O mercado de condomínios está cada vez mais conectado. A ideia é oferecer praticidade, rapidez e segurança com as novas tecnologias. Entenda!
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11 min
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27 jun 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra
Hoje, possivelmente o seu celular tem todos os aplicativos que você precisa para o dia a dia, certo? Agora, perceba que o mesmo está acontecendo com os condomínios residenciais e comerciais: dentro dos prédios existem vários serviços integrados e inteligentes para facilitar a sua rotina. Como: aluguel de utensílios, mercado autônomo, portaria remota. E você deve estar se perguntando: “então, o futuro da moradia seria uma espécie de Android, iOs e Windows?” Bem parecido.
“Isso porque, até pouco tempo atrás, os prédios eram analógicos, hoje são hardware”, diz em entrevista à StartSe Alexandre Frankel, CEO da Housi. É possível, por exemplo, abrir a porta de casa pelo celular, agendar espaços do condomínio, fazer compras em mini mercados autônomos. “Você tem acesso a uma infinidade de serviços dentro do prédio de forma integrada”, afirma o executivo.
Essas características vão ao encontro do condomínio inteligente.
Trata-se de condomínio que tem automação e integração de soluções que facilitam a vida dos moradores.
Também são chamados de condomínio 4.0 — que tem gestão automatizada de serviços do síndico até folhas de pagamento, controle de acesso de pessoas, equipamento de segurança moderno, entre outros softwares.
Isso significa que os condomínios também estão na quarta revolução industrial que, segundo o livro “A Quarta Revolução Industrial”, de Klaus Schwab, não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas. “Mas sim a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital”, diz.
Por exemplo, a terceira revolução industrial foi marcada pelos eletrônicos, tecnologia da informação e telecomunicações, certo? Agora, a quarta mudança traz a tendência de automatização.
A tendência é que cada vez mais os condomínios tenham armários inteligentes com utensílios e eletroportáteis disponíveis para aluguel de moradores.
Como assim? Imagine que você está preparando uma receita de bolo, mas não tem batedeira. Ao invés de comprar, você aluga — e sem sair do condomínio.
A iniciativa, que faz parte da tendência do consumo sob demanda, tem sido disponibilizada no Brasil pela Tuim, empresa de móveis por assinatura, que lançou recentemente a Tuim Box.
“Na prática, o morador escolhe o produto que precisa — que vai de Airfryer à furadeira — e aluga o tempo que precisar. O desbloqueio é feito diretamente pelo aplicativo, com a leitura de um QRCode”, diz em entrevista à StartSe Pamela Paz, CEO e fundadora da Tuim.
O produto pode ser alugado por semana ou diária. Depois, o usuário higieniza o produto, aciona o app para abrir a porta e devolver no locker. Por enquanto, está disponíveis em alguns condomínios da Vila 11, empresa nacional que desenvolve e administra residências long-stay (longa estadia); e com a Housi, de moradia por assinatura.
A instalação, segundo a Tuim Box, não tem custo. “Mas antes de fechar a parceria, nós fazemos um estudo para entender se encaixa com nosso público e se tem a quantidade de moradores necessários. O mínimo é ter 300 apartamentos”, conta Pamela.
Por que importa? A tendência vai ao encontro do novo comportamento do morador que hoje não tem mais o sonho da casa própria. Para você ter uma ideia, hoje o aluguel por períodos menores se tornou comum, principalmente com o crescimento dos nômades digitais.
Para você ter uma ideia, 35 milhões de trabalhadores no mundo têm o perfil de nômade digital e deve alcançar o marco de 1 bilhão até 2035, segundo o relatório Global de Tendências Migratórias 2022 da Fragomen. Logo, não faz sentido comprar uma série de utensílios. Neste cenário, a solução estaria no consumo sob demanda.
Os mercados autônomos dentro do condomínio estão se tornando cada vez mais comuns.
Funciona assim: o morador entra no local, escolhe o produto e compra. Tudo por meio do aplicativo, sem contato com vendedores. São abertos 24 horas e 7 dias por semana.
A tendência foi acelerada pela pioneira Amazon Go e inspirou gigantes como Carrefour. “Entendemos que as pessoas não têm mais tempo a perder. O e-commerce e aplicativos de entrega cresceram muito nessa tendência de conveniência, mas agora 30 minutos pode ser tempo demais. É por isso que queremos disponibilizar compras em 5 minutos, à distância de um elevador”, disse nessa reportagem Luiz Rufino, diretor de inovação do Carrefour, em entrevista à StartSe.
Por que importa? As pessoas querem cada vez mais agilidade e facilidade na hora de comprar. Foi-se o tempo de enfrentar longas filas ou esperar dias para chegar um produto. Por isso, os mini mercados autônomos dentro do condomínio têm feito sucesso. É o famoso “atender a geração do imediatismo”.
Condomínios com esse sistema tem vigilância o tempo todo e é tudo realizado de forma remota por meio de câmeras, internet e aplicativo.
A adoção cresceu nos últimos anos, principalmente com a chegada da pandemia de coronavírus. Em São Paulo, segundo uma pesquisa da plataforma SindicoNet, desde 2018 houve um crescimento de 86%. Além disso, reduziu em mais de 50% a taxa condominial, diz a plataforma.
O objetivo é centralizar serviços como reserva de espaços, notificações, conversas e outros em um só lugar: no app do condomínio.
A inovação tem conquistado principalmente os Millennials. Isso porque, “são jovens que conquistaram recentemente a sua independência financeira ou, então, novos casais que não querem perder tempo com ferramentas de gestão de condomínio que mais atrapalham do que auxiliam. Eles querem resolver suas atividades no seu tempo e da melhor forma”, diz em comunicado Carlos Castro, CEO do apepê.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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