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Startups brasileiras levantaram R$ 50 bi em 2021

2021 foi recorde para as startups brasileiras: R$ 50 bilhões foram investidos no ano – o triplo do ano anterior. Será que 2022 supera o valor?

Startups brasileiras levantaram R$ 50 bi em 2021

startups-brasileiras-levantaram-r-usdollar-50-bi-em-2021 (Foto: GettyImages)

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Por Victor Marques, da CapTable Brasil.

Com todos os ventos negativos que poderiam impactar os investimentos em startups – pandemia, inflação, elevação da taxa básica de juros – os negócios brasileiros continuaram em franca expansão, recebendo aportes recordes, cada vez maiores e finalizaram o ano conquistando o triplo do volume investido em 2020.

Somados, os aportes até novembro totalizaram US$ 8,85 bilhões (mais de R$ 50 bilhões). Apenas o mês de dezembro de 2021 totalizou R$ 3,36 bilhões investidos. Portanto, com as rodadas de dezembro, o ano de 2021 finalizou com mais de US$ 9,44 bilhões investidos nas startups brasileiras.

RODADAS DE DEZEMBRO

As rodadas de dezembro foram o empurrão que faltava para atingir o volume três vezes maior que 2020, os R$ 3,36 bilhões foram conquistados em 8 rodadas: R$ 1 bilhão para o Olist, R$ 769,5 milhões para a Facily, R$ 724 milhões para a Alice, R$ 260 milhões para o Arquivei, R$ 204 milhões para a Ambar, R$ 170 milhões para a Shopper, R$ 121 milhões para a Conta Simples e R$ 110 milhões para a Sami.

EFEITOS NO MERCADO DE INOVAÇÃO

O mercado de investimento em startups brasileiro cresce a uma taxa maior que a média do mercado mundial: enquanto o volume investido em startups mundialmente dobrou, o Brasil triplicou o resultado. Isso ocorre principalmente pela migração de um número cada vez maior de talentos para o mercado de tecnologia: um ciclo que gera negócios incríveis que atraem mais capital e que no fim atrai ainda mais pessoas para o empreendedorismo.

O ritmo mais acelerado de crescimento do Brasil também é um sinal de atraso: o país levou mais tempo que os mercados mais maduros para desenvolver seu ecossistema de inovação. Em 2021 o Brasil se tornou o sétimo maior mercado mundial em volume de investimento nas startups, segundo o Crunchbase. Porém, ainda ficou para trás de países com populações menores (ou seja, mercados nacionais mais reduzidos) como Reino Unido, França e Alemanha.

SEGMENTOS FAVORITOS

Falando em tamanho de mercado, esse parece ainda ser fator determinante para conquistar rodadas maiores e mais investimentos para um segmento. Os setores com maiores mercados disponíveis para as startups continuam liderando em termos de volume investido: fintechs (US$ 3,5 bi), retailtechs (US$ 1,3 bi), proptech/construtech (US$ 1,01 bi), edtechs (US$ 553 mi) e mobitechs (US$ 390 mi).

Além do tamanho dos mercados contemplados pelas soluções das startups desses segmentos, alguns fatores impulsionaram o interesse por cada um. As fintechs, por exemplo, se beneficiam de infraestrutura financeira e tecnológica bem desenvolvida, além de introdução de novas tecnologias desde o topo do mercado financeiro que eliminam boa parte da assimetria com instituições bancárias tradicionais (como o PIX e o Open Banking).

Para as retailtechs, o grande catalisador foi a pandemia. Com o isolamento social, muitos brasileiros descobriram e passaram a preferir o e-commerce. Seja por comodidade, valores mais atraentes, programas de cashback ou experiências melhores que a compra nas lojas físicas, muitos desses consumidores devem continuar preferindo a experiência de compra online. Esse resultado foi possível devido a inúmeras inovações de startups, que foram adquiridas ou implementadas pelas grandes redes varejistas brasileiras, dando capacidade logística e experiências melhores aos consumidores que passaram a utilizar o e-commerce.

O setor de proptechs/construtechs vive um cenário parecido com o das fintechs em seu princípio: um mercado ainda predominantemente tradicional e inefetivo, com serviços ruins e caros. Por conta do grande espaço para evolução e proposição de novas soluções, é um segmento que ainda pode sofrer grande transformação com a tecnologia das startups.

POR QUE IMPORTA?

2021 também foi de volume de investimento recorde na CapTable, a plataforma de investimentos em startups da StartSe. Foram mais de R$ 51 milhões captados, para 30 startups, somando 5500 investidores e mais de 8 mil investimentos. Em 2022 a CapTable continuará com sua missão de ser um hub da Nova Economia – um local onde os diferentes players se encontram. Cadastre-se e saiba em primeira mão sobre novas rodadas e confira as oportunidades disponíveis.

Com novas variantes da COVID-19, ano instável na política brasileira e incertezas na economia, o Venture Capital deve novamente enfrentar condições macroeconômicas não muito favoráveis em 2022. Mas, levando em consideração a performance dos anos anteriores – com outros desafios – os investimentos em startups não devem desacelerar e provavelmente conquistarão um novo recorde até o final do ano.

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