A nova aposta do empreendedor Carl Pei ainda nem apresentou seu primeiro produto, mas já captou US$ 10 milhões de pessoas comuns.
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Por Tainá Freitas
Carl Pei, cofundador da fabricante chinesa de smartphones OnePlus, deixou a companhia para focar em um novo empreendimento: a Nothing. A startup ainda não possui nenhum produto ou serviço lançado, mas tem chamado atenção por um motivo muito específico — como está construindo comunidades.
A empresa aderiu ao crowdfunding de investimento (ou equity crowdfunding) para permitir que pessoas comuns (e não apenas grandes fundos de investimentos) invistam no negócio desde o início. Ao todo, foram disponibilizados US$ 1,5 milhões em ações com o mesmo preço da primeira rodada (Série A) da companhia, em que recebeu US$ 15 milhões do Google Ventures.
“Geralmente, a comunidade tem que esperar por uma primeira oferta pública de ações (IPO) para investir, mas, neste período, o valor de mercado já está muito alto. Nós estamos te convidando para possuir a Nothing desde o início, no mesmo preço da nossa Série A, e estar a bordo em toda a corrida”, escreveu Pei no Twitter.
Em apenas sete horas, 8,7 mil pessoas registraram o interesse de investir, ao todo, US$ 10 milhões na companhia. A empresa já nasce com uma grande comunidade de apoiadores dispostos a fazer o negócio deslanchar.
O investimento mínimo por pessoa na Nothing é de 50 euros; o máximo, 20 mil euros. O valor mínimo é extremamente baixo em comparação a outras iniciativas de investimento em startups.
Após o aporte, uma cadeira do conselho de administração será reservada aos investidores do equity crowdfunding, para que “nunca esqueçam o que querem os usuários”.
“A vantagem da empresa é de fidelizar aquele cliente que já é um fã, tornando-o um embaixador. Ele já gosta da companhia e recomenda o produto ou o serviço. Com uma rodada de crowdfunding de investimento, passa a ganhar outros incentivos — o negócio que ele investiu cresce, assim como o seu dinheiro”, comenta Paulo Deitos, CEO do crowdfunding de investimentos CapTable. “Não tem nada mais poderoso do que isso para exponencializar o crescimento de uma empresa”.
A plataforma de equity crowdfunding utilizada pela Nothing é a Crowdcube, criada no Reino Unido. Essa é uma modalidade cada vez mais comum de investimento em startups em diversos pontos do mundo, inclusive no Brasil.
“Uma das primeiras startups a ter utilizado a modalidade é o banco digital Revolut. Eles usaram essa metodologia de abrir parte da rodada via equity crowdfunding quando a empresa ainda não era unicórnio. Fizeram duas rodadas em menos de um ano e todo mundo que investiu obviamente multiplicou o recurso, além de ter ajudado a base de clientes aumentar absurdamente”, exemplifica Deitos. Ainda é cedo para falar que essa história irá se repetir com a Nothing, mas a iniciativa fortalece a confiança dos novos investidores.
Já por aqui, a modalidade de crowdfunding de investimento é regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários, na instrução CVM nº 588. Atualmente, está disponível apenas para empresas de pequeno porte, com o limite anual de oferta de R$ 2,4 milhões. A expectativa, de acordo com o CEO da CapTable, é que em breve este limite aumente e que grandes empresas também possam participar.
Nenhum funcionário se dedica tanto a um negócio quanto um sócio. Por isso, programas de partnership são comuns nas maiores empresas do Brasil e do mundo. Pessoas comprometidas com o sonho da empresa são mais eficientes que "batedores de meta". Conheça nosso programa Sociedade & Cultura e aprenda os passos práticos para construir este modelo de gestão no seu negócio.
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