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Como essa startup se prepara para ser líder na Web3

Formada pelas marcas LOUD, Snackclub, Dropull, Monomyto, Outplay, Druid e Sundae, a holding faturou US$ 20 milhões em 2021

Como essa startup se prepara para ser líder na Web3

Foto: cokada/Getty Images

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Com o objetivo de impulsionar as indústrias de Web3 e jogos eletrônicos no Brasil, a plataforma para gamers e empreendedores Spacecaps acaba de anunciar sua entrada no mercado. A holding é formada pelas marcas LOUD, Snackclub, Dropull, Monomyto, Outplay, Druid e Sundae.

O negócio foi fundado por Bruno Bittencourt, Jean Ortega e Matthew Ho, que também são sócios (e em alguns casos cofundadores) das empresas incorporadas. Como Spacecaps, o objetivo é criar um ecossistema de produtos e ferramentas com foco na experiência do público gamer, apostando em tecnologias como blockchain, NFTs (tokens não fungíveis) e criptomoedas.

Para estruturar a companhia, os empreendedores tiveram 2 anos de bootstrapping com os recursos da própria LOUD. Desde então, a Spacecaps registrou um crescimento anual de 400% na receita e faturou US$ 20 milhões em 2021. Com sede em São Paulo, onde a holding tem o próprio coworking, a companhia conta conta com quase 400 colaboradores divididos em times de marketing, growth, tecnologia, produto e recursos humanos.

A novidade chega em um momento em que o conceito de Web3 é assunto quente no mundo da tecnologia.  De forma resumida, a ideia é remodelar a internet a partir de tokens, blockchain e descentralização, com a promessa de gerar um ambiente digital mais seguro e transparente, fortalecendo o conteúdo desenvolvido pelos usuários.

“Hoje um jogador não é dono de nada que conquista quando dedica horas do seu tempo para concluir as missões de um jogo. Com a Web3 e blockchain, isso muda”, afirma Bruno. Segundo o executivo, ele e os sócios querem dar aos jogadores a autonomia de criar o mundo que quiserem dentro da Web3.

Para isso, as startups se complementam em produtos e propósitos. A Druid opera como uma agência de publicidade e marketing digital que conecta grandes marcas aos influenciadores do setor. Já a Snackclub é uma startup especializada em Web3 que cria experiências, eventos e ativações dentro da comunidade para gerar um retorno aos jogadores. A Dropull conecta marcas e criadores através de experiências exclusivas por meio de NFTs.

Do outro lado, estão a Monomyto, um estúdio de desenvolvimento de jogos mobile, a Outplay, uma agência de gestão gamer e a Sundae, que vem se destacando em livestreaming. A LOUD foi fundada em 2019 e já é uma das maiores organizações de games do Brasil – a startup soma mais de 300 milhões de seguidores nas redes sociais e recentemente levantou R$ 50 milhões para investir em jogos blockchain na América Latina.

“Colocamos na mão de cada pessoa a chance de tomar decisão com os ativos que conquistam, inclusive com a possibilidade de vender ou trocar com outros usuários”, diz Bruno. “Para a comunidade e os criadores de conteúdo, é uma nova forma de monetizar, criar formas de engajamento e ter acesso completo a informações que hoje estão na mão de grandes empresas, mas sem ferir leis locais de proteção de dados.”

Todos por um

“O bacana de juntar todas as empresas é que, mesmo em áreas diferentes, todas se interligam no mesmo objetivo: ser eficaz nas entregas e melhorar cada vez mais o mercado de gaming e Web3 no Brasil. Ao invés de tirar autonomia, cada marca se torna mais forte com o suporte da outra”, pontua Bruno. As startups seguirão operando de forma autônoma, sem mudança de estrutura e fazendo serviços próprios sem precisar de aprovação ou liberação da empresa-mãe.

Para o executivo, a integração na Spacecaps serve para dar o suporte que muitas startups não possuem. “Empreendedores de negócios de tecnologia sempre possuem o time de desenvolvimento e programadores. Outras partes importantes não entram, pois eles estão focados em desenvolver a solução”, afirma.

A proposta da holding é ajudar as startups e seus empreendedores a criar todos os processos necessários para a andarem com as próprias pernas, mas sabendo que existem lideranças focadas em ajudar sempre que precisarem. Para os gamers, Bruno afirma que a Spacecaps congrega “grandes mentes do mercado de games” que conseguem identificar as principais dores do setor e entregar as melhores soluções.

“Muito mais do que criar conteúdos para o mundo gamer, queremos integrar cada vez mais o que conhecemos e vivemos online com partes da sociedade que vivem no offline,” diz Bruno. O executivo não descarta a aquisição de startups para fortalecer a rede, mas diz que estes movimentos vão depender do estágio das outras empresas. 

Potencial de mercado

O Brasil é hoje um dos principais mercados de gamers do mundo. De acordo com o Target Group Index Global Quick View, ferramenta da Kantar IBOPE Medi, gamers brasileiros passam cerca de 2h30 horas jogando por dia, número acima da média global de 2h14. 

Segundo o diretor da Spacecaps, só na América Latina são 289 milhões de jogadores que irão muito em breve se beneficiar de novas tecnologias como a da Web3. “Novos modelos de negócio estão surgindo e novas experiências serão criadas para essas milhões de pessoas. É uma forma de descentralizar o engajamento e até mesmo os negócios e um vasto campo para construção. Acreditamos demais nesse mercado como uma forma efetiva para criação de negócios e monetização de conteúdo”, diz Bruno.

De olho nesse potencial, fundos como Animoca Brands, Mechanism, Jump Crypto, Kora Management e Patron.xyz já investiram nas soluções da Spacecaps. Desde sua criação, a empresa já levantou US$ 4,5 milhões para desenvolver soluções de infraestrutura para Web3 e outros US$ 9 milhões pela Snackclub.

Ainda neste trimestre a holding pretende lançar ferramentas e produtos de infraestrutura para Web3 e seu primeiro blockchain game: Gunstars, um jogo de battle royale mobile com NFTs integradas. A plataforma deve seguir oferecendo diferentes recursos para facilitar a vida da comunidade de empreendedores, incluindo capital em rodadas seed e pre-seed e times especializados.

Segundo Bruno, os planos com a Spacecaps são “crescer de forma saudável” e, por isso, a companhia diz não ter metas agressivas. A meta hoje é focar na experiência da comunidade desenvolvedora e gamer. “Nossa missão é democratizar o acesso a um novo mundo de possibilidades baseado em tecnologia de forma leve e divertida para todos”, conclui.

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