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De aplicativo de comida a ecossistema inovador: conheça as estratégias do iFood

De aplicativo de comida a ecossistema inovador: conheça as estratégias do iFood

Quem define o iFood como um aplicativo está errado, diz CEO

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4 min

29 jul 2024

Atualizado: 29 jul 2024

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Às vésperas de atingir a marca de 100 milhões de pedidos em um mês – a festa está prevista para quarta-feira (31) na sede da companhia em Osasco (SP) – o iFood já não quer ser visto apenas como o aplicativo que te ajuda a matar a sua fome. “Quem define o iFood como um aplicativo está errado. O aplicativo é um canal. Assim como o atendimento no salão é outro canal. O WhatsApp é um canal”, disse Diego Barreto, CEO da companhia, durante encontro com jornalistas.

A visão que a companhia coloca é de ser um ecossistema que atende o mercado em suas diferentes necessidades. Em março, o iFood somou R$ 6 bilhões em volume total movimentado (GMV). Deste montante, o negócio original, a conexão entre restaurantes e consumidores, o marketplace, respondeu por 70% (R$ 2,5 bilhões). O serviço de entrega para os restaurantes, as compras de mercado, o recém-lançado iFood Pago e o Anota Aí, de pedidos pelo WhatsApp, responderam pelos 30% restantes.

Evolução do GMV do iFood 

A receita da companhia vem da cobrança sobre os diferentes serviços contratados pelos restaurantes. No marketplace, a comissão varia de 10% a 15%. Se ele usa também o meio de pagamento, a cobrança é de até 3%. Se tem a logística, mais um valor. 

Segundo Diego, o investimento mais barato para um restaurante operar no iFood hoje é de R$300 por mês. “São decisões fracionadas. Por isso quando eu vejo alguém falando que o iFood cobra 30%, isso não é a maneira correta de expressar o que fazemos”, desabafou.

Nessa linha, ele também falou sobre competição. “Temos competição pra caramba. Mas eu sei que você não vai escrever isso”, brincou Diego ao ser questionado sobre o assunto pelo Startups.

Apesar de ser o líder absoluto do mercado – muito por mérito próprio, mas também por tropeços de seus concorrentes – o iFood não tem vida fácil. Isso porque, segundo Diego, em cada um dos canais em que atua, ele tem muitos competidores e desafios.

Dessa forma, restringir a história a um iFood contra o Rappi, é simplificar demais a questão. Exemplo disso, reforçou ele, é que uma quarto dos pedidos de comida no Brasil hoje são feitos por telefone. Ele destacou também que a frequência de uso ainda é baixa. A média é de quatro pedidos por mês. “Quando você amplia a competição por canal você chega a grandes números”, disse.

Construindo um ecossistema

A expansão para novas áreas começou há apenas quatro anos, depois que o modelo de marketplace foi totalmente validado e otimizado em seu potencial de geração de escala. Agora, o futuro o iFood está em alavancar os ativos construídos até aqui.  

Um exemplo disso é que a companhia não planeja uma expansão territorial. Com presença em mais de 1,5 mil municípios, o iFood não deve ver esse número mudar consideravelmente. Cidades menores podem até apresentar um resultado positivo já que os custos de operação são menores, mas em localidades com menos de 50 mil habitantes, a dinâmica social não incentiva o uso do aplicativo. Deu uma fome? Vira a esquina e tá na vendinha ou na lanchonete mais próxima.

Assim, a estratégia é muito mais centrada nas verticais oferecidas em cada cidade que já é atendida atualmente. “A parte de supermercado está bem coberta. Farmácia está quase. Pet Shop é um caminho. E estamos testando shopping. Não para competir com eles ou com o Mercado Livre. É para oferecer conveniência”, disse Diego.

Ir além do Brasil então, como já foi tentado no passado, está fora do radar totalmente. A ideia é internacionalizar o modelo construído até aqui aproveitando a presença de Fabrício Bloisi na Prosus e na Naspers. "A gente não tem síndrome de vira-lata. Pensamos grande. Não estamos atrás de ninguém. O time sabe disso. Essa empresa é foda. O brasileiro é foda. Dá pra ir muito além”, ufanou-se.

 

Jet skis

Os novos negócios nascem dentro de uma cultura herdada da Movile: os jet skis. Essas iniciativas são projetos leves e rápidos que têm como objetivo validar ou refutar novas vertentes a serem exploradas. A vertical de shopping, por exemplo, nasceu há dois anos em um projeto criado por Marcos Gurgel, que liderava a frente de inovação aberta e agora é chief evangelist da companhia. De acordo com ele, só no último mês quase 200 nova ideias foram apresentadas no canal de Slack aberto a essas propostas.  

A avaliação das iniciativas é feita com método e processos, mas sem tanta burocracia. “Eu nunca tive uma discussão de orçamento e retorno financeiro de um projeto com o Diego”, contou Marcos. Segundo Diego, investimento não se trata apenas de recursos, mas de tempo.

 O que o iFood considera como um Jet Ski 

E daqui pra frente?

Com sete anos de casa, o executivo assumiu o comando do iFood oficialmente em maio depois que Fabrício Bloisi foi nomeado para assumir a liderança da controlador do negócio, a Prosus e também sua empresa-mãe, o grupo de mídia Naspers.

De acordo com Diego, a nova vida tem sido fácil. Não porque não faltem desafios. Mas porque ele já conhecia todo o negócio, e fez parte do que foi construído até aqui. “Tudo está organizado. As apostas são conhecidas e estão rolando. Tem que buscar novas apostas. O trabalhoso é esse aprofundamento”, disse.

Uma forma de fazer isso será, é claro, investindo pesado em inteligência artificial. Isso começou a ser feito antes do hype – Diego tem até um livro escrito sobre o assunto – e hoje o iFood já tem 140 modelos rodando. De acordo com Diego, hoje são 200 vagas abertas na área, que devem ficar sempre disponíveis. A visão é ter “umas mil pessoas” trabalhando com inteligência artificial dentro da companhia nos próximos anos.

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