O Brasil tem se destacado em produzir startups unicórnios. Conheça aqui quais são (lista atualizada!) e as expectativas para a safra 2022!
Unicórnio (foto: montagem Unsplash/ Paul Bill/ Fabio)
, jornalista da StartSe
18 min
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22 set 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Tainá Freitas
Atualizado em 10/março/2022
Unicórnios não existem – exceto no ecossistema de startups. Assim são chamadas as empresas avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais. Na prática, são as companhias que conseguiram arrecadar investimentos e receberem essa avaliação de mercado antes de fazer sua primeira oferta pública de ações (IPO).
O rótulo foi criado em 2013, pela investidora Aileen Lee, para descrever as empresas que alcançaram esse patamar – algo raro neste período…
Felizmente, o ecossistema evoluiu no Brasil e no mundo e há centenas de startups que se encaixam nesse rótulo. No Brasil, os primeiros unicórnios surgiram em 2018 e hoje já são 23 empresas que atingiram este valor de mercado. Confira quais são:
Além dos escritórios descolados e divertidos, a magia desses negócios está em um novo jeito de trabalhar, liderar e de priorizar as demandas do consumidor. Com a inovação no cerne, as startups unicórnio acreditaram no que mais ninguém acreditava e pivotaram a transformação dos mercados em diversos níveis.
De meios de transportes a meios de pagamentos, elas facilitam a vida de muita gente e colocam a América Latina em destaque, abrindo caminho para o crescimento de quem está disposto a assumir riscos e mudar. Conheça um pouco da história de cada empresa que alcançou o status mágico.
Quer saber quem foi o primeiro unicórnio brasileiro, os detalhes das empresas que chegaram ao panteão das startups e ficar por dentro desse movimento histórico para as empresas brasileiras? Separamos aqui os 23 unicórnios brasileiros, olha só:
2018 já começou com tudo para as startups! A 99 se tornou, em janeiro daquele ano, o primeiro unicórnio brasileiro. A empresa foi avaliada em US$ 1 bilhão através de uma aquisição da Didi Chuxing, uma gigante chinesa de mobilidade urbana.
Fundação: Ariel Lambrecht, Renato Freitas e Paulo Veras, em 2012
Virou unicórnio em: janeiro de 2018
O Nubank se tornou um unicórnio logo depois, em março de 2018. A fintech recebeu este valor de mercado após um aporte de U$ 150 milhões liderado pelo fundo DST Global. Atualmente, a empresa possui o valuation de US$ 30 bilhões e é a startup mais valiosa da América Latina.
Fundação: David Vélez, Cristina Junqueira e Edward Wible, em 2013
Virou unicórnio em: março de 2018
Movile e iFood entram na lista juntos, pois a Movile é o grupo controlador do iFood. Em novembro de 2018, a startup de delivery de alimentos anunciou uma rodada de investimentos de US$ 500 milhões. No anúncio, a empresa afirmou que é um unicórnio desde 2017.
Fabricio Bloisi, fundador da Movile e CEO do iFood, também reiterou que a Movile também carrega o título desde 2017, mas que não foi anunciado pois “a ideia de unicórnio pode trazer distração para a empresa”.
Fundação da Movile: Eduardo Henrique e Fabrício Bloisi, em 1998
Fundação do iFood: Patrick Sigrist, Eduardo Baer, Guilherme Bonifácio e Felipe Fioravante, em 2011
Virou unicórnio em: novembro de 2018
Em junho de 2019, foi a vez da Loggi se tornar um unicórnio. A startup de logística levantou um investimento de US$ 150 milhões, liderada pelo Softbank, com participação da Microsoft, GGV, entre outros. O aporte a avaliou em US$ 1 bilhão.
Fundação: Fabien Mendez, em 2013
Virou unicórnio em: junho de 2019
O Gympass, plataforma corporativa de atividade física, se tornou um unicórnio no mesmo período que a Loggi, em junho de 2019. E as coincidências não param por aí: o Softbank também foi o investidor que impulsionou a startup a alcançar este valor de mercado. A rodada foi de US$ 300 milhões.
Fundação: César Carvalho, Vinicius Ferriani e João Thayro, em 2012
Virou unicórnio em: junho de 2019
A startup de aluguel online de imóveis QuintoAndar se tornou um unicórnio em setembro de 2019. A proptech alcançou esse valuation após uma rodada de investimentos de US$ 250 milhões, liderada pelo Softbank e Dragoneer.
Fundação: Gabriel Braga e André Penha, em 2012
Virou unicórnio em: setembro de 2019
A Ebanx, fintech de pagamentos, foi o primeiro unicórnio da região Sul do Brasil -- mais especificamente, de Curitiba. A companhia atingiu o valor de mercado bilionário após um investimento de valor não divulgado, liderado pelo fundo FTV Capital.
Fundação: Alphonse Voigt, João Del Valle, Wagner Ruiz, em 2012
Virou unicórnio em: outubro de 2019
Assista: Papo de unicórnio com Ebanx: quais são as mudanças?
