O desligamento tem trazido um comportamento diferente dos trabalhadores. Agora, depois de serem demitidos, os funcionários contam suas histórias nas redes sociais. Entenda o movimento viral!
Celular com logo do Twitter em cima de uma caixa (Foto: Unsplash)
, jornalista
7 min
•
17 nov 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Na manhã do dia 4 de novembro de 2022, funcionários do Twitter tinham um questionamento unânime: “serei eu o próximo da lista a ser demitido?”
A cada minuto, eles checavam o e-mail corporativo, o Slack e outros acessos remotos para saber se estavam funcionando. Caso contrário, havia a certeza: estavam na lista dos milhares que foram demitidos.
Semanas depois, o rumor de que a Meta faria o mesmo começou a rolar. Aconteceu. 11 mil pessoas foram desligadas da big tech. Quem ficou, sentiu tristeza e o clima ruim pelos corredores (seja presencial ou virtual).
O crescimento das demissões em massa, no entanto, trouxe um comportamento diferente dos trabalhadores: se antes, passar por um processo de desligamento soaria em um sentimento de vergonha — inclusive nas redes sociais —, agora, o jogo é outro.
As pessoas encontraram nos apps de interação uma forma de expressar os sentimentos antes, durante e após o desligamento. E mais: dizer que estão abertas para o mercado de trabalho.
No TikTok, por exemplo, virou uma espécie de reality show do “layoff do Vale do Silício”. Veja só:
Na pré-demissão, há quem tenha entrado na trend “get ready with me” da rede social chinesa, algo como “prepare-se comigo”, mas com foco no trabalho.
Foi o caso do @davidferris, ex-funcionário do Twitter. Pouco antes do desligamento, ele gravou um vídeo desses no estilo matinal mostrando o momento em que acessou o seu e-mail e leu, em voz alta, que a posição dele foi impactada. Nesse momento, com o olhar triste, ele disse:
“Esta é a primeira vez que sou demitido. [...] Obrigado por estarem nessa jornada comigo.” As visualizações ultrapassam 500 mil.
No pós-demissão, Jassim Abid, também do Twitter, disse na rede social que a maneira como a big tech fez as demissões não foi boa.
“Que forma horrível de passar por esse processo.”
Comentários como “que horror essa situação. Sinto muito por isso. Me diga como eu posso ajudar” estavam na thread do post.
Já na rede social corporativa LinkedIn foi observado outro comportamento: contar a demissão, se compadecer pelos amigos que também entraram no corte e perguntar se empresas estão contratando. Uma rede de apoio para os colegas.
“Obrigada por todos que entraram em contato e já enviaram novas oportunidades para mim — ansiosos para ver o que vem a seguir”, escreveu Kimberly Cadavid, ex-funcionária do Twitter, que recebeu uma série de indicações de emprego na rede social corporativa.
Mas, se de um lado há relatos de pessoas que disseram que o processo de demissão em massa de algumas empresas foi desumano, do outro há quem compartilhe o oposto.
Na Ebanx, por exemplo, segundo Viviane Ortiz Veiga, ex-funcionária que fez parte do corte de 20% do quadro de funcionários este ano, contou que o processo foi humanizado.
“Eu fico feliz por saber que até no momento difícil da demissão o processo foi muito empático”, conta ela.
“A empresa forneceu todo amparo, tanto emocional por ter tido uma demissão que esclareceu exatamente que o problema não era particular, quanto financeira, pois pude ficar com todos os equipamentos de trabalho cedidos pela empresa no começo do contrato (cadeira, notebook, mouse e adaptadores) e além disso o plano de saúde foi estendido por 3 meses após o desligamento."
Mas diz sobre a importância de tomar outras decisões antes do cinto apertar para, quem sabe, evitar perder ótimos talentos.
“A empresa poderia ter tomado decisões anteriores para que não acontecesse [a demissão]. Acabou perdendo ótimos colaboradores que faziam a diferença dentro da empresa”, conta.
As postagens nas redes sociais sobre o processo de demissão estão desmistificando o assunto — que por muito tempo foi um tabu. Assim, ao compartilhar a experiências, os trabalhadores estão impulsionando a rede de apoio, a se conectar com outras pessoas e a encontrar novas oportunidades de trabalho. O único cuidado: a forma como se expressa na internet, mas esse é papo para outro texto.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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