Entenda como o Silicon Valley Bank (SVB) quebrou e quais são os desdobramentos após seu colapso.
Logo do Silicon Valley Bank (foto: Mariia Shalabaieva / Unsplash)
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6 min
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24 mar 2023
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Fundado em 1983, o Silicon Valley Bank (#SVB) era conhecido como o "banco das startups", especializado em serviços bancários para empresas de tecnologia e startups. Em março de 2023, o SVB foi protagonista da maior quebra de um banco americano desde a crise financeira de 2008.
Seu colapso teve início no dia 8 de março, quando anunciou uma liquidação de títulos do Tesouro americano, com prejuízo bilionário, e a emissão de ações na ordem de US$ 2,25 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões). O motivo? Ajustar seu balanço patrimonial.
O anúncio gerou desconfiança por parte dos investidores, o que levou à corrida por saques no SVB. Como efeito, as ações do SVB registraram queda de 60% em um único dia. Isso levou a uma crise de liquidez e, por consequência, sua falência no dia 10 de março.
A questão é: por que a quebra do SVB é um fato relevante? O que levou à quebra do banco? De que forma isso impacta o setor bancário americano e os investimentos em startups? A seguir, tentamos trazer à tona os principais pontos que culminaram na maior quebra do SVB e quais são seus desdobramentos.
Com 40 anos de história e sendo o 16º maior banco dos Estados Unidos, o SVB se tornou referência em investimentos de risco, especialmente em startups early stage (estágio inicial, em tradução livre) com foco em soluções de tecnologia e saúde.
Startups brasileiras tinham mais de R$ 10 milhões no SVB (cerca de R$ 50 milhões), usado para receber investimento de #VC estrangeiro.
Fonte: CNN, Goldman Sachs, Crunchbase, SVB e Bloomberg Línea
O Silicon Valley Bank foi favorecido pelo juros mais baixos no contexto pandêmico em meados de 2020, o que tornou os ativos de riscos mais atrativos. Nessa ocasião, o SVB apoiou negócios via oferta de empréstimos para startups, aquisições e exits, dentre outras operações. Tudo isso em meio a uma forte escalada desses investimentos, que atingiram patamares inéditos.
#ZoomOut: SVB surfou a onda, cresceu e captou ainda mais depósitos — saltou de US$ 62 bilhões em 2019 para US$ 190 bilhões em 2021! Dada a dificuldade de emprestar tanto dinheiro para outros negócios de uma única vez, parte desse valor foi destinado para a compra de de outros ativos — em especial "Mortgage-backed securities" (MBS, ou títulos garantidos por hipoteca).
Porém, com a reversão deste cenário eufórico, dada a escalada dos juros pelo Fed a partir do fim de 2021, esses investimentos se tornaram cada vez menos atrativos. Aqui começa o problema.
A partir desse cenário, houve a migração para ativos de menor risco — como títulos do Tesouro americano — e uma onda de saques bilionária por parte das startups, que, por consequência, pressionou seu balanço. Quase 40% dos depósitos do SVB vinham de startups early stage, segundo o Goldman Sachs.
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