Scalable, de crédito para startups, aposta em um mercado novo no Brasil
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4 min
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18 jun 2024
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Atualizado: 3 ago 2024
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“Eu tenho um sonho”. A frase abriu o famoso discurso antirracista do ativista americano Martin Luther King, em 1963. Mas também é o que move todo empreendedor de startup como Marcelo Bragaglia, sócio fundador da Scalable.
O sonho, neste caso, é ser a principal fintech de crédito para startups do Brasil. Nessa jornada, Marcelo e os sócios entenderam que estavam construindo outro sonho: desbravar o mercado de análise de receitas recorrentes no Brasil. Nos Estados Unidos, a auditoria de reconhecimento de receitas de empresas SaaS (software como serviço) já tem até regras contábeis específicas desde 2014.
“Estamos trazendo o conceito para o Brasil com o Scalable Analytics”, diz. Para ajudar nessa missão, a fintech acaba de atrair cerca de R$ 1 milhão de investidores anjo, que também atuam como conselheiros. Entre eles estão Fernando Fegyveres, ex-Banco Voiter e Cerc, e Luiz Cezar Fernandes, um dos fundadores do Pactual, comprado pelo BTG em 2009.
O Scalable Analytics nada mais é do que o “core” da solução inicial desenvolvida pela Scalable para consumo próprio, agora empacotado para venda a terceiros.
Marcelo diz que a fintech percebeu que acabou reunindo e organizando informações que até mesmo as próprias startups SaaS clientes não tinham sobre si mesmas – ou pelo menos, não de forma tão clara. “São dados muito importantes não apenas para destravar acesso a crédito como para prestar contas a investidores”, diz Marcelo. E para a Scalable, é uma porta de entrada para conquistar novos clientes para dar crédito. “Em pouco tempo já temos mais de 100 usando nossa plataforma”.
A fintech une Open Finance com a conexão a vários gateways de pagamentos como Omie, Asaas, Vindi, Conta Azul e Superlógica para extrair dados financeiros e comerciais dos seus clientes. “Funciona como uma embedded finance reversa”, diz.
Para entrar na plataforma, o cliente precisa fazer login com dados do gateway que usa para pagar e receber. “É como usar uma rede social para fazer login em algum serviço”. Assim, a Scalable consegue ver os clientes dos clientes, seu crescimento, e outras variáveis importantes para analisar uma startup com um olhar diferente do de banco. “Depois, cruzamos os dados com indicadores financeiros tradicionais e, se o filme bate com a foto, perfeito: damos o crédito”.
Após um ano de vida, a fintech já emprestou quase metade do FIDC de R$ 20 milhões que levantou, em mais de 50 operações a 20 clientes, segundo Marcelo. Junto com Marcelo, estão os sócios Rafael Calixto Schalch e Aldo Amati.
“Levantar fundos com investidores é estressante, pode levar meses, e ainda dilui o capital dos fundadores”, lembra. “Além do mais, para investimentos como marketing e vendas, não faz sentido entregar capital em troca. O melhor é tomar emprestado. Hoje o mercado de crédito para startups ainda engatinha no Brasil, como era em Israel há 15 anos por exemplo. Mas acredito que o potencial em 10 anos é enorme”.
Marcelo informa, no entanto, que a Scalable não nasceu para ser um fundo de venture debt. Mas quer entrar na ponta de pagamentos, sem concorrer com os gateways e adquirentes. “Já temos integrações com os sistemas; o checkout é nosso, só vamos usar para gerenciar as assinaturas”.
*Conteúdo originalmente publicado no Finsiders Brasil, site parceiro do Startups
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