O valor do aporte na empresa brasileira não foi divulgado, mas reforça a tendência de crescimento no consumo de carnes plant based.
The New Fish, do The New Butcher (foto: montagem/divulgação)
, Head de Conteúdo na Captable
9 min
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22 mar 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques
A foodtech brasileira The New Butchers recebeu um aporte de investimento da gestora americana de fundos de Venture Capital Lever VC. A quantia não foi divulgada, mas a decisão não é novidade na carteira da Lever, que já investiu em outras empresas de carne plant based, como Beyond Meat e Impossible Foods. O investimento do fundo, no entanto, reforça a relevância da startup no setor de carnes de plantas. Além da Lever VC, a startup tem como investidor Paulo Veras, o fundador da 99 (primeiro unicórnio brasileiro).
O valor recebido pela startup será utilizado principalmente nas áreas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e marketing. A The New Butchers ainda espera que a visibilidade e conexões do fundo Lever facilitem a internacionalização da startup, embora o Brasil ainda seja o foco no curto prazo. A influência do fundo também deve facilitar a captação de futuras rodadas de investimento – trazendo ainda mais capital e conexões para crescer.
A New Butchers afirma que seu maior diferencial está na prioridade para o portfólio de produtos. E realmente, a variedade surpreende. Com apenas um ano e meio de existência, oferece opções de carne bovina, frango e salmão. As versões em formato de hambúrguer já são conhecidas, mas a startup também oferece filés.
A startup ainda prepara para a páscoa produtos que emulam sabor e textura de bolinhos de bacalhau e sua versão de bacalhoada. O próximo desafio será o lançamento de sua versão da carne de porco, também feita de plantas, é claro.
A New Butchers afirma que seus produtos possuem sabor, textura e suculência muito próximos ao das carnes que busca reproduzir. Além disso, a empresa busca tornar o produto mais saudável, abrindo mão da gordura vegetal e da proteína de soja em favor da gordura de côco, proteína de ervilha e "sangue" de beterraba. Não há glúten, transgênicos ou aditivos. Por fim, além de eliminar esses ingredientes de sua formulação, enriquece o produto com vitaminas e ferro.
Os laboratórios de testagem também incluem vários diferenciais que vão desde a experimentação com proteínas de fontes vegetais além da ervilha (jaca, por exemplo) até equipamento que simula a mordida humana, com o objetivo de aproximar ao máximo a textura do produto vegetal à versão animal original.
O investimento da Lever não ocorreu à distância: um time veio ao Brasil conhecer a fábrica, o portfólio e provar os produtos. Além disso, exploraram o setor de inovação da startup, por fim decidindo investir na empresa. Isso demonstra o quão acertada foi a decisão da startup em focar no desenvolvimento de um amplo portfólio de produtos e tecnologia para desenvolver produtos plant based ainda mais indistinguíveis dos alimentos com origem animal.
Além dos diferenciais já citados, a The New Butchers ainda conseguiu atingir a marca de apenas 10% de ingredientes importados, número que era de 85% em seu princípio. Com a popularização e aumento da produção, o segmento deve começar a apresentar preços mais atrativos ao consumidor, diminuindo as barreiras de entrada e aumentando o consumo desse tipo de produto pelos brasileiros.
O mercado das opções plant-based deve ter expansão significativa nos próximos anos. O UBS, banco suíço, estima que o setor deve crescer 28% ao ano até 2030, atingindo US$ 85 bilhões. Com tanto crescimento, não é surpreendente que a concorrência já esteja acirrada – e deva continuar aumentando progressivamente.
No Brasil, a Fazenda Futuro é o concorrente mais conhecido, mas vem ganhando competidores internacionais como a chilena NotCo, que já oferece maionese, leite e hambúrguer de carne plant based no país.
Alguns representantes do setor de proteína animal também buscam seu espaço na oferta de produtos do segmento. Marfrig, BRF e JBS já oferecem opções vegetarianas com linhas de produto como Sadia Vegetal, Incrível e Seara Gourmet.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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