O Real Digital será a moeda virtual oficial do Brasil – e o Banco Central já estruturou o plano de lançamento. Confira
(Fonte: Getty Images)
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8 min
•
13 set 2022
•
Atualizado: 5 jun 2023
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É isso mesmo: o Banco Central está criando o Real Digital, a moeda digital brasileira – e a expectativa é que ela seja lançada no fim de 2024. Segundo o órgão, o objetivo é desenhar uma extensão digital do Real que seja parte do cotidiano das pessoas.
Na segunda-feira, 6 de março, o Banco Central anunciou o início do testes, que acontecerão em um ambiente simulado e acessível apenas por instituições financeiras autorizadas. A fase de experimentação levará quase um ano – a previsão é que ela encerre em fevereiro de 2024. A partir de março do mesmo ano, o projeto será avaliado para lançamento a todos os brasileiros.
O BC escolheu a plataforma Hyperledge Besu para o projeto-piloto. Ela funciona na rede Ethereum e permite que os envolvidos registrem a identidade na Blockchain. A Hyperledge Besu não possui acesso público, o que garante que seja um ambiente propício a testes.
“Vamos avaliar o funcionamento da estrutura da plataforma do real digital e a privacidade das informações da rede”, afirmou Fabio Araújo, coordenador do projeto do real digital no Banco Central, no anúncio.
Conhecida ao redor do mundo como Central Bank Digital Currency CBDC – a moeda é basicamente a versão virtual da moeda de um país, no caso o Real.
A ideia é que ela facilite as transações financeiras sem que o dinheiro físico esteja envolvido. Na prática, estará disponível para quem faz uso de contas bancárias, contas de pagamentos, cartões, Pix, transferências ou dinheiro vivo (servirá para substituir o que está na sua carteira!).
De acordo com o relatório The Global Payments Report, em 2020, somente 35% das compras foram feitas em cédulas. Logo, não faz sentido que o Banco Central continue emitindo dinheiro vivo…
De acordo com Fábio Araújo, economista do Banco Central, o lançamento do Real Digital deve acontecer em 2024, e será feito em fases. Isso significa que a moeda será restrita a apenas uma parcela da população e aos poucos será liberada a todos. Além disso, no início, terá suas funcionalidades reduzidas.
Aos poucos, é esperado que ela se popularize - assim como o Pix, que chegou no Brasil em 2019 e já bateu recordes entre os meios de pagamento. Para utilizá-la, todas as pessoas interessadas vão precisar ter uma carteira virtual através de um Banco ou Instituição de pagamento.
Segundo Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, é esperado que ninguém perca dinheiro, mas “que os bancos sejam uma fatia de um bolo que será muito maior.”
“A ideia é não somente ser um meio de pagamento instantâneo, mas também criar uma espécie de carteiras inteligentes que contenham o dinheiro para efetuar pagamentos programados, por exemplo, que funciona para pagamentos recorrentes, como um pedágio ou assinatura de serviços”, disse.
Com o Real Digital, vai ser possível colocar a Internet das Coisas em prática. Você já ouviu falar neste termo?
É justamente a integração de objetos cotidianos com a internet - Isso torna possível reunir informações, analisá-las e, a partir disso, criar ações oriundas do processamento de dados.
Como exemplo, uma geladeira inteligente poderá identificar a falta de alimentos e programar uma compra no supermercado sozinha através da moeda digital. Tudo isso sem a necessidade de passar em um caixa. Demais, né?
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Jornalista. Possui experiência no mercado financeiro, social media e customer experience. Passou pela XP Inc.
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