Como determinar o salário do fundador da startup?

Fundar uma startup não é tarefa fácil. Principalmente no início, a prioridade dos empreendedores costuma ser o próprio crescimento… Da empresa. Uma questão difícil é: como estabelecer um salário justo e que não prejudique o caixa e o andamento da nova companhia?

Uma pesquisa da Triven (empresa que auxilia startups no setor financeiro) com mais de 53 diferentes fundadores de startups no Brasil ajuda a responder essa questão. 

Qual o salário médio de um fundador?

Tudo depende do estágio e do faturamento da empresa. 

No início, nos estágios de pré-seed e seed (quando os investimentos são de cerca de R$ 2 milhões), a média salarial dos fundadores é de R$ 18 mil. Mas, assim que recebem o primeiro aporte série A, o salário costuma aumentar para aproximadamente R$ 26 mil. 

E quanto ao faturamento? 

Até R$ 4,8 milhões anuais: o valor costuma variar entre R$ 1 mil até R$ 58 mil.

Entre R$ 4,8 milhões a R$ 9,6 milhões anuais: variação de R$ 5 mil a R$ 35 mil, com mediana de R$ 20 mil e R$ 30 mil.

De R$ 9,36 milhões até R$ 24 milhões anuais: de R$ 10 mil a R$ 50 mil.

Como escolher o próprio salário?

Os números acima mostram que há uma grande variação na remuneração mesmo entre empresas de faturamento e estágio semelhantes. Estabelecer o salário do fundador não é tarefa fácil, mas é vital para o andamento saudável da companhia.

Em casos de bootstrapping, quando a empresa utiliza o próprio faturamento para investir no crescimento, a tendência é que os fundadores e CEOs tenham um salário mais baixo. Ao mesmo tempo, um ponto positivo é que eles não terão a participação societária diluída em rodadas de investimento.

Enquanto isso, as startups que buscam o apoio de investidores possuem mais fôlego para bancar salários mais generosos aos fundadores e até mesmo atrair profissionais experientes. Em contrapartida, essas empresas devem atingir as expectativas dos investidores.

Por que importa?

Geralmente, o salário do fundador e/ou CEO é a maior remuneração em uma empresa. Por isso, ela terá impacto nos ganhos de todos os outros funcionários.

Além disso, como mencionado anteriormente, a remuneração deve combinar com o tipo de crescimento escolhido. O fundador deve escolher se irá priorizar o pró-labore (e, portanto, ganhar mais a curto prazo) ou o equity, focando no futuro e possível valorização da empresa a longo prazo.

Considerando que 6 em cada 10 startups fracassam, essa é uma escolha difícil e que deve ser feita com muito cuidado.