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Engajando o devedor? Como essa startup mudou o mecanismo de cobrança

Startup iRecebi quer tornar, através de tecnologia e mecanismos de engajamento, o processo de cobrança menos oneroso para as empresas

Engajando o devedor? Como essa startup mudou o mecanismo de cobrança

Pessoa fazendo pagamentos (Fonte: Burst/Shopify)

, conteúdo exclusivo

8 min

9 mai 2023

Atualizado: 19 mai 2023

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Cobrar um cliente inadimplente é algo bem diferente de fechar uma venda. Entretanto, a iRecebi quer criar um meio do caminho entre estes dois universos por meio de sua solução de cobrança. A startup quer fazer, através de tecnologia e mecanismos de engajamento, o processo de cobrança menos oneroso para as empresas.

Fundada no começo de 2023, a partir de uma solução de sua empresa-mãe, a Innovare Cobranças, a iRecebi chegou ao mercado com metas agressivas, mirando R$ 150 mil de receita recorrente até o fim do ano. Para isso, a companhia já conta com cerca de 60 clientes na base, entre PMEs e algumas contas maiores como a operação brasileira da Messer Gases, multinacional austríaca do ramo de gás industrial.

“Estamos só no começo, organizando pessoas e processos para iniciar a escala. Já estamos muito bem validados, e cruzamos a faixa de MRR que é necessário para identificar a tração do negócio. Nosso ticket médio por cliente está em R$ 800 por mês, com possibilidade de aumento claro”, pontua Thiago Avelino, CRO da iRecebi, que entrou recentemente na companhia para ser um dos líderes desta estratégia de crescimento.

Por ser uma operação nascida dentro da Innovare, empresa de cobranças que atende grandes contas no país, a iRecebi já nasceu com suas contas no azul, ou “breakivada no início”, como seu CEO, Macmilian Gonçalves, preferiu pontuar. “Nascemos como um SaaS, então temos a capacidade de atender múltiplos mercados e empresas de diversos portes. Atualmente, as PMEs contabilizam 70% da carteira, mas os 30% restantes representam mais da metade da receita que já temos”, explica.

Engajando o devedor?

Ao falar da solução da iRecebi, Thiago buscou no segmento de vendas um paralelo. Segundo ele, a sua companhia quer fazer com o mercado de cobrança (financeiros e contas a receber), o mesmo que o sales engagement fez com os departamentos de venda das companhias.

“Cobrar é mais do que uma jornada de faturamento, com réguas de cobrança e checkpoints mandando lembretes para o pagador. Nosso foco é recuperar crédito e engajamento, orquestrando os processos de cobrança”, pontua. De acordo com o CRO, o plano da iRecebi é se tornar a primeira plataforma de “financial engagement” do mundo.

Ainda segundo ele, o SaaS da empresa captura as carteiras de cobranças, títulos e notas dos clientes em seus ERPs, e orienta as cobranças em fluxos customizados de acordo com cada nível de complexidade, carteira, valor e infinitas possibilidades. “Tudo isso se utilizando de voice bots, SMS, e-mails e WhatsApp, em uma inteligência proprietária”, completa.

Conforme destacam os executivos da iRecebi, a proposta da startup vem despertando fortes reações das empresas. “Tocamos numa dor dos financeiros das empresas, e já temos cases de que clientes estão obtendo retornos. A Messer Gases reduziu seu custo operacional, conseguindo gerenciar seus fluxos de cobrança em um time de 10 pessoas, o que antes era feito com 40 pessoas”, pontua Macmillan.

Thiago Avelino, CRO da iRecebi (Foto: Divulgação)


Próximos passos

Focada na sua estratégia de crescimento, a iRecebi já tem seus próximos passos mapeados. Segundo Thiago, o segmento de cobranças ainda guarda um enorme potencial, e a companhia mira grandes contas em setores como indústria, TI, varejo e serviços. “Tem muita empresa aí gerenciando contas a receber no excel ainda”, dispara.

Entretanto, as startups também estão no radar da companhia – segundo o CRO, elas são os principais early adopters da plataforma. “Essas (startups) já representaram 70% das vendas em abril”, revela Thiago.

Para ampliar sua base de clientes, o pitch de Macmillan é mudar o pensamento de muitos financeiros quanto à dinâmica das cobranças. Segundo o CEO, a solução da iRecebi tem o papel de trabalhar a cobrança como um relacionamento contínuo, prevenindo a inadimplência em vez de reagir quando alguém atrasa em seus pagamentos.

“Percebemos que a grande dor do cliente final é ser lembrado dos seus pagamentos, e não pagar a cobrança em si. Dados mostram que mais de 90% das inadimplências são de clientes que não receberam qualquer tipo de ação de cobrança ou boleto para pagamento, e menos de 6% são de fato devedores/inadimplentes”, completa Thiago.

Outro plano traçado pelo CEO é o de parcerias. Segundo ele, o plano da companhia é o de se “plugar” a outras plataformas de billing e ERP para angariar mais clientes. A empresa já fez isso com a Omie, colocando o iRecebi no marketplace da plataforma. “Quero ser parceiro da Omie, Vindi, Iugu, pois essas estão vendendo a solução de billing e eu quero resolver a inadimplência”, afirma Macmillan.

Como estratégia nem sempre é tudo para crescer, a iRecebi também avalia possíveis investimentos para acelerar seu go-to-market. “Já fomos prospectados e entramos em conversas com alguns fundos, mas vamos esperar para saber de forma clara como vamos usar este dinheiro”, diz Thiago.

Para Macmillan, o momento de captar deve chegar para a startup, mas não há pressa. “Queremos manter o captable limpo, avaliar opções e preparar (uma possível rodada) para o segundo semestre, para começar 2024 capitalizado”, finaliza.

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