Você sabia que a experiência completa de compra pode ser melhorada com a ajuda do neuromarketing? Entenda essa história.
(Foto: unsplash)
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12 min
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15 abr 2021
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Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra
Aumentar as vendas do e-commerce é um desafio para muitos varejistas. Em alguns casos, o site recebe um número significativo de visitantes, no entanto, as vendas são poucas ou nenhuma. E o motivo? A loja virtual possivelmente não é atrativa. Mas calma. Antes de sair mudando todo o layout, é importante entender que a experiência completa de compra pode ser melhorada com a ajuda do neuromarketing. Entenda abaixo e confira as dicas.
Trata-se de um campo do marketing que estuda o comportamento do consumidor. Em outras palavras, "a ciência da psicologia humana. É um estudo das respostas do cérebro aplicadas ao marketing e a publicidade para tentar entender como ele funciona e processa as informações”, diz Paulo Crepaldi, especialista em comportamento e futuro. As análises são feitas por meio de eletroencefalograma e ressonância magnética funcional (que captam as reações dos consumidores).
A forma como os produtos são apresentados no seu site para os clientes em potencial contribui para engajar o consumidor. Neste cenário, a frase: a primeira impressão é a que fica nunca fez tanto sentido. Isso porque, segundo um estudo realizado pela universidade canadense Carleton University, as pessoas avaliam — e criam a primeira impressão — de um site em cerca de 50 milisegundos. Por isso, você tem pouco tempo para engajar o possível consumidor.
“Imagine: quando a gente conhece uma pessoa pela primeira vez, seu cérebro, em segundos, define a percepção se você a acha legal ou não; se a pessoa se encaixa com os seus ideais. No e-commerce, é a mesma coisa. A primeira impressão é a mais importante. E-commerce é sobre confiança. O visitante precisa ter confiança em comprar naquele ambiente”, afirma Paulo. “Ou seja, precisa se sentir em casa”, completa o especialista. Mas afinal, como fazer isso? É preciso ter atenção a, ao menos, três comportamentos humanos, que podem ser usados na loja virtual. São eles:
Deixe visível a quantidade das últimas peças de seus produtos. Por exemplo: últimas quatro peças do estoque; peça nas próximas oito horas que você receberá amanhã; ou o desconto acabará nas próximas quatro horas. "Esse é um viés cognitivo que trabalha o poder de escassez. Ou seja, ele faz com que a nossa decisão possa ser tomada de maneira rápida, pelo nosso inconsciente. Daí, a gente acaba sentindo medo de perder uma boa oportunidade”, diz.
Um estudo realizado pela Nielsen aponta que 84% das pessoas compram após ter indicação de amigos e familiares. Quando o assunto é internet, 68% dos entrevistados disseram que confiam nas opiniões dos consumidores postadas online. "Elas confiam nos reviews online tanto como uma recomendação pessoal. Por isso, a validação social é extremamente importante porque traz o sentimento de confiança e segurança. As pessoas querem se sentir seguras no ambiente digital", afirma Paulo.
Outro ponto importante é a cor. “As cores impactam demais a tomada de decisão. Isso vem sendo utilizado pelo marketing e publicidade há muitos anos. O vermelho, por exemplo, traz a sensação de urgência; o azul, confiança; o preto mostrando produto de alta qualidade; o laranja e o amarelo diz que aquele produto não é tão caro. Ou seja, existem essas técnicas que eu acredito que possam ser fundamentais na construção de um e-commerce”, explica Paulo. Quer conhecer mais estratégias de marketing e vendas que engajam o consumidor? Clique aqui.
Lembre-se de deixar claro a dor que o seu produto soluciona e contextualizar na loja virtual. É o que aconselha Mylena Gama, head de comunicação e marca da Nuvemshop. “É preciso entender o que o seu produto soluciona e mostrar isso a partir do layout e do design, por exemplo", diz ela. Além disso, é preciso ter atenção: não ofereça muitas opções, que faça o visitante do site ter de clicar muitas vezes. “Evite excesso de opções e de cliques. Deixe a coisa mais intuitiva. Lembre-se: o segredo da venda online é a simplicidade. Quanto mais simples você agilizar a tomada de decisão do consumidor, melhor”, aconselha Paulo. Mas como melhorar na prática a experiência do cliente na loja online? Confira abaixo:
Paulo diz que é preciso evitar criar novos elementos, que são diferentes da maioria dos sites. “Se o campo de categorias ou de compras estiver muito diferente do tradicional, as pessoas ficam perdidas e acabam desistindo daquela compra”, afirma ele. Mylena diz que o nome das categorias deve ser intuitivo e aconselha: “eu gosto de pensar sempre na dor que o produto está solucionando. Por exemplo, se a loja vende roupa infantil para ficar em casa, o ideal seria criar uma categoria do tipo roupa para ficar em casa”, diz. Mas não é uma regra. “Pode separar por coleção, nome do designer, entre outros”, porém sempre seguindo uma lógica coerente.
“Somos seres humanos visuais. Primeiro, vem a imagem; depois as palavras. O uso de imagens é extremamente importante para direcionar o impulso do consumidor para aquele produto ou serviço”, diz Paulo. Por isso, é importante “produzir fotos de alta qualidade, com boa iluminação e um fundo legal”, afirma Mylena. Só é preciso ter cuidado para não incluir na plataforma fotos que sejam pesadas demais porque pode demorar para carregar e, consequentemente, o consumidor pode abandonar o site.
Para o título, o ideal, segundo Mylena é “colocar nomes específicos dos produtos. Você está em uma loja virtual e não pode colocar apenas produto 1, 2 e 3”. Seja criativo. Quando o assunto é descrição dos produtos é preciso tomar cuidado com exageros. “Não inclua muitas qualidades do tipo: o melhor produto, pois não necessariamente é. Opte em escrever a utilidade do item, como as dimensões, por exemplo”, afirma Mylena. E Paulo alerta: "de forma alguma tenha excesso de texto."
Mostre ao cliente que o site é seguro. Deixe visível todas as normas de segurança e privacidade. Além de e-mails, redes sociais e telefone para contato. Ofereça cupom de desconto - pode ser por meio de banners - só tenha cuidado para “não incluir muita informação. O importante é fazer o banner com foto e elencar o que aquele produto vai trazer de bom para o cliente”, diz Mylena. Afinal, o banner serve como um anzol para fisgar o cliente", afirma Paulo.
E por fim, fica o último recadinho: quando o cliente tem uma boa experiência no site, ele fica feliz e libera dopamina — o que provoca a sensação de prazer e aumenta a motivação. “Quanto mais libera, mais a pessoa vai repetir a ação”, afirma Paulo.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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