Companhia não revela seu valor atual, mas diz estar próxima do status de unicórnio
Fabio Rodas, CEO da Shopper, e Bruna Vaz COO da Shopper (Foto: Gabriel Reis)
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Fazer novas rodadas com menos de 1 ano da anterior “is the new black” entre as startups brasileiras. E a mais nova integrante da lista é a Shopper.
O supermercado online que em maio anunciou uma rodada de R$ 120 milhões – fechada alguns meses antes, na verdade – agora concluiu uma nova captação. A série C, de R$ 170 milhões, foi liderada pelo fundo soberano de Cingapura, o GIC, um antigo crush da companhia. O Quartz, de José Galló; a Minerva Foods; o multifamily office Oikos e fundo americano Floating Point, que investiram na série B, acompanharam.
Segundo Fábio Rodas, cofundador e presidente da Shopper, a opção por uma nova rodada e não uma extensão da anterior foi feita porque o valuation subiu muito nos últimos meses com o crescimento da companhia. De maio para cá, a companhia lançou uma operação com produtos frescos e refrigerados, o Fresh; inaugurou um centro de distribuição na cidade de Osasco (SP); contratou gente de peso do varejo como Ramatis Rodrigues, ex-Via Varejo e Pão de Açúcar e superou sua meta de cobertura, chegando a 75 municípios de São Paulo, contra uma previsão inicial de 60. No começo do ano, eram 30 cidades. A base de consumidores cadastrados conta com 500 mil pessoas. O número de produtos oferecidos está perto de 8 mil.
A companhia não revela seu valor atual, mas diz estar próxima do status de unicórnio. Desde sua fundação há 5 anos, a Shopper levantou mais de R$ 290 milhões.
Com a nova rodada, a Shopper quer acelerar sua expansão pelo interior de São Paulo. Em fevereiro a companhia vai inaugurar seu 2º centro de distribuição, na cidade de Ribeirão Prelo. Segundo Fábio, mais uma unidade será montada ao longo de 2022. E há a possibilidade de ter uma 4ª unidade. Além de avançar em São Paulo, o plano é entrar no mercado carioca.
Também entraram no radar aquisições em áreas ligadas a diferentes aspectos de sua operação, como logística e operações.
Os detalhes ainda não estão definidos. Por se tratar de uma estratégia nova para a companhia, a ideia é ter uma melhor leitura dos caminhos que serão tomados em prazo de 4 a 5 meses, segundo Fábio. De acordo com ele, a única área que está descartada é de fintech, que ele avalia não ter muito a ver com o negócio. Me pergunto até quando isso será verdade diante da “fintechzação” do varejo. Vamos ver as cenas dos próximos capítulos.
Além de pagar as contas do plano de crescimento, a rodada chega como uma segurança para a Shopper frente ao que Fábio considera uma bolha de nos mercados privados. “A gente vê muita empresa com poucos meses de vida, sem histórico, com valuations astronômicos. Fico receoso com o que está acontecendo”, diz o fundador, que se diz fiel à visão clássica de que “o que vem fácil, vai fácil”. Para Fábio, se a tal bolha de fato existir e estourar, ele prefere estar capitalizado. “Quando estoura, até quem é bom sofre [por isso é melhor estar preparado]”, diz.
Ele reforça que a Shopper, por estar em seu 6º ano de operação e ter acumulado muitas experiências não se encaixa na categoria do hype. A companhia também não se deslumbra com a captação de volumes vultosos de dinheiro. “Tá vendo o ar condicionado aqui atrás de mim? É o verdadeiro split. Fica dividido entre duas salas para economizar”, diz ele durante a entrevista por vídeo apontando para o aparelho instalado em um buraco em uma parede que divide duas salas.
Perguntado sobre o atual momento de alta da inflação e os impactos para a empresa, Fábio explica que a companhia tem negociado com fornecedores para adiar aumentos. quando não é possível, ela tem absorvido as elevações por algum tempo antes de repassá-las aos consumidores. Ainda assim, a proposta segue sendo oferecer economia aos compradores, com desconto médio na faixa de 12%. “Não damos preço menor porque queimamos dinheiro, é porque a operação é mais eficiente mesmo”, diz.
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