Uma das possíveis razões para a grande aceitação do quiet luxury é a mudança do perfil do público consumidor.
Moda silenciosa (Foto: via Canva)
, Jornalista
6 min
•
1 dez 2023
•
Atualizado: 8 dez 2023
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A recente recuperação do mercado de moda de luxo tem um nome: quiet. Pode soar até paradoxal, mas após sofrer queda de 300 bilhões de euros nos primeiros anos de pandemia, uma nova tendência tem permitido a movimentação nas grandes grifes ainda que em tons mais baixos.
É que o quiet luxury, como é conhecido o movimento, convida os consumidores a repensarem o estilo adotado nos últimos anos, colocando destaque em tons mais sóbrios, atemporais, com menos estampas, sem perder a sofisticação.
Afinal, não se trata de abrir mão da qualidade. Pelo contrário. Tecidos cada vez mais sofisticados ganham maior aceitação do público de todos os gêneros e idades. A procura por seda, cashmere, lã está em alta.
As marcas que investiram nas tonalidades em neon, trocam por cores mais discretas, como o branco, o preto, o cinza, o verde e o azul escuro.
Os itens que possuíam grandes etiquetas destacadas, agora reduzem o tamanho das marcas. A palavra é minimalismo, agregando maior flexibilidade e sustentabilidade ao guarda-roupa.
“Notamos o aumento da procura por peças de estilo mais ‘clean’ - o que anteriormente, era uma demanda baixa para nossos lojistas. Até mesmo algumas de nossas lojas, em suas vitrines, exibem manequins com looks minimalistas, básicos, mas, sem deixar de exibir o símbolo da marca”, afirma Patrícia Godoy, gerente de marketing do Shopping Cidade Sorocaba.
Uma das possíveis razões para a grande aceitação do quiet luxury é a mudança do perfil do público consumidor.
Essa mudança altera também as preocupações e motivações na hora da compra. As novas gerações, mais ligadas às causas ambientais, tentam se distanciar dos exageros que vinham marcando as capas de revistas e os desfiles das passarelas, como o uso de maxi bolsas, maxi colares e tie die.
De acordo com uma pesquisa organizada pela Vogue, em agosto de 2022, a qualidade dos produtos de luxo é a segunda característica mais relevante, aparecendo como resposta para 52% dos compradores.
Por isso, investir em itens mais duradouros com materiais de boa qualidade passa a ser tendência também. As peças e artigos perdem o caráter de descartáveis ou facilmente mutáveis.
Agora, há uma valorização por grandes ciclos de vida útil, com o uso de materiais sustentáveis e duradouros. “Para nossos clientes, o setor que mais se movimenta é o de calçados”, garante Patrícia.
Há ainda mais um grande influenciador, que divulga o quiet luxury de forma mundial. A série Succession, da HBO Max, mostra uma família milionária que mantém um figurino mais discreto, os nomes das marcas.
Segundo levantamento recente realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o Natal de 2023 deve injetar R$ 66,6 bilhões na economia.
A compreensão da tendência quiet luxury é importante para os varejistas, porque reflete uma mudança nas preferências dos consumidores em direção às experiências discretas e sustentáveis.
Assim, ao adaptar seus modelos de negócios para oferecer produtos exclusivos, personalizados e de alta qualidade, você pode atrair um público mais consciente e alinhado com valores contemporâneos.
Além disso, o quiet luxury reflete uma mudança nas preferências culturais, especialmente entre as gerações mais jovens. Varejistas que conseguem se adaptar a essas mudanças e antecipar as necessidades do mercado podem estabelecer conexões mais fortes com os consumidores.
O ano já está acabando e falar das tendências que nos espera é crucial. A NRF 2024, conferência anual de varejo, que acontece no começo de janeiro é o lugar perfeito para isso. Lá, você vai conhecer as maiores tendências do mercado mundial do setor. E você pode participar, em Nova York com a StartSe. Inscreva-se agora!
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Simone Coelho é jornalista com especialização em roteiro e storytelling. Começou a sua carreria no mercado editorial escrevendo sobre temas variados, mas durante anos trabalhou também no mercado empresarial, com a construção de conteúdos segmentados e treinamentos. Hoje, divide o seu tempo entre os dois cenários e segue apaixonada pela escrita.
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