O setor tem apresentado uma importante evolução nos últimos anos.
Fábrica produzindo um carro (Fonte: Getty Images)
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O mercado das mobitechs, startups que desenvolvem soluções para o setor de mobilidade, ainda é incipiente no Brasil em comparação com outros segmentos como serviços financeiros, saúde, varejo e RH. No entanto, de 2021 para 2022, essas empresas movimentaram mais de R$ 2 bilhões em investimentos, distribuídos em 22 deals.
Os dados são do estudo A evolução das startups no setor de mobilidade, desenvolvido pela rede de inovação aberta Liga Ventures em parceria com a PwC Brasil. A pesquisa considerou 131 startups do diversas categorias do setor, como mobilidade elétrica, acessibilidade, inteligência de dados, entre outros.
Do total investido, cerca de 34% foi direcionado para a Buser, que em junho de 2026 levantou R$ 700 milhões. A rodada série C foi liderada pelo fundo LGT Lightrock, com participação de Softbank, Monashees, Valor Capital Group, Globo Ventures, Canary e Iporanga Ventures. Outras rodadas de destaque vão para a Kovi, que recebeu US$ 100 milhões do Valor Capital e Prosus Ventures, e a Tembici, que captou US$ 80 milhões da Crescera Capital para aumentar sua frota de bicicletas elétricas.
A categoria que mais atraiu os investidores foi a de E-sharing, responsável por 46,6% dos aportes no setor. Na sequência estão os segmentos de transportes coletivos (34,73%) e mobilidade elétrica (11,71%).
“Diversos acontecimentos globais e regionais têm afetado fortemente a nossa vida, e a mobilidade foi uma das áreas mais impactadas”, diz Telmo Teramoto, Startup Hunter e Especialista em Mobilidade da Liga Ventures, em comunicado. Ele cita a preocupação crescente com o ESG, que fomenta o uso de veículos elétricos e não motorizados, e a guerra na Ucrânia, que reforça a discussão energética. “Esses e outros motivos fizeram com que os últimos meses tenham sido bastante agitados no ecossistema brasileiro de startups, com muitos investimentos em mobitechs”, pontua.
Como resultado, as startups mapeadas tiveram um crescimento médio de 44% nos seus times, resultando em aproximadamente 1.670 empregos gerados no período analisado. O valor foi impulsionado pelas startups na categoria e-sharing (aluguel ou compartilhamento de veículos por curtos períodos de tempo), que gerou cerca de 33% das contratações. Outro destaque é o aumento de 50% no número de funcionários em cerca de 27% das companhias analisada.
As empresas de mobilidade no Brasil ainda são jovens. A maioria (22,9%) das startups ativas foi fundada em 2017, seguida por 14,5% em 2019 e 13,74% no ano anterior. Em termos de categoria, 23,66% atuam com mobilidade elétrica, 11,45% com inteligência de dados e 10,69% com mobilidade corporativa. Fecham o Top 5 os segmentos de serviços de apoio (10,69%) e transportes coletivos ou de massa (9,16%).
O mercado ainda enfrenta uma concentração regional significativa, com 51,54% das mobitechs estão localizadas no Estado de SP e 41,54% na capital paulista. Em 2º lugar está Santa Catarina, com 10% de participação, na frente de Rio de Janeiro (7,69%), Minas Gerais (6,92%) e Paraná (6,15%).
Apesar dos avanços, a pesquisa revela que 22% das startups de mobilidade faliram entre maio de 2021 e 2022. “Com as mudanças ocorridas no mercado ao longo do tempo e principalmente no último ano, é natural que alguns negócios não deem certo. Mas há ainda muito espaço para a criação de novas soluções que transformem a forma como enxergamos esse setor”, analisa Guilherme Massa, co-fundador da Liga Ventures, em comunicado.
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