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Quicko fecha operações no Brasil: veja o que aconteceu com a empresa

A companhia fecha as portas em um cenário turbulento, com aumento das taxas de juros, instabilidade político-econômica e redução dos investimentos.

Quicko fecha operações no Brasil: veja o que aconteceu com a empresa

Quicko (Fonte: Divulgação)

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Do lado de fora, as coisas pareciam ir bem para a Maas Global. Em março, a empresa finlandesa dona do aplicativo de integração de serviços de transporte urbano Whim, adquiriu a startup brasileira de mobilidade Quicko. Na época, a Quicko até planejava fechar uma série C em 2022 para consolidar mercados e lançar novos serviços.

Em comunicado enviado em primeira mão para o Startups, a Maas Global afirma que “embora a empresa estivesse em amplo desenvolvimento, as condições financeiras impediram a continuidade da operação”.

O Startups apurou que as conversas sobre o futuro da Quicko vinham acontecendo desde pelo menos o início da semana. Hoje (2) foi tomada a decisão oficial de fechar as portas. Com o fim das operações, o aplicativo da Quicko será encerrado nos próximos dias em todas as cidades onde a empresa atua – São Paulo, Salvador, Curitiba  e Rio de Janeiro. Todos os colaboradores da sede do Brasil terão seus contratos terminados. 

“Estamos muito orgulhosos de todas as conquistas que tivemos. No entanto, devido aos momentos desafiadores da economia global, incluindo financiamento, somos obrigados a descontinuar a operação brasileira”, afirma Sampo Hietanen, presidente da MaaS Global, em comunicado.

Sobre as empresas

Lançada em 2018, a Quicko reúne em sua plataforma os meios de transporte disponíveis na cidade e fornece todas as informações para um deslocamento mais eficiente. Os recursos incluem atualizações em tempo real da situação do transporte, sugestões das melhores rotas e localização das estações de compartilhamento de bicicletas. Dados do fim de março indicam que a startup tinha mais de 500 mil usuários, e triplicou seu GMV (Volume Bruto de Mercadorias) no ano passado. 

Em 2019, a startup recebeu US$ 10 milhões do Grupo CCR, holding brasileira especializada em infraestrutura de mobilidade urbana. No ano seguinte, o grupo injetou mais R$ 100 milhões por uma participação de 80%. A série B foi coliderada pela J2L Partners, focada em investimentos de capital privado.

Com a fusão, os mais de 60 funcionários da empresa brasileira foram incorporados ao time da finlandesa. Pedro Somma, diretor-executivo da Quicko, assumiu o cargo de diretor de estratégia da Maas Global. A empresa tinha metas ambiciosas, como dobrar o número de usuários para 1 milhão até o fim do ano e aumentar a receita em cerca de 3 vezes.

Do outro lado, a Maas Global opera sob a marca Whim em todos os países em que atua – Finlândia, Bélgica, Reino Unido, Áustria e Japão. A companhia via na aquisição da Quicko uma oportunidade de expandir as operações e entrar oficialmente na América Latina. No ano passado, o player finlandês adquiriu a rival espanhola Wondo como parte de sua estratégia para expandir para novos mercados e aumentar a oferta de serviços. Meses depois, a companhia levantou US$ 33 milhões da BP Ventures, Mitsubishi Corporation e Nordic Ninja.

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