Retailtech: loja Ikea aposta na recompra de produtos usados

Por Sabrina Bezerra

A Ikea, varejista de artigos e móveis de decoração, lançou seu programa de recompra e revenda de móveis nos Estados Unidos. A partir de agora, o cliente pode vender novamente os objetos ou os móveis para a empresa e, em troca, ganha voucher para usar nas lojas. Trata-se de uma das iniciativas para se tornar uma companhia sustentável até 2030.

COMO FUNCIONA

Ainda em fase de teste,  o processo funciona assim: o interessado em vender deve entrar na plataforma online, preencher um formulário e a condição (pouca, média ou muito usada). Em seguida, a ferramenta vai informar a estimativa de preço.

Se o produto não tiver dano, a empresa paga 50% do valor original; pouco dano, 30%; e muito dano, 20%. O dispositivo de avaliação tem o prazo de 30 dias. Ou seja, se ultrapassar, será necessário fazer outra análise.

Feito isso, será necessário levar o item físico para a loja mais próxima. Um funcionário vai validar e prontinho, o cliente receberá um crédito para usar nas lojas em até 1 ano após a venda. Por enquanto, são aceitas apenas as mercadorias da Ikea.

Do lado da varejista, os produtos são revendidos aos consumidores interessados.

SISTEMA DE DESIGN DE PRODUTO CIRCULAR

A empresa também lançou uma ferramenta interativa de design de produto circular. Ao acessá-la, os profissionais da área (arquitetos e designers), conseguem medir o quão sustentável são os produtos. Desde objetos de decoração até móveis.

Para isso, basta escolher um item, responder as perguntas sobre os diferentes aspectos do item e, no final, vai receber uma pontuação aproximada de quão circular seu produto é.

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POR QUE IMPORTA?

Não é a primeira vez que a Ikea mostra-se engajada em fazer isso. Afinal, a varejista se comprometeu em se tornar uma empresa de impacto positivo até 2030. Parece longe? Mas não. São menos de nove anos para iniciar a transformação sustentável. 

Portanto, quanto mais iniciativas estratégicas, melhor. E ao que tudo indica, a companhia está investindo pesado em tecnologia para atingir esse marco. Se de fato, vai dar tempo, a gente não sabe, mas está no caminho certo.

Isso porque, do ponto de vista de negócio, as pessoas estão priorizando — na hora da compra — as marcas que pensam no meio ambiente. Veja: cerca de 54% dos consumidores preferem comprar de empresas engajadas na pauta, segundo uma pesquisa do Mundo do Marketing, da Opinion Box e da Dia Comunicação.

A prática, contudo, não é restrita à varejista. Aqui no Brasil, por exemplo, a Lojas Renner tem criado uma série de iniciativas em prol da economia circular. Recentemente, comprou a Repassa, plataforma online de revenda de acessórios, calçados e roupas. Nos pontos físicos, é possível encontrar caixas para depositar as roupas usadas.

A Nike compra e reforma os tênis dos clientes. E tem até startup lucrando com a economia circular, viu? É o caso da Trashin, que já tem Havaianas, P&G e outras gigantes como parceiras.

Vale lembrar que as iniciativas vão ao encontro da pauta ESG. 

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