A Wildlife, startup de jogos, se tornou um unicórnio em dezembro de 2019. A empresa foi avaliada em US$ 1,3 bilhão após uma rodada de US$ 60 milhões liderada pelo fundo Benchmark Capital.
Fundação: Victor Lazarte, Arthur Lazarte, Michael Mac-Vicar
Virou unicórnio em: dezembro de 2019
Em 2020, ano de início da pandemia, o número de unicórnios foi menor do que nos anos anteriores. Apenas três startups receberam o valor de mercado de US$ 1 bilhão e não por acaso, de setores que se destacaram naquele período: e-commerce, empréstimo e finanças.
A VTEX foi o primeiro unicórnio de 2020. A empresa, que oferece plataformas de comércio eletrônico, recebeu um aporte de US$ 225 milhões. O investimento foi realizado pelo Softbank (ele mais uma vez!), Endeavor Catalyst, Tiger Global, entre outros, e avaliou a companhia em US$ 1,7 bilhão.
Fundação: Geraldo Thomaz, Mariano Gomide de Faria, em 2000
Virou unicórnio em: setembro de 2020
O banco digital C6 Bank recebeu um aporte de US$ 1,3 bilhão, o que o fez alcançar o valor de mercado de US$ 2,1 bilhões. O C6 Bank foi fundado por executivos do BTG Pactual e já nasceu com a premissa de operação 100% online.
Fundação: Marcelo Kalim, Carlos Fonseca e Luiz Marcelo Calicchio, entre outros, em 2019
Virou unicórnio em: dezembro de 2020
Já a Creditas, fintech que recebe empréstimo com garantia, foi avaliada em US$ 1,75 bilhão após um investimento de US$ 255 milhões. O aporte foi liderado pelo fundo LGT Lightstone. Recentemente, a startup fez uma parceria com outro unicórnio brasileiro para oferta de produtos, o Nubank.
Fundação: Sergio Furio, em 2012
Virou unicórnio em: dezembro de 2020
2021 já começou com tudo: a Loft virou um unicórnio em janeiro. A startup de compra e venda de imóveis online recebeu um aporte de US$ 175 milhões, liderada pelos fundos Andreessen Horowitz, Fifth Wall Ventures e Vulcan Capital. A empresa chamou atenção por alcançar o valor de mercado de US$ 1 bilhão com apenas 16 meses de operação.
Fundadores: Florian Hagenbuch e Mate Pencz, em 2018 (também fundaram a gráfica digital Printi)
Virou unicórnio em: janeiro de 2021
Dias depois, foi a vez da MadeiraMadeira alcançar o rótulo tão desejado. A startup de venda de móveis e decoração online recebeu um aporte de US$ 190 milhões liderado pelo Softbank e Dynamo.
Fundadores: Marcelo Scandian, Daniel Scandian e Robson Privado, em 2009
Virou unicórnio em: janeiro de 2021
A Hotmart, plataforma de venda de produtos digitais, tornou-se um unicórnio em março de 2021. A companhia recebeu um investimento de R$ 735 milhões, liderado pela TCV e Alkeon Capital. O valor de mercado exato da companhia não foi divulgado.
Fundação: João Pedro Resende e Mateus Bicalho, em 2011
Virou unicórnio em: março de 2021
O Mercado Bitcoin é a única fintech de criptomoedas que se tornou um unicórnio no Brasil. A empresa recebeu um aporte de US$ 200 bilhões do Softbank (mais especificamente, do Softbank Latin America Fund, fundo para startups da América Latina). A empresa foi avaliada em US$ 2,1 bilhões na rodada.
Fundadores: Mauricio Chamati, Gustavo Chamati, Rodrigo Batista, André Oda, em 2013
Virou unicórnio em: julho de 2021
A Unico, startup de identidade digital, é o mais recente unicórnio brasileiro! Antes chamada de Acesso Digital, a companhia recebeu um aporte de R$ 580 milhões liderado pelo Softbank e General Atlantic.
Fundadores: Diego Martins e Paulo Alencastro, em 2007
Virou unicórnio em: agosto de 2021
A CargoX, startup brasileira que conecta caminhoneiros com transportadoras, recebeu um aporte de US$ 200 milhões e se tornou um unicórnio. Junto ao aporte, a empresa anunciou que está criando a Frete Pago, uma fintech de empréstimos para caminhoneiros. Agora, a companhia muda de nome e passa a se chamar Frete.com.
Fundador: Federico Vega, em 2016
Virou unicórnio em: novembro de 2021
A CloudWalk realizou uma rodada de investimentos série C, no valor de US$ 150 milhões, e atingiu o valor de mercado de US$ 2,15 bilhões. A startup é dona das maquininhas InfinitePay.
Fundador: Luís Silva, em 2013
Virou unicórnio em: novembro de 2021
Com apenas 10 meses de operação, a JOKR/Daki, startup de entregas rápidas que tem os aplicativos JOKR nos EUA e Daki na América Latina, levantou sua 2ª rodada de investimentos e atingiu o status de unicórnio. O prazo supera a marca de 18 meses que antes pertencia à Loft e coloca a companhia entre as 3 que chegaram ao panteão dos unicórnios em menor tempo no mundo.
