Adaptar o modelo de negócios pode ser a sacada para chegar em uma startup de sucesso!
Tiago Albino, CEO do içougue (Fonte: divulgação)
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0 min
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7 abr 2023
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Atualizado: 19 mai 2023
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Se tem uma coisa que os empreendedores aprendem no ecossistema de startups é que mudar não precisa ser sinônimo de fracasso. Pelo contrário, é fundamental para se adaptar às vontades e necessidades do público, e pode ser a sacada para chegar em um negócio de sucesso.
Nesse mercado, mudar a direção e o modelo de uma empresa é tão comum que ganhou o seu próprio jargão: pivotar. Em 2019, o dado era que cerca de 77% das startups brasileiras já haviam pivotaram em algum momento, segundo o Mapa das Fintechs Visa, estudo que traz informações sobre as mais de 175 startups inscritas no programa de aceleração da companhia daquele ano.
Esse número deve ser maior ao olhar para todo Brasil. E ainda mais alto se a pesquisa fosse feita em 2023, levando em conta a conjuntura atual de seca de investimentos, altas taxas de juros e inflação e dificuldades para levantar capital. Nesse momento, as empresas precisam – mais do que nunca – se readaptar às circunstâncias do mercado para sobreviver e crescer com sustentabilidade.
“Uma mudança na estratégia de negócios com base em uma nova percepção ou tendência de mercado é inevitável para empresas jovens que ainda buscam adequação do produto ao mercado. Diria que os pivots são mais importantes de acompanhar do que os levantamentos de fundos, porque fornecem um instantâneo de uma startup reagindo a novas tensões no mercado”, analisa a repórter Natasha Mascarenhas, do TechCrunch, em um texto publicado no site de notícias.
“Após conversas com vários investidores e fundadores, fica claro que as próximas semanas e meses incluirão muitas mudanças sutis na forma como as startups em estágio inicial fazem negócios. Alguns podem priorizar novamente os objetivos para reduzir o risco, enquanto outros podem buscar novos modelos de negócios de curto prazo para finalmente obter alguma receita”, diz Natasha.
Até mesmo as big techs, as companhias de tecnologia mais sexys e invejadas da atualidade, que dominam os mercados em que atuam, surgiram de um jeito e hoje são negócios completamente diferentes. O YouTube surgiu como uma plataforma de namoro online; o Slack teve seus primórdios como um videogame; e o Instagram nasceu como um app para fazer check-ins.
A seguir, conheça 5 startups brasileiras que se transformaram nos últimos anos em busca de mais crescimento:
A Taggie nasceu como um marketplace B2B2C para que as pessoas experimentassem peças de roupa de diferentes marcas sem compromisso de compra. Mas ainda nos primeiros meses de vida, os fundadores Mariana De Marchi e Sergio Costa mudaram o modelo para que a startup se tornasse rentável logo no início. Hoje, a companhia opera no B2B, oferecendo uma plataforma SaaS (software as a service) para escalar vendas digitais do varejo físico, atuando nas verticais de pagamentos, dados/CRM e operação logística.
A proposta é ser um omnichannel totalmente automatizado de ponta a ponta, transformando o vendedor em um smart e-commerce com ferramentas para viabilizar sua venda digital de forma muito mais rápida. A startup cresceu 2,5 vezes a receita projetada para 2022 e, em menos de um ano, expandiu de São Paulo para Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A área de atuação também aumentou, passando a atender não só o segmento fashion, mas todo o varejo.
A mudança para o modelo B2B permitiu que a empresa atingisse o break-even (sem lucros, nem prejuízos) em julho de 2022, sete meses após seu lançamento.
Em 2019, Rodrigo Allgayer e Nohoa Arcanjo, fundaram a Creators LLC para conectar empresas em busca de profissionais freelancers para a criação de campanhas e materiais publicitários. Mas, de olho na ascensão do mercado de influenciadores e criadores de conteúdo digitais, a startup decidiu redirecionar o modelo há cerca de dois anos colocando os creators no centro da estratégia.
A proposta atual é oferecer uma plataforma que faz o match entre marcas e criadores de conteúdo por meio de tecnologia e curadoria especializada. No último ano, a companhia abriu a carteira de clientes, aumentou o time, estruturou a máquina de vendas e fechou projetos maiores. Hoje, são mais de 8 mil criadores de conteúdo e grandes clientes como Google, Nubank, TikTok, Prime Video, Ambev, Itaú e Olist.
