Inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) e energia nuclear estão nessa lista.
Energia nuclear tem sido vista como aliada da transição energética. Foto: Canva
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9 min
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17 out 2024
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Atualizado: 17 out 2024
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A transição energética tem representado uma nova fase para a industrialização em todo o mundo, envolvendo tanto grandes empresas de setores tradicionais, como óleo e gás, quanto startups e gigantes de tecnologia.
Um relatório divulgado pela MIT Technology Review nesta quarta-feira (16) apontou 10 megatendências que moldarão o futuro da geração de energia globalmente. Inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) e energia nuclear estão nessa lista.
O relatório, elaborado pelo Energy Center, a vertical de energia da MIT Technology Review, foi baseado nos resultados do Energy Summit 2024. O evento aconteceu em junho deste ano no Rio de Janeiro, e contou com a participação de 180 palestrantes de oito países, incluindo grandes empresas de energia.
André Miceli, CEO da MIT Technology Review, destaca que um dos diferenciais do Energy Summit é a capacidade de articular governo, academia, grandes corporações, startups e investidores. O estudo traz ações recomendadas para essas cinco pontas em cada uma das 10 tendências.
“As tendências deste relatório mostram que a transição energética é uma grande oportunidade e precisa ser conduzida com inteligência estratégica. Políticas públicas robustas e o envolvimento de setores além do setor energético serão essenciais para que essas inovações sejam implementadas com sucesso, trazendo benefícios reais para a sociedade”, afirma Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit.
Confira as 10 megatendências para a transição energética:
O mercado de captura de carbono, avaliado em US$ 2 bilhões em 2022, deve crescer para US$ 50 bilhões até 2030. Entre as ações recomendadas para startups, está focar em tecnologias de monitoramento de emissões e soluções de software para integrar CCS nas cadeias produtivas.
Avaliado em US$ 79,3 bilhões em 2020, o mercado de eficiência energética com IA e IoT deve atingir US$ 154 bilhões até 2030, com CAGR de 7%. Indústrias de energia, como manufatura e siderurgia, usam IA para otimizar processos, com ganhos de 5% a 10% na eficiência operacional.
Para startups, o relatório recomenda focar em soluções inovadoras de sensores IoT
para monitoramento energético e controle de dispositivos em tempo real.
A energia solar distribuída deve ultrapassar 300 GW até 2030, representando 40% da capacidade solar em países como EUA, China e Austrália em 2022.
Hudson Mendonça explica que a tendência do futuro é que aconteça com o consumo de energia o mesmo que ocorreu com a telefonia. Ou seja, que os consumidores escolham da onde irão comprar a sua energia.
“Tem um papel fundamental das startups nisso. As startups empurram o movimento de inovação para fora da caixa. E essas empresas estão começando a fazer com que as pessoas olhem para a energia elétrica como uma opção de consumo”, diz.
O mercado de armazenamento de energia deve crescer de US$ 10 bilhões em 2020 para US$ 55 bilhões até 2030, com crescimento anual de 20%, impulsionado pela queda nos custos das baterias.
Para startups, a ação recomendada é desenvolver modelos de negócio flexíveis, como
baterias como serviço (BaaS), para facilitar o acesso a soluções de armazenamento.
O combustível sustentável de aviação (SAF) está emergindo como uma solução promissora para descarbonizar o setor aéreo. Em 2022, SAF atingiu 300 milhões de litros, pequeno comparado aos 400 bilhões de combustível de aviação. Espera-se que atinja 10% até 2030 e
65% até 2050.
A ação recomendada para startups é desenvolver novas tecnologias de processamento e conversão de biomassa em SAF de forma mais eficiente e econômica.
O hidrogênio está se consolidando como uma peça-chave na transição energética, com o hidrogênio verde ganhando destaque por ser produzido a partir de fontes renováveis.
A demanda por hidrogênio deve atingir 530 milhões de toneladas até 2050. Hidrogênio verde será 25% da produção global, impulsionado por políticas e investimentos.
Para startups, o relatório recomenda desenvolver soluções inovadoras para transporte
e armazenamento de hidrogênio, como novas tecnologias de compressão e liquefação.
Os pequenos reatores modulares (SMRs) representam uma nova geração de energia nuclear mais segura, acessível e escalável. Estes reatores podem ser usados tanto para geração elétrica quanto para calor industrial e dessalinização de água. A expectativa é que a adoção dos SMRs se consolide até 2035.
Apesar do potencial, SMRs enfrentam desafios de regulamentação, financiamento e aceitação pública. Aprovações são lentas e o financiamento inicial, embora menor, ainda é uma barreira.
As ações recomendadas para startups envolvem explorar novas tecnologias associadas aos SMRs, como soluções de armazenamento de energia ou gerenciamento de resíduos nucleares.
Materiais avançados, como nanomateriais e grafeno, estão acelerando inovações em setores como energia e eletrônica. Esses materiais estão sendo aplicados em tecnologias fotovoltaicas e de armazenamento, ajudando a reduzir o impacto ambiental e aumentando a eficiência energética.
Avaliado em US$ 55 bilhões em 2021, o mercado de materiais avançados deve atingir US$ 100 bilhões até 2030, com crescimento anual de 7% a 9%.
Oportunidades para startups incluem focar em soluções inovadoras que integrem
materiais avançados em novos produtos, como baterias de estado sólido, painéis solares flexíveis e motores elétricos mais eficientes.
A fusão nuclear é vista como a “energia do futuro”, prometendo uma fonte praticamente inesgotável e limpa de eletricidade. Embora a comercialização ainda esteja distante, avanços em reatores de fusão compactos e novos materiais estão acelerando o desenvolvimento dessa tecnologia, com previsão de adoção até 2050.
Startups devem focar em desenvolver soluções inovadoras que possam ser testadas em ambientes reais nos próximos 5 a 10 anos, com menor custo e maior eficiência energética.
A computação quântica promete revolucionar o setor energético ao otimizar processos e permitir a simulação de novos materiais.
IBM e Microsoft oferecem acesso a processadores quânticos via nuvem, democratizando a tecnologia e permitindo o desenvolvimento remoto de algoritmos quânticos.
Para startups, o relatório recomenda desenvolver soluções de software quântico que
possam rodar em hardware clássico, ajudando a criar um mercado de transição para a computação quântica plena.
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