Fundadores: Alex Bretzner, Rafael Vasto e Rodrigo Maroja, em 2021
Virou unicórnio em: dezembro de 2021
A Olist, plataforma que ajuda marcas e lojistas a digitalizar seus negócios por meio de e-commerce e venda em marketplaces como Mercado Livre e Amazon, recebeu uma série E de US$ 186 milhões (cerca de R$ 1 bilhão), liderada pelo norte-americano Wellington Management. Acompanharam a rodada os já acionistas SoftBank e Goldman Sachs, o investidor Kevin Efrusy, o fundo Valor Capital e as brasileiras Corton Capital e Globo Ventures.
Fundador: Tiago Dalvi, em 2015
Virou unicórnio em: dezembro de 2021
A Facily, uma plataforma de social commerce, é considerada o aplicativo de comércio eletrônico de alimentos que mais cresce no mundo, de acordo com a App Annie. A extensão da série D foi liderada pela Goodwater Capital (investidora da Chegg, Nomad, Facebook, Spotify e Twitter) e Prosus (Brainly, Creditas, iFood, Kovi, Movile), com participação dos fundos Rise Capital, Emerging Variant e Tru Arrow.
Fundador: Diego Dzodan, em 2018
Virou unicórnio em: dezembro de 2021
A Merama, uma startup que adquire marcas de e-commerce, é um unicórnio brasileiro – e também mexicano. A empresa, que foi criada há um ano no Brasil e no México, foi avaliada em US$ 1,2 bilhão após receber um aporte de US$ 60 milhões.
Fundadores: Guilherme Nosralla e Renato Andrade, em 2021
Virou unicórnio em: dezembro de 2021
Em comunicado à imprensa, a Neon chamou o investimento de uma rodada de investimento de série D e, pela 1ª vez, assumiu, mesmo que de forma sutil, que entrou para o panteão dos unicórnios. “A Neon, a primeira conta digital do Brasil e uma das principais fintechs unicórnio do mundo, anuncia o recebimento de um aporte de R$ 1,6 bilhão (US$ 300 milhões) em sua rodada Série D”, disse a fintech em comunicado.
Fundadores: Pedro Conrade, em 2016
Virou unicórnio em: janeiro de 2022
Hoje o Brasil se configura entre os 10 países com o maior número de startups. Na corrida para o lugar mágico, algumas empresas já apresentam grande potencial e marcam apostas para 2022. Veja quais são e porque ficar de olho:
O plano de saúde Alice que quer ser conhecido como uma gestora de saúde, fechou uma série C de US$ 127 milhões liderada pela SoftBank. Desde a sua fundação em 2020, a companhia soma US$ 174,8 milhões captados, o que a deixa às vésperas de atingir o status de unicórnio.
Desde que a história da Petlove começou — à época em formato físico —, Waldman foi ajustando o modelo de negócio para atender os clientes de maneira eficiente. Nesta linha, em 1999, lançou a primeira versão do e-commerce (veja o case). Agora, com o novo aporte, o empreendedor segue na mesma direção. Desta vez, com o objetivo de lançar, em breve, um superaplicativo — modalidade que está em alta no mundo dos negócios.
A Open Co., holding criada pela fusão de Geru e Rebel, recebeu mais um aporte de R$ 600 milhões em rodada liderada pelo SoftBank Latin America Fund. A Open Co. opera na área de crédito pessoal sem garantia. A fintech também planeja expandir o modelo de parcerias para financiar consumo no modelo buy now pay later.
A Pipefy, plataforma para gerenciamento de fluxos de trabalho, é uma startup curitibana que já nasceu com DNA global. Com escritório também no Vale do Silício, nos Estados Unidos, a Pipefy tem crescido mais de 300% ao ano e, atualmente, atende cerca de 15 mil clientes.
A Descomplica, startup de educação, chegou à sua série E em fevereiro somando US$ 130 milhões captados. Na próxima rodada, trazendo pelo menos US$ 100 milhões para o caixa – o que não deve ser impossível tendo em vista o perfil de investidores que ela tem – o valuation deve passar de US$ 1 bilhão e a companhia entra na próxima fila, a dos IPOs.
A Beep fez uma série B em abril na qual foi avaliada em R$ 670 milhões, algo na faixa dos US$ 120 milhões. Desde sua fundação, ela captou R$ 130 milhões, ou perto de US$ 23 milhões. Parece um “big stretch”, mas pela velocidade de crescimento e pela estrutura que a companhia está montando, faz sentido.
O Cora, banco digital, foi um dos que fizeram duas rodadas coladas em 2021. A série B, de US$ 116 milhões, chegou 4 meses depois da série A e foi 4 vezes maior. Isso colocou a fintech em um valuation na casa dos US$ 350 milhões. Na série C, em 2022, isso tende a pelo menos triplicar.
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Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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