Como a Via, dona da Casas Bahia e do Ponto, pretende reverter prejuízo milionário?

A Via, dona da Casas Bahia e do Ponto, também está sofrendo com a crise do varejo. A empresa reportou um prejuízo de R$ 163 milhões no quarto trimestre de 2022 -- ante um lucro de R$ 29 milhões no mesmo período do ano anterior. Quanto à receita líquida, a varejista divulgou um faturamento de R$ 8,84 bilhões. 

• No acumulado do ano passado, a empresa saiu de lucro de R$ 538 milhões em 2021 para o negativo de R$ 98 milhões.
• O Ebitda foi de R$ 629 milhões, uma queda de 1,9% em relação aos R$ 641 milhões contabilizados no quarto trimestre de 2021.
• Os números ainda são menores do que a projeção do consenso Refinitiv, que esperava um prejuízo de R$ 212,5 milhões

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A VIA

Seu prejuízo se deu por um maior gasto financeiro com dívidas em meio à alta de juros.

"O resultado é explicado pela desalavancagem operacional, apesar do crescimento de 9% da receita bruta. O nível de despesas do quarto trimestre de 2021 foi menor em função de recuperações de créditos fiscais relacionados a despesas que se concentraram no período”, explica a Via no relatório.

AS MUDANÇAS DA VIA PARA SE RECUPERAR

1- Troca de presidente

A primeira mudança aconteceu em dezembro de 2022 e foi a troca de presidente. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Via informou ao mercado que o cargo então comandado por Raphael Klein seria assumido por Renato Carvalho do Nascimento.

2- Novo CEO
No dia 31 de março deste ano, mais uma notícia: Renato Franklin foi eleito pelo conselho de administração como o novo CEO, em substituição a Roberto Fulcherberguer. 

 “O ingresso de Renato inaugura um novo capítulo na história da Via”, disse a empresa, no fato relevante.

• O mercado reagiu mal. No dia do anúncio, a companhia caiu 7,97% na Bolsa. 
• A posse de Franklin ocorrerá no dia 1º de maio de 2023

3- Corte de bônus

Cada um dos cinco diretores da varejista deveria receber, em média, R$19 milhões no ano. Valor que incluiria o salário fixo, a participação de lucros, plano de remuneração baseado em opções de ações e outros benefícios. Mas como a empresa reportou prejuízo significativo em relação ao ano anterior, a participação de lucros não foi paga. 

• Esse seria o maior salário do varejo brasileiro (considerando empresas abertas), de acordo com o Trademap.

POR QUE IMPORTA?

Além da Americanas, que divulgou rombo no valor de R$ 20 bilhões, houve uma sequência de notícias negativas no varejo: 

• Reestruturação de dívidas da Marisa, pedido de despejo de um centro de distribuição da Tok&Stok, a falência da Livraria Cultura e outras recuperações judiciais. 

Essas empresas precisarão identificar as oportunidades em meio à crise e criar um plano de reestruturação que esteja de acordo novas expectativas dos clientes neste momento pós pandemia, que estão mais digitais e procuram facilidade. Será que a Via vai conseguir?

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