Novo relatório sobre investimentos em startups traz destaques a nível mundial, da América Latina e do Brasil. Conheça as tendências e os segmentos.
, Head de Conteúdo na Captable
8 min
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23 ago 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques
Embora o ecossistema de startups do Brasil esteja em crescimento acelerado, novos recordes no volume de investimentos sejam batidos recorrentemente e cada vez mais fundos internacionais olhem para o Brasil, quando comparado aos mercados mais maduros, os investimentos em startups no Brasil estão apenas no começo.
O crescimento da representatividade do investimento de pessoas físicas, com mecanismos de dívida para levantar recursos, em fundos de investimento tradicionais e especialmente através de plataformas de investimento em startups, como a CapTable, também são sinais de democratização do acesso a esse tipo de investimento.
Enquanto nos EUA e na Ásia, mercados mais maduros, há uma estabilização do volume de investimentos em startups, na Europa e na América Latina há um crescimento exponencial, marcado por novos recordes de aportes anualmente. Mundialmente, as megarrodadas - rounds acima de US$ 100 milhões - também são tendência, foram 750 só no primeiro semestre do ano, comparado a 668 em 2020 inteiro e 190 em 2016, segundo o relatório da Snaq.
A nível global, os exits – como são chamados os retornos do investimento em startups – ficaram estáveis nos últimos três anos, ainda que tenham apresentado crescimento em 2021. No Brasil, os exits – considerando M&As e IPOs – cresceram exponencialmente nos últimos anos.
O grande destaque mundial, assim como no Brasil, fica por conta do segmento de fintechs, que continuam liderando o ranking de setores que mais recebem investimentos, seja em número de deals ou volume.
O ano de 2020 foi histórico para o Venture Capital: mesmo com a pandemia, foi o ano com maior volume investido, superando os US$ 300 bilhões globalmente. O número de deals foi menor, demonstrando tendência de crescimento do tamanho médio das rodadas. Segundo previsões, 2021 deve ser um ano recorde em todas as regiões, superando o ano recorde de 2020.
Quando comparamos a América Latina com o resto do mundo, identifica-se que o mercado de Venture Capital da região ainda engatinha. Apesar da região representar 5,7% do PIB global, apenas 1,75% dos investimentos globais em startups foram destinados para a LatAm.
Reflexo de ainda estar em seu princípio, ou seja, o mercado ainda tem muita oportunidade e espaço para crescer, o crescimento dos investimentos na região é acelerado: nos primeiros seis meses de 2021, houve crescimento de 75% no volume de investimentos quando comparado a 2020.
Em 2020, o Brasil superou os US$ 3,5 bilhões investidos em startups, divididos em 522 rodadas. Apenas no primeiro semestre de 2021, o país superou os US$ 5 bilhões investidos, um recorde para o setor, especialmente impulsionado pelas megarrodadas - que juntas representaram US$ 3,7 bilhões do total investido no período.
As fintechs, assim como observado no mercado global, representam a parte majoritária dos investimentos realizados no país: 50,2% do volume investido em startups foi destinado às do setor financeiro. Em seguida, especialmente por conta da Loft e do QuintoAndar, aparecem as proptechs, com 17,3% do capital investido.
Os exits ganharam tração no Brasil, um sinal de maturidade do mercado, que começa a ter IPOs mais frequentes e um número maior de fusões e aquisições (M&A) de startups nacionais. O número maior de aquisições também é resultado de mais empresas de tecnologia apostarem em uma estratégia de crescimento inorgânico, através das aquisições de startups para complementar seus produtos/serviços ou adicionar novas verticais.
Com tantas megarrodadas, exits e novos unicórnios, uma nova síndrome se instaurou nos investidores de startup: a síndrome do unicórnio perdido. Apesar dos fundos e investidores realizarem uma análise profunda sobre as oportunidades e terem uma tese de investimento bem embasada, é inevitável que algumas oportunidades sejam declinadas e se tornem grandes sucessos.
Aqueles que perdem uma oportunidade se decepcionam por não ter investido nas startups que tiveram grande valorização, players de todos os tipos - anjos, fundos, investidores de plataformas - e tamanhos se frustram quando deixam passar uma possibilidade que se torna um sucesso.
Os motivos para o "não" que traz arrependimento variam: de divergências sobre o valor de mercado (valuation) da startup à condições contratuais, passando por especificidades da tese - quando o investidor aporta em um segmento ou estágio específico, por exemplo - ou ainda quando as ofertas são declinadas na primeira etapa da análise.
Outros casos típicos de negativa no mundo do Venture Capital são empresas que cresceram apenas com o capital próprio (bootstrap), com problemas no cap table, com modelo de negócio sem semelhante no exterior ou que não possuem um modelo de crescimento de receita identificado.
Ainda assim, mesmo que falhem em um dos pontos citados, algumas startups - embora não possuam todas as características ideais - acabam fazendo sucesso, o que confirma que apenas replicar o que já deu certo nesse mercado não é suficiente para acertar nas decisões de investimento.
Ainda que alguma startup falhe em algum dos pontos, um setor que apresenta um maior nível de sucesso proporcional no Brasil é o de fintechs. Por representarem um mercado gigante, com boa parte da população desatendida pelos oligopólios, são a mistura perfeita para se beneficiar da inovação através da tecnologia das startups.
A CapTable, plataforma de investimento em startups da StartSe, permite que qualquer um tenha a oportunidade de investir em startups - em breve haverá uma fintech na plataforma. Em seus dois anos, a CapTable já captou mais de R$ 32 milhões para mais de 30 startups. Recentemente, a plataforma teve seu primeiro exit com a aquisição do Alter pelo Méliuz, os investidores tiveram mais de 70% de valorização do investimento em nove meses. Cadastre-se e conheça as captações disponíveis.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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