Empresa holandesa anunciou corte de 4 mil postos de trabalho como uma das medidas para enfrentar uma série crise
Logo azul da Philips (Foto: Ethan Miller / Equipe via Getty Images)
, jornalista
4 min
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24 out 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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O alerta veio no balanço do terceiro trimestre: a Philips registrou prejuízo líquido de € 1,3 bilhão. Os motivos da queda foram por causa da retirada de seus aparelhos de respiração defeituosos do mercado, como também pelos desafios operacionais e de abastecimento (entenda mais adiante).
Como consequência, o grupo holandês vai demitir cerca de 4 mil funcionários em todo o mundo. Segundo a companhia, assim, espera-se economizar cerca de € 300 milhões nos próximos trimestres para enfrentar os desafios da cadeia de suprimentos.
O prejuízo bilionário da Philips acontece após sofrer uma derrota judicial: cerca de cinco milhões de aparelhos de respiração — usados principalmente por pessoas que sofrem com apneia do sono — produzidos com defeito tiveram de ser retirados do mercado.
O equipamento, que serviria como melhoria para o sono e a respiração, se tornou um vilão ao descobrir que uma das peças poderia causar danos à saúde dos usuários por causa da liberação de químicos tóxicos. Resultou também na saída do presidente-executivo da empresa Frans van Houten.
Falhas como essa — que podem causar danos para os usuários —, refletem o caixa da empresa, como também a imagem perante à Agenda ESG, importantíssima para as empresas continuarem relevantes na Nova Economia. Falhou com o consumidor, falhou com a agenda.
A aposta da Philips (que já foi uma das maiores companhias de eletrônicos do mundo) na área de tecnologia para saúde parecia ser uma boa cartada para conquistar clientes e investidores, já que o mercado de saúde e bem-estar está indo bem. Para você ter uma ideia, segundo a McKinsey, o segmento de bem-estar chega a 1,5 trilhão.
Mas a empresa, fundada em 1891, tem visto seus planos não caminharem na direção almejada — e o recall da máquina de respiração é um dos motivos. O defeito veio à tona ano passado, apenas algumas semanas depois do grupo ter anunciado a venda de seu braço de eletrodomésticos, a divisão de produtos como Airfryer (fritadeira sem óleo), Látego (cafeteira) e Speed Max (aspirador). Ou seja, uma fonte a menos de receita.
A companhia também enfrenta desafios de “fornecimento, pressões inflacionárias, a situação da Covid-19 na China e a guerra russo-ucraniana”, diz a empresa em comunicado.
Nestes casos — que comprovam os tempos do Mundo BANI —, é preciso buscar formas inovadoras para manter o crescimento e a competitividade no mercado.
A Philips não detalhou como deve fazer isso, mas em comunicado ao mercado disse estar engajada em “melhorar ainda mais suas operações de fornecimento, investir em qualidade, simplificar a maneira de trabalhar e remover a complexidade organizacional, o que deverá resultar em reestruturação adicional e custos associados em 2023”, afirma.
Algumas lições: por mais que a marca tenha anos de trajetória e seja conhecida no mercado, é preciso estar preparada para o Mundo BANI (frágil, ansioso, não-linear e incompreensível) e preparar os funcionários para isso. Além disso, é preciso estar atenta à agenda ESG. Hoje, marcas e clientes priorizam marcas que seguem esses pilares. Por fim, em tempos de crise, vale explorar formas de inovar e dominar mercados que prometem movimentar bilhões. Seja com uma nova tecnologia ou nova fonte de receita, por exemplo.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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