Kuppi quer dar mais autonomia ao delivery dos restaurantes
Motoboy entrando pedido à cliente (Fonte: Gettyimages)
, Produtora de Conteúdo
5 min
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25 jul 2022
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Atualizado: 5 jun 2023
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Matheus Nager se define como um empreendedor de segunda viagem. Em 2017, ele fundou a Bom Cupom, uma franquia de cupons de descontos físicos para usar em mercados, farmácias e padarias de bairro. Três anos depois, ele fez um spin-off do negócio, motivado pelas restrições e fechamento dos comércios locais.
“A pandemia foi catastrófica para o comércio local. O franqueado não conseguia vender e não deu tempo de segurarmos as pontas”, revela Matheus, em entrevista ao Startups. Em alguns meses, a Bom Cupom deixou de ser a 3ª maior franquia do Brasil – na categoria comunicação, informática e eletrônicos da Associação Brasileira de Franchising (ABF) – e teve que enfrentar uma situação complicada. Sem abrir números, Matheus conta que em 2020 a empresa perdeu mais franquias do que ganhou em 2019.
Ele define a mudança como radical. “Decidimos buscar outras oportunidades. Conversando com os clientes, a maioria de pequenos e médios restaurantes, percebemos uma insatisfação muito grande em relação à dependência exclusiva do iFood, principalmente pelas taxas de comissão”, diz o empreendedor. Daí nasceu a Kuppi, uma plataforma criada para dar mais autonomia às operações de delivery, sem taxas.
A primeira solução foi um cardápio digital, mas logo Matheus viu que ele sozinho não era suficiente. É uma área com muitos concorrentes, como a InstaDelivery, oimenu e Goomer. Mas a questão não é só essa. Segundo o executivo, o grande desafio dos clientes é gerar novas vendas, principalmente em canais paralelos ao do gigante de delivery – e o cardápio digital em si não faz isso. A Kuppi decidiu, então, ajudar os restaurantes a criarem uma máquina de vendas própria.
Para isso, criou uma gerente virtual que automatiza o marketing digital e faz o atendimento pelo WhatsApp, via chatbot. O estabelecimento pode importar todo o cardápio do iFood em 30 segundos para não ter que recriar o menu item por item. E o gerente tem acesso a uma plataforma com dashboards e relatórios de gestão da saúde financeira do negócio, e a possibilidade de criar anúncios patrocinados no automático e trazer vendas direto do Instagram e Facebook.
Embora seja uma alternativa às vendas pelo iFood, Matheus diz que “operacionalmente falando, a startup se posiciona como um complementar”. “Quem comprou essa briga foi os restaurantes. Com ou sem a Kuppi, eles já usam o WhatsApp e o Instagram para vender porque sabem que não podem ser 100% dependentes do iFood. Mas eles não conseguem extrair o melhor desses canais porque não têm ajuda – a Kuppi chega para maximizar esse potencial”, afirma.
Ele acrescenta que mesmo com o monopólio do iFood, o app não está presente em todas as cidades do país. E nessas regiões é essencial oferecer outras opções de vendas para os restaurantes. Segundo Matheus, a vantagem de vender pelas redes sociais é que o usuário se torna de fato um cliente do restaurante, já que 100% das vendas ficam com o estabelecimento.
“O iFood tem 80% de domínio entre os apps de entrega. Mas o mercado total de delivery é 2 vezes maior do que o dos apps, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Então, no geral, o iFood tem em torno de 40%”, diz Matheus. Ele ressalta que hoje 64% dos brasileiros já fizeram ou fazem compras pelo WhatsApp e 46% pelo Instagram. Os dados são de uma pesquisa feita por Mobile Time e Opinion Box. “Muitos restaurantes já investem bastante nesses canais vendendo até mais por eles do que pelo iFood”, diz o empreendedor.
A dificuldade da Kuppi é a captar clientes. “Quando você foca em redes é mais fácil escalar. Fecha uma rede e ganha um monte de clientes de uma vez. Mas no pequeno e médio restaurante isso é mais difícil. Nosso maior desafio passa a ser visibilidade”, explica o empreendedor. Matheus diz que a startup ainda depende bastante de mídia paga, mas recentemente começou a ampliar as estratégias. Uma delas foi começar a oferecer 7 dias de teste grátis do produto – que custa pelo menos R$ 157 por mês no plano semestral.
A companhia também está trabalhando em um programa de indicações com benefícios para os restaurantes que trouxerem novos parceiros. Além disso, a companhia está se preparando para lançar um podcast sobre temas ligados ao delivery. Segundo Matheus, a Kuppi tem hoje 600 clientes, administra R$ 50 mil pedidos por mês e tem um volume bruto de mercadorias (GMV) na faixa dos R$ 2,5 milhões. Agora, espera fechar 2022 com 1 mil clientes.
Para o próximo ano, a companhia vai focar 100% em growth e, para isso, planeja fechar uma rodada de captação série A. Desde a sua fundação, a Kuppi levantou R$ 1,5 milhão de investidores-anjo e o fundo Niu Ventures. O aporte foi direcionado em estruturar a proposta de valor e construir o produto.
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Jornalista. Possui experiência no mercado financeiro, social media e customer experience. Passou pela XP Inc.
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