Atuando no novo modelo, a empresa faturou R$ 20 milhões em 2022 – um salto de 325% em relação ao ano anterior. A expectativa é aumentar a receita em 350% nos próximos 12 meses.
O içougue tornou-se o principal marketplace de entregas rápidas de carnes do país, com uma linha completa de proteínas, molhos, temperos e acompanhamentos. Depois de participar de alguns programas de aceleração, o fundador Tiago Albino foi aconselhado a não focar no B2C. Então, construiu uma rede com quase 4 mil restaurantes e estruturou um braço de crédito com foco em lojistas negativados. Mas com o fechamento dos restaurantes na pandemia, as vendas desabaram, a operação de crédito não avançou e a startup voltou a atender consumidores finais.
A companhia fechou parceria com um frigorífico em São Paulo para produzir uma linha própria, expandiu o catálogo de produtos com proteínas vegetais e lançou franquias. No entanto, com a reabertura dos açougues, o comércio de proximidade se tornou uma nova ameaça – e a foodtech precisou se adaptar mais uma vez. Ao invés de competir com esses players, Tiago decidiu juntar-se a eles: a startup pivotou para atender o varejo de proximidade, aliou-se a players do segmento para crescer e passou a mirar empresas, com entregas fracionadas.
Em entrevista ao Startups em maio de 2022, a companhia dizia ter um faturamento atual de R$ 8 milhões e projeção de R$ 30 milhões para o ano. Na época, o içougue entregava cerca de 100 mil toneladas de carne por mês para consumidores em suas frentes B2C e B2B.
A startup VOA Hotéis surgiu em 2019 como uma rede de hotéis para dar suporte ao empreendedor independente que deseja alavancar os negócios, se posicionando como uma sales tech que ajuda o hoteleiro a aumentar vendas e performance. Por meio de seu software e sua plataforma digital, a empresa automatiza processos de gestão interna e a precificação dos estabelecimentos, com um algoritmo que regula os preços das diárias de acordo com a ocupação, demanda e concorrência. Além disso, treina o time do hotel e oferece uma equipe especializada em distribuir o estabelecimento em centenas de canais de venda.
No início, o objetivo era elevar os resultados de hotéis independentes de pequeno e médio porte, com algo entre 40 e 50 quartos. Mas em 2022 a companhia mudou a estratégia mirando em propriedades maiores, de grande e médio porte, que buscam força comercial, distribuição e tecnologia. “Começamos a empresa achando que nosso fit seria com estabelecimentos menores, mas fomos positivamente surpreendidos ao ver que chamamos a atenção dos grandes hotéis”, disse o cofundador Gustavo Xavier, em entrevista ao Startups.
Para escalar mais rapidamente, a VOA flexibilizou seus modelos de negócio. A companhia retirou a multa para rescisão de contratos e eliminou a obrigatoriedade da padronização das propriedades, que passa a ser opcional. O negócio cresceu 5 vezes entre 2021 e 2022, quando entregou um GMV (Volume Bruto de Mercadoria) de R$ 72 milhões.
Desde 2016, a Foregon se propõe a diminuir a distância entre a solicitação e a aprovação de produtos financeiros para consumidores através do seu marketplace. Na verdade, a empresa foi fundada em 2000 no interior de São Paulo e dedicou os primeiros 15 anos de atuação ao modelo B2B, prestando serviços para bancos. Mas foi há cerca de 7 anos que veio a virada de chave do seu modelo de negócio.
Um dos responsáveis pela mudança no foco da fintech foi Gustavo Marquini, que entrou na Foregon em 2016 como sócio e, em 2019, se tornou presidente. Com sua entrada na companhia, o executivo pivotou o negócio colocando o usuário no centro. A startup se tornou um marketplace comparador de produtos financeiros e lançou um blog com diversos conteúdos informativos. No início de 2021, a empresa implementou um algoritmo capaz de sugerir as melhores opções de produtos financeiros ao usuário com base em seu score de crédito. Em apenas 10 meses, 1 milhão de usuários criaram uma conta na Foregon.
A companhia tem mais de 30 bancos e instituições financeiras como clientes, entre eles Santander, Itaú e Banco Original, e informa em seu site ter ajudado mais de 2 milhões de pessoas a encontrar o seu cartão ideal.
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