, a startup levantou uma rodada série F liderada pela Fidelity, no valor US$ 260 milhões. Segundo destacou a empresa, o plano é criar uma plataforma mais completa, incluindo produtos de marketplace.
Por sua vez, a Loft está iniciando seus movimentos de expansão nacional. Na semana passada, ela firmou uma parceria com a gaúcha Auxiliadora Predial para entrar em Porto Alegre, primeira cidade fora do eixo Rio-São Paulo, incluindo serviços como o Credihome, oferta de crédito para os clientes da Auxiliadora com menor burocracia, além de serviços de aluguel sem fiador através da CredPago, e dados sobre condomínios com o 123i.
Já a Quinto Andar foi pro paredão. O motivo foi uma onda de demissões divulgada esta semana, que pegou mal para a startup, principalmente por seguir uma grande campanha de divulgação que a empresa fez no Big Brother Brasil – e custou R$ 11 milhões. As redes sociais, um dos grandes trunfos na jornada de crescimento da marca, não perdoaram.
Informações internas da proptech apontam que 20% do quadro de 4 mil funcionário foi desligado. Ao Estadão, a Quinto Andar diminuiu o número e falou que foi apenas 4%.
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