Tais Targa, especialista em carreira, analisa nesta coluna por que o movimento "demissão silenciosa" virou um fenômeno mundial. Confira!
Duas pessoas trabalhando em startup (Foto: Getty Images)
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5 min
•
8 mar 2023
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Se você procurar pela hashtag #quietquitting, principalmente no TikTok encontrará milhares de postagens, principalmente envolvendo a Geração Z.
Trata-se de um termo que significa “demissão silenciosa” ou mesmo uma “desistência discreta”, onde o profissional compromete-se a apenas cumprir suas tarefas estritamente necessárias e a cumprir a sua jornada de trabalho, não entregando nada além do que foi estabelecido no contrato de trabalho.
Muitos estabelecem uma linha divisória bem aparente entre vida pessoal e vida profissional. Detêm a clareza de que o trabalho é meramente uma forma de sustentar seu estilo de vida e buscam sua missão fora do ambiente profissional. Postura que se perpetuará independentemente do empregador.
Outros tem a mesma postura, mas esta é uma forma de protesto, frente a decepção com a empresa que atuam ou mesmo para deixar claro que não compactuam com os valores e ações da sua liderança. Existem muitos que já adoeceram mentalmente por decorrência da relação com o trabalho.
Há ainda um outro grupo que carrega estes comportamentos de forma quase que inconsciente, pois já tem com certo de que esta é a postura normal e que todos que ousam entregar acima do esperado são meros servos do mercado capitalista.
Independentemente de qual for o nível de consciência dos “Quiet Quitters”, é certo de que se trata de um fenômeno mundial, onde fica claro que existe uma parcela significativa de uma geração que apresenta um desencanto juvenil para o trabalho e que é ativamente desengajada, muitos ainda espalhando sua infelicidade carregada de rancor aos quatros cantos das redes sociais.
Claro que o baixo engajamento não é nada recente, sempre foi um desafio dentro de toda organização, mas o que é mais desafiador é se tratar de um fenômeno geracional, de jovens que enfrentam o status quo e usam o poder das redes sociais para estabelecer limites ao excesso de pressão, acúmulo de tarefas e a doação da alma ao mundo do trabalho.
O que ganhou muita força no pós pandemia, já que após um tempo de reclusão, muitos viram a morte de perto e começaram a questionar o que realmente importa na carreira e o quanto a saúde mental é o centro de tudo.
Lidar com este fenômeno é um dos maiores desafios das nossas lideranças, será preciso muita criatividade para driblar o baixo engajamento e a palavra da hora é CONEXÃO.
Conexão com esta nova geração, espaços para debate, enfrentamento e análise minuciosa do clima organizacional. Não há mais espaço para culturas tóxicas e gestores que fechem os olhos para o adoecimento no trabalho frente às demandas esmagadoras que muitas empresas oferecem. Será preciso diálogo, estudos e entendimento de todas as partes envolvidas. A carga de trabalho talvez tenha que ser negociada e todos os lados terão que agir com flexibilidade frentes as demandas organizacionais.
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Psicóloga, Mestre em Educação, Job Hunter, Especialista em Recolocação e Carreira. Reconhecida como uma das brasileiras com mais destaque na produção de conteúdo no LinkedIn – LinkedIn Top Voices. Empreendedora. Diretora da empresa TTarga Carreira e Recolocação Autora do Livro Você de Emprego Novo - Editora Évora.
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