Como esta nova tecnologia polêmica promete melhorar a experiência de compra das pessoas.
Mulher fazendo compras em supermercado (foto: Joshua Rawson-Harris/Unsplash)
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Por Erica Queiroz
Você está por dentro da tecnologia de reconhecimento emocional?
Bem, antes de falar sobre ela, vamos falar do reconhecimento facial, que todos conhecemos bem.
No nosso dia a dia, o Facebook foi uma das primeiras redes a utilizá-lo. Assim, ao postar uma foto sua com mais alguém, ele sugere a marcação de todas as outras pessoas que a sua inteligência artificial reconhecer nas fotos. E, na maioria das vezes, ele acerta em cheio!
Nossos smartphones também agrupam fotos de pessoas e depois podemos nomeá-las. Desse modo, fica extremamente fácil de achar fotos de alguém em nossa galeria, em vez de perdermos um tempão procurando por elas, tentando lembrar a data aproximada em que foram tiradas.
Além disso, alguns smartphones também são desbloqueados pelo reconhecimento facial.
Já na China, por exemplo, um dos países mais vigiados do mundo, ai de você que atravesse a rua fora da faixa de pedestres. Antes mesmo de terminar o cruzamento da rua, já chegará uma multa em seu smartphone, pois o seu rosto foi automaticamente detectado por câmeras de vigilância.
A tecnologia foi evoluindo e daí surgiu o reconhecimento emocional.
O reconhecimento emocional é aquele que promete definir, pelos traços de emoção do rosto de uma pessoa, qual o seu mood, ou seja, quais emoções ela está sentindo.
Como sempre, a inteligência artificial é o seu propulsor. Com base em infinitas expressões que vão sendo alimentadas no sistema, a inteligência vai aprendendo cada uma e sendo aperfeiçoada com o tempo.
Um dos usos do reconhecimento emocional é no varejo, por exemplo.
Desse modo, se você tiver câmeras com reconhecimento emocional em sua loja, elas, em teoria, vão detectar por quais produtos o seu prospect se interessou mais, quais cores lhe agradaram mais e assim por diante.
Como resultado, ficaria muito mais fácil e efetivo converter prospects em clientes e fidelizá-los.
Já pensou você navegando pelo iFood e arregalando os olhos ao ver uma sobremesa deliciosa? O app poderia te oferecer, na sequência, sobremesas similares àquela que você curtiu, sem a necessidade de você informar nada a ele, nem mesmo um like!
Imagine os atentados em escolas, muito frequentes nos EUA, por exemplo. Será que um dia o reconhecimento emocional poderia identificar um possível perpetrador, semanas antes do ataque, por detectar traços de ódio, vingança ou similares aumentando diariamente?
Algumas empresas já os utilizam em entrevistas de emprego (mesmo sem o conhecimento dos candidatos). Assim, os recrutadores podem avaliar se o que você fala condiz com as suas expressões faciais ou não. Podem inferir se você está muito estressado ou nervoso. Polêmico, não?
Um grande problema do reconhecimento facial e também do emocional é a falta de privacidade do ser humano e essa vigilância em massa, 24/7.
Afinal, até mesmo quando estamos em casa, acabaremos (se já não formos) vigiados.
E essa polêmica ainda vai passar por muitas questões éticas e avaliações no futuro, devendo ser levada a debate público. Assim como já acontece com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Para piorar ainda mais, há diferenças de expressões entre culturas. Imagine comparar um sorriso de um brasileiro ao tímido sorriso de um oriental, por exemplo. Querendo ou não, há várias nuances nas expressões.
De acordo com artigo publicado no site The Guardian, críticos dizem que a tecnologia não só levanta questões de privacidade, mas é imprecisa e enviesada.
Com a esperança de aumentar a conscientização sobre a tecnologia e promover conversas sobre seu uso, uma equipe de pesquisadores criou um site – emojify.info – "onde o público pode experimentar sistemas de reconhecimento de emoções, por meio de suas próprias câmeras de computador. Um jogo se concentra em fazer rostos para enganar a tecnologia, enquanto outro explora como esses sistemas podem ter dificuldade para ler as expressões faciais no contexto".
Assim, as pessoas manifestavam diferentes expressões faciais, para ver se enganavam a máquina. Aparentemente, a máquina leu as expressões. Mas você pode estar triste, simular um sorriso falso e a máquina ler que você está feliz. Por isso, é muito complicado avaliar emoções que podem estar sendo simuladas, levando à conclusão de que o sistema é falho.
"É uma forma de reconhecimento facial, mas vai além porque, em vez de apenas identificar as pessoas, afirma ler nossas emoções, nossos sentimentos internos em nossos rostos", disse a Dra. Alexa Hagerty, líder do projeto e pesquisadora da Universidade de Cambridge.
Além disso, o site The Verge informou que a inteligência artificial que detecta emoções avalia com mais frequência os rostos de pessoas negras como mostrando emoções negativas, por exemplo. Outra falha do sistema.
Enfim, tudo o que é novo possui erros, gera medo e insegurança. Mas convenhamos: para o marketing, essa seria uma ferramenta e tanto, principalmente quando estiver ainda mais adaptada para acertos!
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