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Softbank analisa crescimento a qualquer custo de startups e ajustes no mercado de VC

Mais criterioso, fundo de investimentos faz mea culpa sobre o crescimento acelerado e o impacto nas demissões em massa

Softbank analisa crescimento a qualquer custo de startups e ajustes no mercado de VC

softbank-investe-em-3-startups-brasileiras-em-um-dia (Foto: GettyImages)

, Jornalista

0 min

8 mar 2023

Atualizado: 19 mai 2023

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Se você acompanha o mercado de startups no Brasil, deve ter visto o nome da Softbank conectado a algumas rodadas de Venture Capital. 

Como um dos players mais poderosos quando se fala em investimentos em tecnologia, o fundo japonês falou ao Estadão sobre o cenário de crescimento acelerado e, consequentemente, os layoffs nas startups.  

Alex Szapiro, que liderou as operações brasileiras da Apple e Amazon, e agora comanda a operação da Softbank no Brasil fez um mea culpa em relação ao impacto nas demissões das startups: 

“Em 2020 e 2021, era um momento de muito crescimento rápido nas startups. Acho que de certa forma era até um pouco errado do nosso lado, da indústria de investimento. Acho que foi um erro nosso também incentivar o crescimento acelerado.”


Para ele, o cenário mudou e as necessidades estão sendo reposicionadas:

Quando se cresce muito rápido, o empreendedor não olha para a ineficiência da sua estrutura. Houve um mea culpa nosso e das empresas sobre esse crescimento. Existe um outro ponto de as empresas que tiveram redução de pessoal, mas ainda têm várias vagas abertas. É um reposicionamento de negócios, diminuindo a área de vendas, mas crescendo a de tecnologia, por exemplo. Basicamente, estamos em um ajuste.”

Por que é importante falar sobre Softbank e startups brasileiras? 

28% dos US$ 9,8 bilhões aplicados em startups brasileiras em 2021 veio dos fundos Latin America I e II, do Softbank. Das 25 rodadas que o SoftBank participou em 2021, cinco deram origem a unicórnios: 2TM (Mercado Bitcoin), Unico, MadeiraMadeira, Merama e Frete.com.

SoftBank (Foto: Getty Images via Tomohiro Ohsumi / Colaborador)

O que é o Softbank?

  • O SoftBank foi fundado em 1981 como uma empresa distribuidora de software.
  • Foi apenas na década de 1990 que Masayoshi Son, o fundador, passou a realizar investimentos em serviços de internet e o SoftBank se transformou em uma operadora de telefonia móvel.
  • Em 1994, a organização fez uma oferta pública inicial e foi avaliada em US$ 3 bilhões.
  • Em 1999, tornou-se uma holding.

Aporte de risco mais bem-sucedido: em 2000, o SoftBank realizou um investimento de US$ 20 milhões na chinesa Alibaba, então um empreendimento em fase inicial. Quando a companhia de Jack Ma abriu o capital para o público, em 2014, a participação do SoftBank valia US$ 60 bilhões.

A chegada à América Latina: em 2019, o SoftBank passou a mirar, também, a América Latina. Isso porque, em março de 2019, a empresa anunciou a criação de um fundo de 5 bilhões de dólares para investimentos em startups da latino-americanas, chamado de Innovation Fund, com prioridade para o Brasil. 

Desordem no mundo e prejuízo: agora, entretanto, a empresa passa por um momento tão difícil quanto o mercado: em fevereiro de 2023, a empresa anunciou o quarto trimestre consecutivo no vermelho. “Com o mundo em desordem, o SoftBank deve jogar na defesa“, declarou Masayoshi Son depois do anúncio do prejuízo de US$ 26 bilhões no Vision Fund, sua principal unidade de investimentos. 

Por que importa?

Apesar de ter sido um mindset que influenciou toda uma geração de startups, muito influenciado pelo Softbank, o crescimento a qualquer custo está definitivamente fora do mapa. Conforme Alex, hoje é mais fácil analisar o cenário, mas, à época, “o mercado era extremamente competitivo.”

E mesmo com todas as incertezas, o fundo segue de olho na América Latina e no Brasil, aberto, apesar de cauteloso, aos frutíferos negócios que a região pode oferecer. A dúvida é: a região tem fôlego - e caixa - para galgar novos negócios, mesmo com o cenário de incertezas? O fundo se diz otimista. Vamos aguardar as próximas notícias. 

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Imagem de perfil do redator

Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.

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