O cartão de crédito deve seguir com um dos principais meio de pagamento nos próximos anos, mas muita coisa vem mudando -- e é preciso se preparar
Foto: divulgação
, Jornalista
9 min
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31 mai 2023
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Atualizado: 22 jun 2023
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Os tempos estão mudando rápido demais, com adaptações significativas que mudam a experiência na Nova Economia ― tanto do público como das empresas. Por isso, a demanda por meios de pagamentos que facilitem, diminuam a fricção e garantam segurança seguem em alta. Mas a dúvida que fica é: e os cartões nessa história?
Os dados da Abecs, associação que representa as empresas de meios eletrônicos de pagamento, mostram que as compras realizadas com cartões de crédito, débito e pré-pagos cresceram 36,5% no primeiro semestre de 2022, somando R$ 1,6 trilhão no período.
Houve um impulso da digitalização das transações durante a pandemia que influenciam este número, além do retorno à normalidade, trazendo aumento de compras físicas após o isolamento.
Mas muita coisa deve mudar. A Mastercard já anunciou que, a partir de 2028, todos os cartões recém-produzidos emitidos na rede da empresa devem conter materiais sustentáveis, como plásticos reciclados ou de origem biológica ― até de milho.
E isso é uma jornada que vem do “reco reco”, passando pela tarja magnética, onde a gente assinava, chegando ao chip, com base nas necessidades de adaptação.
Ainda assim, para Leonardo Linares, vice-presidente sênior de soluções para o cliente da Mastercard Brasil, “o cartão, de forma mais ampla, vai continuar tendo sua relevância.” Para ele, a escolha vai depender do cliente e do varejista, dependendo da situação da compra.
Por quê? O cartão construiu um respaldo de segurança para o usuário, conseguindo trazer mais confiança e trazendo todo um ecossistema para apoiar em situações de fraude e roubo, por exemplo.
Então, ao fazer uma transação mais alta, a pessoa pode recorrer a este sistema que dá mais garantias. De acordo com Linares, ele também pode ser uma solução mais prática, usado em metrôs e em pagamentos com contactless, por exemplo.
“Quando você vem para o mundo digital, você tem uma nova onda de inovação que apesar de não ser muitas vezes reconhecida como o cartão ou plástico físico, é uma experiência que usa toda a infraestrutura e o arcabouço de cartões”, explica Linares.
E o caminho natural é que “os consumidores tenderão a procurar a alternativa mais conveniente, com menos fricção e que traga maiores benefícios”, explica Luis Felipe, CEO da Cateno.
“A digitalização da economia a partir de novidades como Pix, carteiras digitais, NFC [tecnologia de troca de dados sem fio por aproximação], WhatsApp e outras formas de pagamento servirá para dar mais alternativas aos consumidores na hora de pagar”, conta.
Ele sinaliza que em um futuro próximo, será possível fazer compras sem cartão ou celular em mãos. Inclusive, já existem pesquisas apontando para isto.
“Ainda que os consumidores tenham alguns tipos de restrições em relação à segurança de novas tecnologias, os pagamentos por aproximação, ou contactless, estão em crescimento acelerado no Brasil”, afirma Luis Felipe.
“Já no caso de pagamentos por aproximação envolvendo carteiras digitais, a tecnologia da criptografia torna as transações altamente seguras, pois o dado do cartão armazenado na wallet não pode ser usado mesmo em caso de um eventual vazamento”, explica o CEO.
O destaque é relevante porque as carteiras digitais estão se tornando a forma preferida dos jovens como meio de pagamento, e as empresas estão seguindo o exemplo. Inclusive, muitas marcas já estão oferecendo suas próprias ofertas de wallet. Em algumas regiões, como o Sudeste Asiático, elas já são mais comuns do que os pagamentos com cartão físico e devem dominar os pontos de venda em geral.
Com a definição de dinheiro se expandindo, o cartão é desdobrado para dar conta dos avanços em um mundo cada vez mais tokenizado e com a digitalização de tudo. Com finanças cada vez mais conectadas, através do Open Banking, o papel dos intermediários vai ser de garantir os melhores caminhos para o usuário, mas também segurança, governança e acessibilidade.
Do ponto de segurança, Leonardo Linares falou da preocupação com a inclusão no digital ― como reconhecimento de voz na biometria para quem tem dificuldade com a fala ou problemas de audição. Porque o avanço precisa ser também abrangente, inclusive do ponto de vista de mercado e alcance de novos públicos.
Ele também destaca o potencial da Inteligência Artificial no combate à fraude, para entender o momento do cliente e qual a melhor oferta para ele, e também trazer um ganho significativo do ponto de vista de facilitar a experiência por meio da internet das coisas, onde a compra vai ser executada por IA.
E por que isso está no foco? Porque aqueles que conquistarem e mantiverem a confiança do consumidor, captarão uma parcela mais significativa dos fluxos de pagamento. E incorporar confiança ganha camadas complexas por conta da quantidade de dados.
De acordo com o relatório The Future of Payment, da Mastercard, “até o final da década, as empresas que conquistarem e mantiverem a confiança de clientes e reguladores terão a oportunidade de comercializar essa confiança ampliando seus modelos de negócios e se diferenciando dos concorrentes.”
No fim, o olhar dos players segue dinâmico para entender as movimentações do mercado, avanços da tecnologia, mas também as necessidades das pessoas e onde estão as oportunidades pouco exploradas no meio de tudo isso, garantindo segurança e acesso.
Se você quer ficar por dentro do futuro dos pagamentos (spoiler: envolve Inteligência Artificial) e o que vai revolucionar o mercado em 2024, clique aqui para conhecer o Payment Revolution, da StartSe.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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