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Rede de rumores: qual é o papel da liderança na famosa fofoca corporativa

Nesta coluna, Priscila Schmidt, especialista em comunicação para alta liderança, analisa a "famosa fofoca corporativa".

Rede de rumores: qual é o papel da liderança na famosa fofoca corporativa

Imagem: Pexels

, Colunista

9 min

12 mar 2024

Atualizado: 12 mar 2024

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Quem nunca se pegou no meio de uma fofoca que atire a primeira pedra. Alguns veem como uma mera trivialidade inocente, outros como o mais vil e desprezível dos comportamentos. 

A verdade é que a fofoca, quer a apreciemos ou não, é uma constante em nossas vidas e desempenha um papel significativo no ambiente de trabalho.

No cenário corporativo, a fofoca se transforma em uma Rede de Rumores que pode tanto minar a funcionalidade quanto os resultados de qualquer time, mesmo aqueles que contam com os melhores talentos. 

O que urge é sentir o pulso desse fenômeno no nosso time, entender suas raízes emocionais, suas consequências palpáveis e como podemos cultivar um ambiente mais saudável.

Você já parou para pensar no porquê tantos adoram uma boa fofoca?

Talvez seja a mesma razão pela qual o BBB chegou à sua 24ª edição e ainda captura tanto a atenção: ele joga luz nas dinâmicas sociais que nos fascinam.

E no trabalho, onde passamos grande parte do nosso dia, não é diferente. A fofoca está lá, tecendo sua teia nos corredores, no cantinho do café e nas salas de reunião.


Por que acontece?

Considere aquele momento em que a sala cai num silêncio ensurdecedor logo depois que o gerente sai sem dizer nada, fechando a porta com um semblante muito tenso.
 

 Todos trocam olhares, aquela tensão no ar de que algo está acontecendo, mas ninguém sabe ao certo o quê, perguntando-se silenciosamente "O que isso significa para nós?". 
 

Esse é o terreno fértil para a fofoca: a falta de confiança misturada com uma pitada de medo do desconhecido, do que não foi dito. Como não temos as informações e não sabemos como podemos ser afetados, acabamos buscando paralelamente, e às vezes até de forma sinuosa, as informações que nos faltam. Que representam na verdade, segurança.

Quais as consequências?

A rede de rumores se revela, portanto, nada inocente. Ela tem alto potencial corrosivo. Começa sutilmente, mas logo está em todo lugar, minando a confiança, criando ficções e narrativas. Quando não sabemos o que está acontecendo, o medo se instala, e o medo é um convite à imaginação. 

As pessoas começam a preencher as lacunas com suas próprias histórias, muitas vezes pintando quadros mais preocupantes do que a própria realidade. 

O resultado?

Um comprometimento do engajamento e dos resultados, porque quando as pessoas não se sentem seguras, a última coisa em suas mentes é como superar as metas de vendas do trimestre.

Esse ciclo de desconfiança e especulação pode minar completamente a produtividade, porque tira o foco do time e coloca todos em um estado de alerta e ansiedade que, no fim, compõe um ambiente de trabalho bastante tóxico.

Como evitá-la?

A chave para desmantelar a rede de rumores é uma comunicação aberta e transparente. Uma comunicação que não deixa espaço para dúvidas ou sombras. Isso não significa apenas informar, mas também envolver, criar um diálogo onde as preocupações podem ser expressas e as dúvidas, esclarecidas.

É um lugar onde você não precisa supor o que está acontecendo ou o por que certas decisões são tomadas. Você pode simplesmente perguntar, sem medo. Você se sente seguro, valorizado e parte de uma equipe coesa, não porque alguém lhe disse para sentir, mas porque você vive essa realidade. Qualquer um consegue imaginar o conforto e segurança psicológica que este ambiente cria.

Construindo pontes, derrubando muros

A liderança se fortalece quando consegue unir, esclarecer e compartilhar. Quando as pessoas se sentem validadas, seja por que são ouvidas, seja por que são informadas, elas não apenas contribuem melhor, mas também se tornam mais leais. Assim podemos dissipar os rumores e tecer uma rede de confiança.
 

Primeiros Passos para uma Nova Cultura de Comunicação

Transformar um ambiente de fofoca em um de transparência é um processo, uma jornada que começa com um passo de cada vez.

- Se reuniões periódicas com toda a equipe ainda não são parte da sua rotina, é hora de iniciar. Não importa se começa com encontros trimestrais ou semestrais; o importante é dar o primeiro passo.

- E se essas reuniões já são uma realidade, mas os ruídos persistem, encare o desafio de frente. Pergunte abertamente à sua equipe: “O que está faltando para vocês? Quais são suas dúvidas? Como vocês se sentem em relação às nossas estratégias?” Estabeleça um ambiente onde a sinceridade prevaleça, e as respostas que você receberá serão um tesouro de insights.

- Com as informações coletadas através de uma escuta genuína, reflita e implemente as ações necessárias para aliviar as tensões e incertezas expressas. Seja adaptando rituais de comunicação, promovendo esclarecimentos diretos, ou investindo no aprimoramento das habilidades comunicativas de todos, o essencial é agir.

- E ao agir, compartilhe o processo. Deixe claro que as mudanças são respostas diretas ao feedback da equipe: “Vocês pediram por mais clareza na comunicação, então estamos implementando essa nova medida.” Ou “Vocês expressaram preocupações sobre alcançarmos nossas metas, então aqui está um plano que considera essas preocupações. O que vocês acham?” Isso não só valida as contribuições da equipe como também os convida a serem coautores da jornada em direção à mudança.

Basicamente, comunique cedo e com frequentemente. Observe como essa prática constroi uma forte confiança, que por sua vez fortalece a união do grupo, incrementa a agilidade, eleva a credibilidade da liderança e cultiva um ambiente propício para resultados muito positivos e surpreendentes.

Podemos transformar nossos locais de trabalho em espaços de clareza. Porque, no final, um ambiente livre de fofocas não é apenas um lugar mais agradável para trabalhar, mas também um ambiente onde a verdadeira produtividade e inovação podem prosperar.

*Este artigo não representa a opinião da StartSe; a responsabilidade é da autora.


 

Leitura recomendada

Priscila Schmidt é professora do WLP, Formação Internacional de Impacto, que desenvolve habilidades, competências e perspectivas necessárias para uma Liderança Feminina Transformadora, em posições estratégicas de mercados altamente competitivos. Confira mais!

 


 

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Imagem de perfil do redator

Priscila é professora do WLP, formação internacional de impacto para lideranças femininas, da StartSe em parceria com a Nova SBE. Ela também é fundadora da Versa, empresa referência em desenvolver habilidades para comunicação em treinamentos corporativos, com foco em Altas-Lideranças e C-Levels. Com mais de 15 anos de experiência, ensina líderes como se tornarem porta-vozes de sua melhor versão. Além de atriz e professora de teatro, possui pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, bem como certificação em neurociência pela PUC-RS

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