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Fim do inverno das startups? Como empresas brasileiras levantaram R$ 750 milhões em uma semana

Na mesma semana, mais de R$ 750 milhões investidos em startups brasileiras. A Tiger Global protagonizou o maior investimento do ano em uma fintech brasileira e o Gympass fechou rodada de US$ 85 milhões.

Fim do inverno das startups? Como empresas brasileiras levantaram R$ 750 milhões em uma semana

Mais de R$ 750 milhões em rodadas para startups brasileiras foram divulgados na mesma semana.

, Head de Conteúdo na Captable

8 min

24 ago 2023

Atualizado: 28 ago 2023

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Na mesma semana, mais de R$ 750 milhões foram investidos em startups brasileiras. Ou seja: o sol está brilhando pra valer e derretendo o gelo do inverno das startups.

Nomad, Gympass, A de Agro, Cumbuca e Coala Saúde anunciaram novas rodadas. Conheça os detalhes abaixo.

O tigre voltou a rugir?

Fundada por Chase Coleman na virada do milênio, a Tiger Global conseguiu capitalizar com a queda de valor das empresas de tecnologia após a bolha das pontocom. Ao entrar cedo no jogo, o fundo aprendeu os meandros do setor e apostou alto em algumas das empresas mais promissoras do mercado, como Facebook e Atlassian. 

Essas apostas fizeram da Tiger Global um dos fundos de hedge mais lucrativos de todos os tempos, com mais de US$ 90 bilhões em ativos na carteira.

Isso durou até o início de 2022, quando as ações das empresas de tecnologia despencaram nas bolsas ao redor do mundo. Com a desvalorização dessas empresas, a Tiger Global já acumulava em junho do ano passado uma perda de 52%. 

Diante de resultados ruins, a Tiger decidiu controlar o seu lendário “apetite” de risco para tomar decisões mais conservadoras e focar em sua recuperação financeira. Algumas pessoas próximas da companhia descreveram a nova abordagem como “um foco em não perder dinheiro”.

Na busca por melhorar seus resultados em 2022, a Tiger Global pode ter perdido boas oportunidades no longo prazo, além de afastá-la da essência do venture capital, que é o risco – mas com chance de retornos extraordinários.

Afinal, o venture capital é uma modalidade que investe em startups, comprando uma participação minoritária, com o fim de valorizar estas ações num futuro.

De novo, o cardápio do tigre mudou

Agora, o tigre voltou a rugir: a Tiger Global protagonizou o maior aporte em uma fintech latinoamericana do ano – foram US$ 61 milhões ou cerca de R$ 300 milhões investidos na Série B da Nomad, fintech que permite aos brasileiros a abertura de conta-corrente em um banco norte-americano de forma digital.

O CEO da Nomad, Lucas Vargas, afirma que o aporte é consequência de ter conseguido "mostrar que aumentamos muito nossa receita, com uma evolução grande em margem e lucratividade. Chegaremos ao breakeven até o final do ano”. 

A previsão da Nomad é fechar 2023 faturando R$ 250 milhões – um resultado 4x maior que o de 2022. Só nos primeiros 7 meses do ano, a Nomad já movimentou mais de R$ 5 bilhões em transações entre países.

O aporte volumoso chama ainda mais atenção por conta do período escasso em investimentos altos em startups – segundo o Distrito, dos 32 aportes realizados em julho, apenas 9 foram em série A ou B, sendo o restante concentrado em estágios anteriores.

O aporte de R$ 300 milhões será usado para captar mais clientes para os produtos já existentes da Nomad e para o desenvolvimento e melhorias de produtos, especificamente os de investimento e crédito.

Além da entrada da Tiger Global, a rodada de série B recebeu follow-on de: Stripes, Spark Capital, Monashees, Globo Ventures, Propel e Abstract. 

Curiosamente, antes da rodada atual, a Nomad tinha recebido aporte em maio de 2022, cerca de R$ 160 milhões. Por isso, já havia um sentimento que a Nomad tinha sido uma das últimas a receber aportes no ano passado; se foi, agora pode ser um sinal de que a janela dos investimentos está novamente aberta para as startups brasileiras.

Gympass mostra sua força

Além da rodada da Nomad, o Gympass anunciou nesta semana uma rodada de US$ 85 milhões – à um valuation de US$ 2,4 bilhões.

Enquanto o mercado ainda vive tempos incertos e de menor liquidez, o Gympass mostrou sua força ao levantar o aporte de série F, que avaliou a empresa acima dos US$ 2,2 bilhões da rodada anterior, em julho de 2021.

A rodada foi liderada pela EQT, gestora de private equity sediada na Suécia. Além dela, contou com a participação do fundo de clientes da Neuberger Berman, General Atlantic e Moore Strategic Ventures – as últimas duas realizando follow-on.

Segundo o Gympass, o momento atual da empresa é de forte expansão: de janeiro a junho cresceu em 80% a carteira de clientes corporativos, hoje de mais de 15 mil companhias, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Para atingir esse crescimento, o Gympass já levantou um total de US$ 605 milhões desde a fundação, em 2012.

Por que importa?

Não são só as rodadas gigantescas da Nomad e do Gympass que movimentaram a semana nos investimentos em startups. Outras três rodadas e duas aquisições demonstram a volta de apetite por startups:

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Imagem de perfil do redator

Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

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